Desejo urgente

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Emília

Quando volto do mundo da lua, no qual Joe levou-me com o intenso prazer que me fez conhecer e sentir hoje, meu celular está vibrando encima de um móvel de madeira escura, olho para o homem a minha frente e com as bochechas quentes eu arrumo a minha roupa.

"Atenda." Ele fala.

"Alô." Atendo e ouço a voz de Rocco do outro lado.

"Você está bem? Ainda bem que você atendeu, eu já estava preocupado e o Roman não para de querer invadir essa casa." Ele fala baixinho como se não quisesse que ninguém ouvisse.

"Ainda faltam vinte minutos, eu vou cumprir até o final, diz ao Roman que fique tranquilo, eu estou bem." Falo mordendo o lábio tentando conter meu nervosismo.

"Então já pode sair, está quase no tempo." Ouço alguns barulhos estranhos "Emília, sai logo daí, se a Jéssica falar alguma coisa ela vai se ver comigo." Era Roman que tomou o celular das mãos de Rocco.

"Roman! Calma, está tudo bem, é só uma casa vazia, ninguém mora aqui." Falo sorrindo adicionando uma tranquilidade falsa em minha voz.

"Ficarei calmo apenas se você prometer que vai tomar sorvete comigo quando sair daí." Quando olho para cima encontrei Joe me encarando com olhar de reprovação.

"Escuta Roman, depois a gente fala sobre isso, meu celular está descarregando..." Não terminei a frase e Joe tomou o celular da minha mão desligando-o.

"Quem é Roman?" Ele pergunta franzindo o cenho.

"Um amigo." Falo sem pestanejar.

Se aproximando de mim ele circula minha cintura com um braço e o meu pulso com sua mão livre. Com seus olhos escuros prendendo os meus, sinto meu coração bater violentamente dentro do peito, até que nada mais exista ao meu redor, apenas vejo ele à minha frente. Joe leva um de seus dedos aos meus lábios e pressiona gentilmente, sinto-me desequilibrada com seu toque e tento me reerguer segurando em seu ombro, em seguida notando o efeito dele sobre mim, eu retiro sua mão, mas ainda posso sentir a pressão de seu toque em minha pele.

Sinto o mesmo calor estranho percorrer meu corpo e sinto-me envergonhada por mesmo sabendo que ele é cruel e impiedoso, responder com excitação aos seus toques. Ele pega a palma da minha mão e deposita um beijo demorado, apenas um beijo em uma das minhas mãos foi capaz de fazer minhas pernas fraquejarem. Cada vez que ele se aproxima eu dou um passo para trás, agora seu olhar é contraditório e de censura.

"Pare com isso." Ele ordena e eu sinto-me confusa.

"Parar com o que?" Indago olhando dentro de seus olhos escuros como as profundezas do inferno.

"O que tem em você, hein? Srta Antonelli..." Ele sussurra e me puxa com força de encontro ao seu corpo beijando-me com um desejo violento.

Deixo escapar um gemido quando a boca bonita e sedenta de Joe me cala. Esse homem está me roubando as palavras, o fôlego, meu raciocínio e ainda me deixa com os joelhos bambos. Ele me encosta contra a parede e segura em minha bunda erguendo-me do chão, fazendo assim um contato entre nossas intimidades, sinto sua dura e poderosa ereção em contato comigo, uma sensação sedutora faz meu corpo formigar, essa intensidade de Joe é quente e completamente nova para mim, quando ele desce os beijos até os meus seios eu tenho vontade de gemer alto, mas me contenho. Porém um som alto de um telefone que não é o meu, chama atenção dele.

"Porra!" Ele grunhi furioso e sai em direção à algum lugar. Agradeço mentalmente à pessoa que ligou e me impediu de perder minha virgindade. Pelo menos por enquanto.

Com minhas pernas trêmulas eu me recomponho e ouço murmúrios de Joe vindo do cômodo ao lado, sinto-me um tanto curiosa, ele tem parentes? Amigos? Alguém? Mas contenho-me, não quero que ele me puna por bisbilhotar suas conversas também. Rapidamente o vejo voltar com semblante furioso.

