Wakanda Para Sempre

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Azari entrou em seu quarto após a missão. Ele estava confuso ainda por causa de tudo o que aconteceu e se odiava por não conseguir resolver o mistério.

-Eu não sou um bom Vingador. Eu não sou um bom rei. Eu não sou bom em nada – ele disse um pouco alto demais.

Henry, que passava pelo corredor, ouviu o amigo reclamar. Ele bateu na porta. Azari estranhou, mas pensou que talvez fosse alguém com novas informações sobre a missão. Ele abriu e Henry lhe ofereceu um sorriso gentil.

-Tá tudo bem, cara? – Henry disse.

-Comigo sim. Está tudo bem aí? Aconteceu algo? – Azari respondeu.

-Está tudo bem. Mas eu estava passando e escutei você falando umas coisas. Parecia meio chateado, sei lá. De qualquer forma, passei pra ver se você tá bem.

-Ah. Eu estou bem. Só pensando alto. Obrigado pela preocupação.

-Entendo. Se precisar de algo, sabe onde fica meu quarto – Henry falou.

Azari assentiu e estava prestes a fechar a porta quando Henry completou:

-Ah, Azari! Tem mais uma coisa. Você é um excelente Vingador e um excelente Rei.

Henry sorriu e virou as costas, indo embora. Azari tentou acreditar nas palavras dele, mas ainda se sentia incapaz. Ele não acreditava no próprio potencial. Ele queria ir até seu pai e conversar com ele. Queria saber como ser melhor para a equipe e para Wakanda. Porém, o garoto sabia que seu pai não estava em condições de ajudá-lo. Mesmo assim, Azari juntou algumas coisas, vestiu as roupas tradicionais de Wakanda e fez um telefonema.

-Romanoff – Natasha atendeu.

-É o Azari. Precisarei me ausentar por alguns dias, irei até Wakanda – ele disse.

-Certo. Avisarei aos outros.

-Obrigado.

Ele desligou o telefone e foi até um jato pequeno. Entrou e começou a pilotar. Durante a viagem, ele começou a pensar em sua infância em Wakanda. Lembrou de seu pai feliz e de como sua mãe era amorosa e bonita. Desde pequeno treinado para se defender e defender sua nação, Azari era forte e lembrava muito seu pai em seus dias de glória.

Quando ele entrou dentro dos campos de defesa de Wakanda, imediatamente foi bem recebido pelo povo. As pessoas o saudavam e diziam que sentiam saudades do jovem Rei. Azari entrou no palácio e subiu até a sala do trono. Ele ainda não havia se sentado na cadeira de seu pai e nem pretendia fazer isso. Então, Okoye apareceu atrás dele.

-Majestade – ela disse.

-General – Azari respondeu.

Ambos fizeram uma reverência e sorriram em seguida, se dando um abraço esmagador.

-Você cresceu – Okoye falou apertando as bochechas dele.

Ele tirou as mãos dela delicadamente e disse:

-Não exagere, fazem poucas semanas que estive aqui.

-Eu sei. Mas você tem ficado tão pouco nas suas visitas.

-Está tudo tranquilo por aqui. E eu tenho outras responsabilidades, Okoye – Azari respondeu.

-Eu entendo, Azari. Você tem feito um ótimo trabalho. Só que nós sentimos muito sua falta – ela disse.

-É um mal necessário – Azari sorriu de canto de boca.

Eles caminharam um pouco pelo palácio conversando sobre o reino de Wakanda e como tudo estava fluindo. Azari espantou-se com os relatórios passados por Okoye, pois estavam bem melhores do que o esperado. Por fim, pararam em frente ao quarto de T'Challa.

-Papai está aqui? – Azari perguntou.

-Ele nunca sai daí, Azari – Okoye disse com voz triste.

Azari assentiu. Os guardas que estavam na porta do quarto abriram espaço e ele entrou. Okoye ficou do lado de fora junto com os guardas.

T'Challa estava sentado em sua cama. Sua barba estava maior do que na última vez.

-Meu pai – Azari disse fazendo uma reverência.

-Por que está fazendo reverência para mim? Eu é que deveria fazer, você é o rei – T'Challa disse.

Azari espantou-se. T'Challa não parecia mais deprimido. Ele parecia com raiva, irritado.

-Está tudo bem com o senhor?

-Nunca está – T'Challa levantou-se da cama bruscamente e andou pelo quarto.

Um silêncio esmagador pairou no ambiente.

-Só passei para ver o senhor – Azari comentou.

-Perdeu seu tempo.

Azari não aguentava mais a frieza de seu pai. Ele queria conselhos e tudo o que conseguiu foi ser tratado com ignorância. Pela primeira vez, ele elevou seu tom de voz e falou como um verdadeiro rei para seu pai:

-Não é minha culpa, sabia? Não é minha culpa a mamãe ter morrido. Eu não estava lá, não tinha nada que eu podia fazer. Então, o meu pai que deveria ter sido a minha fortaleza nesse momento terrível, simplesmente desfaleceu e deixou seu filho de quinze anos, eu disse QUINZE ANOS, assumir o trono! A mamãe morreu, mas eu sinto ela mais presente em minha vida do que você!

T'Challa arregalou os olhos. Nunca ninguém havia falado com ele desse jeito. Ele escorou-se na parede e sentou-se no chão devagar, uma pequena lágrima descia pelo seu rosto.

-E não se finja de coitado! Ela era a minha mãe, eu a amava também, mas nem por isso eu joguei todas as minhas responsabilidades para o alto como você fez! – Azari disse chorando e chegando cada vez mais perto de seu pai.

-Você era o meu herói, sabia? Você era a pessoa que eu mais admirava em todo o mundo. Mas agora você não passa de um covarde. Antigamente eu queria que você me levasse em missões, em caçadas, expedições, em lutas, queria que você me deixasse sentar no trono. Mas agora, tudo o que eu quero é que você volte a ser o meu pai – Azari também sentou-se no chão ao lado de seu, agora já com o rosto limpo.

T'Challa ouviu tudo em silêncio, de cabeça baixa, com as mãos sobre os joelhos. Depois de muito tempo de silêncio, Azari levantou-se.

-Preciso ir. Volto pela manhã para a base dos Vingadores.

Seu pai então pegou na sua mão e sussurrou um quase inaudível pedido de desculpas. Azari colocou as mãos sobre a cabeça do pai e em seguida beijou-a.

-Tchau, meu rei.    

Os Filhos dos VingadoresHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin