Os Filhos dos Vingadores

De Volta

-O... o que... o que você disse? – Torunn soltou o rosto do homem, espantada.

-Eu sou James Rogers – o homem respondeu.

-Isso... isso é...

Antes que Torunn pudesse concluir sua fala, Francis cruzou a sala furioso, deu um chute no rosto do homem que gemeu alto e caiu no chão em seguida.

-NÃO INSULTE A MEMÓRIA DELE ASSIM! VOCÊ O ESTÁ DESONRANDO! – Francis gritou, partindo pra cima dele novamente, mas Torunn o segurou.

-Francis, para! – Ela pediu.

Os outros se aproximaram, incrédulos.

-Então... esse é o lendário James Rogers? – Miles perguntou.

-Obviamente não! – Henry estava alterado.

-Ele está cheirando a um grande impostor! – Azari cerrou os punhos.

-Gente, por favor... – Torunn soltou Francis e se pôs entre os companheiros de equipe e o suposto James.

-SAIA DA FRENTE, TORUNN! EU VOU MATÁ-LO! – Francis ainda tentava chegar até ele.

-ESCUTEM! – Um trovão ribombou num barulho ensurdecedor quando Torunn ergueu os braços. – Ao invés de acusarem e desacreditarem, porque simplesmente não fazem um exame para descobrir a verdade? Vocês já tem o sangue e as digitais dele!

-Você só pode estar brincando, Torunn! – Francis disse.

-Justo você está acreditando nesse cara? – Azari atacou.

-Eu não estou acreditando! Mas não o estou julgando também, só isso! – Torunn se defendeu.

-James estaria decepcionado com você – Henry falou olhando no fundo dos olhos de Torunn.

As palavras de Henry a magoaram muito. Ela não suportava a ideia de que James poderia ter sentimentos negativos por ela, onde quer que ele estivesse. Parecia absurdo, mas ela queria tanto acreditar naquele homem! Durante vinte anos ela tentava se agarrar a qualquer fio de esperança a respeito de James e agora ela não tinha apenas um fio, tinha um cobertor inteiro de esperanças. Quando ele disse que era James Rogers, Torunn apenas ouviu da boca dele o que ela já suspeitava. Após ver a cicatriz, ela tinha quase certeza de que ele era o filho do Capitão América, mas não podia falar aquilo ou os outros teriam a mesma reação que estavam tendo agora. Mesmo assim, ouvi-lo dizer que era James, aliviou o coração de Torunn. Vinte anos do mais amargoso sofrimento que ela já provara estavam ali agora, na sua frente, a deixando cheia de perguntas.

-Por favor, apenas façam as análises – Torunn disse com lágrimas nos olhos.

-Gente... a Torunn tem razão – Miles disse e todos, inclusive o homem, viraram-se para ele.

-Você não sabe de nada aqui – Francis disse apontando o dedo para Miles.

-Francis, chega! Vocês vivem dizendo que eu não sei de nada, e eu até posso não saber, mas eu sei de uma coisa que vocês parecem não saber. Como podem ter tanta certeza de que ele não é o James se vocês não fizeram nenhum exame para comprovar isso? É questão de senso, seu bando de imbecis! – Miles exaltou-se.

Os três, Francis, Henry e Azari, se entreolharam. Então, Henry disse:

-Nós sabemos que não é o James porque ele não faria isso.

-Ele não sumiria por vinte anos e simplesmente deixar a gente pensando que ele morreu – Azari completou.

-E principalmente – Francis disse e olhou para o homem. – James não cometeria nenhum crime. Não mataria pessoas, não venderia armas ilegais. Ele não se prestaria a esse papel.