Revelações

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Emília

Depois de ter passado a noite na casa de campo de Joe, ele me trouxe de volta para a cidade. Minha sorte é que hoje eu não preciso ir trabalhar, alguém da família do Sr Stark faleceu e por consideração ele não irá abrir o café por três dias. Claro, não considero sorte alguém ter morrido, e sim que ele não abrirá, eu estou morta de cansaço e preciso muito de um dia inteiro para dormir ou eu corro um sério risco de virar um zumbi que anda de pernas abertas.

Joe fez-me um prazeroso estrago.

Olho no relógio e são seis da manhã, tomo um banho, visto uma calça e uma blusa confortáveis e me deito. A casa está silenciosa, meus pais estão dormindo, olhei pela fechadura da porta, meus irmãos estão cada um em suas caminhas, respiro fundo aliviada por tudo estar ocorrendo bem. Afinal, foi por meus pequenos que eu decidi fazer um grande sacrifício a minha honra. Fecho meus olhos e rapidamente durmo.

Horas depois, não sei quantas, acordo com muita dor de cabeça. Levanto-me meio zonza e vou atrás de algum analgésico, após tomar o mesmo, volto para a cama e já não consigo mais dormir. Olho ao lado da cama em meu relógio em formato de gatinho, agora são quase uma da tarde. Que maravilha, dormi bastante!

Estou quase fechando os olhos novamente, quando ouço batidas na porta do meu quarto. Demoro a responder, não quero ver ninguém, preciso de um tempo para mim, mas as batidas não cessam.

"Entre." Falo e vejo meus pais entrarem pela porta do meu quarto. Reviro os olhos automaticamente.

"Oi filha." Eles falam juntos e eu solto uma risada irônica.

Eu preciso me segurar.

"Estamos preocupados com você. Já faz quase um mês que você não sai do quarto quando está em casa, apenas come e volta para cá." Minha mãe fala.

"Você também tem saído bastante, chega tarde ou talvez nem passa a noite em casa. Sempre vejo um carro vindo te trazer e te buscar, um bem luxuoso por sinal. O que está havendo?" Meu pai acrescenta fingindo preocupação.

Ou talvez esteja mesmo preocupado?

Apesar de tudo, eu amo os meus pais, foram quem me deu a vida. Mas ao lembrar de suas atitudes, de tudo que descobri sobre eles e como tem a capacidade de viver normalmente quando pensaram até em vender a própria filha. Sinto-me furiosa.

"Eu estou bem. Não se preocupem." Respondo apenas.

"Como não? Nós somos os seus pais, você é nossa primogênita. Te amamos e nos preocupamos com você." Emílio fala suavemente.

"Falem logo, o que querem?" Sem mais delongas eu indago. Sei que há algo errado.

"Com quem está saindo? Quem é a pessoa que você está namorando?" Minha mãe pergunta.

"Eu não quero falar sobre isso..." Revelo.

"Por favor filha, ele parece ser alguém com muito dinheiro no bolso. Aquele carro não se encontra nesse país, estamos preocupados com quem você possa estar envolvida." Meu pai tenta segurar minha mão mas não consigo deixar.

"Eu não estou namorando com ninguém. É apenas um caso." Eles me olham espantados. "Isso mesmo, estou tendo um caso com um bilionário que tem dinheiro para comprar essa cidade inteira." Digo com raiva na voz.

"Meu amor, precisamos conversar." Minha mãe fala calmamente.

"Não era isso que queriam saber? Eu já falei." Exclamo.

"É sobre outra coisa. Estamos com problemas financeiros. Como você sabe, essa casa é muito grande e os impostos todo mês estão aumentando, estamos sem condições de pagar as contas e sustentar as crianças." Fiorella fala em tom suave.

A Lenda Joseph (Concluído)Where stories live. Discover now