"Seu pai vai dar muito trabalho para mim, Srta Antonelli." Ele exclama irritado e eu fico tensa.

"Aconteceu alguma coisa?" Indago sentindo um nó se formas na minha garganta.

"Seu pai é um trapaceiro ladrão que não aprende nada. Será muito difícil não machucar o infeliz!" Sua voz soa fria.

"O que ele fez desta vez?" Pergunto preocupada.

"Isso não engloba você. Fique tranquila que nosso acordo será mantido. Eu não vou matar seus pais e vocês não ficarão em ruínas. Costumo cumprir com o que eu digo." Ele fala e eu suspiro aliviada.

"Considerando tudo isso, é muita generosidade sua." Confesso e dou um leve sorriso.

"Não crie expectativas sobre eu ser um homem bom e generoso, eu não sou e nem estou perto de ser." Ele fala como se não fosse nada e se aproxima de mim novamente, já posso sentir minha parte inferior se contrair.

"T-tudo bem..." Gaguejo sem querer e ele sorri.

"Em quanto tempo você virá para mim, querida?" Sinto-me nervosa de repente pela pergunta ousada, fito seus olhos sexualmente ardentes e sinto meu rosto esquentar. "Não finja ser uma garotinha inocente que não sabe ao que me refiro." Sua voz soa roca muito próxima ao meu ouvido.

"Quando eu não tiver escolha..." Falo baixinho e me arrependo na mesma hora.

"Parece até uma virgem que será violada sem seu consentimento, coisa que eu sei, minha cara, não é o nosso caso. Não existe mais isso na juventude dos dias atuais."  Ele fala e sorri com ironia.

"Você acha que sabe do que se passa dentro das pessoas, não acha? Na verdade, esse é sim o meu caso!" Exclamo irritada e Joe segura meu queixo para olhar dentro dos meus olhos me estudando em silêncio, seu olhar é confuso e estreito.

Joseph

A minha maior surpresa da noite. De repente sinto uma onda forte e poderosa de satisfação. É essa inocência dela que me atrai? Desde que a vi pela primeira vez eu pude sentir a diferença gritante dela para com todas as outras mulheres que já conheci. Uma virgem. Nunca estive com uma virgem antes, tomar ela em meus braços agora parece muito impróprio, talvez muito rude da minha parte, sendo o que sou, com mulheres eu nunca fui ruim. A não ser que eu descobrisse que se tratava de uma assassina.

Quando ela me olha intimidada, começo a pensar que nunca senti um desejo tão urgente por uma mulher antes, e talvez toda a resistência dela, a grande razão seja sua inexperiência sexual. Agora a necessidade de possuí-la tornou-se ainda mais forte, ela é diferente de todas, é tímida e sensível, nunca fui acostumado com mulheres tímidas.

"Quando irá querer que eu volte?" Ela indaga e eu sinto um pequeno tom de desafio em sua voz.

"Irei entrar em contato com você, aqui está o meu número, qualquer coisa que precisar, é só me ligar." Entrego a ela um cartão contendo meu número de telefone.

"Dúvido que isso vá acontecer alguma vez, mas tudo bem." Ela pega o cartão e eu a olho mordendo os lábios, é uma ferinha que precisa ser domada.

"Adicionando orgulhosa em sua lista." Falo em tom zombeteiro e ela segura uma risada.

"Não vou rir de suas piadas sem graça, Joe." Ela sussurra meu nome como quem quer me provocar.

"Está liberada. Pode ir, nosso segredo fica aqui, assim que você sair desse portão." Ordeno e agarro sua cintura dando um beijo em seus lindos lábios. "E outra coisa, mantenha seus amigos longe daqui, não terei a mesma misericórdia para com eles." Assevero e ela concorda com a cabeça.

Emília sai cambaleando sem olhar para trás e quando dou por mim estou com um sorriso idiota no rosto. Que porra é essa? Afasto rapidamente qualquer tipo de pensamento que venha envolver Emília e volto para o meu porão, onde me preparo para a caça do dia.

A Lenda Joseph (Concluído)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum