Os Filhos dos Vingadores

A Perda

Enquanto os garotos estavam concentrados no confronto, Ian e James tentavam atacar um ao outro. Ian estava ciente de que seu plano dificilmente conseguiria se concretizar, mas ele ainda queria matar James por vingança. Já James, em seu crítico estado, apenas tentava impedir que o irmão o machucasse mais, bloqueando seus golpes com o escudo e eventualmente batendo-o na lateral do corpo de Ian. Eles acabaram parando na mesma sala onde Ian o havia prendido anteriormente.

-Acabou Ian. Desista - James disse, atirando o irmão contra uma parede.

Ian levantou-se estralando as costas. Ambos estavam muito cansados.

-Ainda não! Não vai acabar até você morrer! - Ian rosnou.

O garoto foi para cima de James novamente, mas James esquivou-se e o segurou pelo pescoço, lhe dando uma gravata.

-Para! Seu esforço é em vão! Já chega! - James gritou para ele.

Ian não respondeu, mas acertou uma cotovelada bem onde havia um corte no abdômen de James. O garoto gemeu e pôs a mão sobre o corte que voltou a sangrar. Ian sabia que mesmo com James machucado, ele não era páreo para o irmão. Então lembrou-se da pequena pedra de titânio que ele havia deixado em cima de sua mesa. Os garotos haviam se esquecido de leva-la quando retiraram as outras pedras da sala. Ele sorriu de lado ao ver que a pedrinha azul havia permanecido imóvel aonde ele a havia colocado. Ele a pegou e se virou para James, que havia sentado no chão e ainda tinha uma das mãos em cima de seu machucado.

-Eu assumo que não posso lutar com você James. Você tem dois genes super desenvolvidos correndo no seu DNA. Eu tenho apenas um. Mas acho que nenhuma combinação do mundo poderia sobreviver a uma explosão de nível nuclear - ele diz, sorrindo.

James arregalou os olhos ao ver a pequena pedra brilhando nas mãos de Ian.

-Ian! Por favor, não faça isso! Você vai acabar se matando! - Ele disse com dificuldade.

-Eu estou ciente disso, James. E também estou ciente de que, se eu morrer, você irá junto comigo - Ian abriu um sorriso maior ainda. - Até nunca mais, irmão - ele completou, dizendo a última palavra do modo mais irônico possível.

-Não! - James gritou quando Ian soltou a pedra.

A medida que a pedra caía, James sentiu-se num filme. Ele via a pedra cair em câmera lenta, sabendo que qualquer esforço que ele fizesse para impedir sua queda seria em vão. Então, apenas fechou seus olhos e concentrou-se em coisas felizes.

Ele pensou em sua mãe e em suas madeixas loiro-avermelhadas, pensou em seu sorriso e em cada vez que ela o abraçou. Pensou em Francis e em como ele se importava com ele. Pensou em Henry e Azari e em suas piadas diárias, que mantinham a leveza do humor da equipe. Pensou em seu pai e em como ele ficaria orgulhoso se James e a equipe conseguissem impedir essa catástrofe mundial. E então pensou nela. Na garota que havia conquistado seu coração desde a primeira vez que a tinha visto. Os olhos e o sorriso de Torunn percorreram a mente dele uma última vez. E então ele lembrou-se do beijo na cama de seu quarto na enfermaria, e podia jurar que estava sentindo aquele beijo novamente em seus lábios.

E então, ele sentiu o impacto da explosão.

...

Um barulho estrondoso e poeira junto a alguns resíduos voavam para todos os lados.

-O que é isso? - Azari perguntou, desviando-se de alguns destroços.

-James! - Torunn gritou.

A garota gritava e se desviava dos destroços e de soldados enquanto tentava correr em direção ao centro da explosão. Porém, sentiu alguém segurando sua mão.