Eu amo você

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Joe

No momento em que Franco me interrompeu no meio de uma caçada, eu estava perseguindo um homem acusado de matar três pessoas, ele estava num hotel, portanto me hospedei no mesmo e aguardei seus próximos passos, era peixe grande, eu estava salivando por aquilo. Todavia, a única coisa no mundo que consegue me tirar do sério, que consegue mexer com todos os meus neurônios mesmo sendo tão pequena, também é a única coisa capaz de me fazer voltar correndo.

Franco me disse que ela estava doente, da noite para o dia ela pegou uma febre forte e estava tendo calafrios por todo corpo. Porra, eu fiquei apavorado quando ele me disse isso, voltei feito um louco e agora vejo-a, Emília deitada debaixo de um cobertor coberta de suor e com seu corpo gelado.

Já faz alguns minutos que cheguei, mandei chamarem o médico que veio sem tardar, enquanto observo o mesmo examiná-la, sinto-me incapaz sem saber o que fazer, na verdade, sinto-me torturado por vê-la assim tão mal. Eu tenho a plena certeza de que posso lidar com qualquer coisa, enfrentar qualquer obstáculo, mas de alguma forma, estranhamente eu não consigo suportar o que está acontecendo com ela agora.

Sete dias desde que eu a trouxe comigo para a Espanha, comprei uma casa reservada e a deixei trancada dentro de um quarto. Eu não consigo deixá-la ir, simplesmente não consigo e não quero. Emília tem que ser só minha, somente minha ou eu não sei do que sou capaz, as vezes penso que estou ficando louco, algo que sempre fui mas isso está fora de mim, está ficando fora de controle, eu senti por ela uma coisa que não sabia desde quando era um menino, o sentimento de sofrer.

Eu sofro pra caralho toda vez que ela diz em me deixar, então dessa vez eu não deixei, resolvi honrar o nome de homem mau que tenho, nunca prometi para ela ser um homem bom, bom para ela sim, só que assim serei somente até quando ela não me der outra escolha.

Eu a quero em todos os instantes, mas eu tenho receio de me aproximar, sei que ela vai me odiar e me rejeitar, não sei se suportaria ser rejeitado por ela. Posso suportar tudo, menos a ideia de perdê-la, posso sentir a rejeição de qualquer pessoa, menos a dela. Estou fora de controle porra.

Voltei a matar mais de dez pessoas por dia, meu vício cresce cada vez mais, sinto-me mais cruel, mais desumano. E nada, nada adianta, não cessa por pelo menos um dia a vontade de ter sangue em minhas mãos. Mas agora... Estranhamente olhando-a de perto, mesmo com o rosto pálido e fraca, eu não consigo pensar em outra coisa, seja matar ou torturar, e sim nela.

"Sr. Manganiello, a moça ficará bem, mas precisará de cuidados como beber muita água ou sucos naturais e comer bastante, incluindo ingerir vitaminas. Ela também não poderá ficar sozinha, precisa de que alguém meça sua pressão e temperatura de uma em uma hora, se a febre não abaixar, me chamem novamente ou a levem para um hospital." O médico da minha equipe explica guardando seus equipamentos em sua maleta.

"E não sabe dizer o que causou isso? Achei que ela estava bem ontem." Questiono com preocupação.

"Ela tem passado muito tempo sozinha, tristeza também pode causar doenças e por muitas vezes, grave." Diz e eu engulo em seco observando-o partir.

Tristeza... Ela está triste, por minha causa. Sentindo-me terrivelmente culpado por seu estado, eu me aproximo da cama quando todos já saíram do quarto. Ela está em silêncio, não sei se consegue me ouvir, parece não estar me vendo, mas quando pego em sua pequena mão gelada, ela olha para mim com brilho nos olhos, mas ele não dura muito quando seu rosto se forma em uma expressão de dor.

"Joe..." Sussurra meu nome.

"Estou aqui." Respondo em tom firme e ela fecha os olhos.

Nesse momento eu não controlo minha imensa vontade de tocar sua pele, ergo minhas mãos e levo-a até seu rosto, acaricio de leve. Minha bonitinha, você nunca que irá se livrar de mim, nem que eu precisse te colocar em uma caixa.

A Lenda Joseph (Concluído)Where stories live. Discover now