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Eram exatamente cinco e quarenta e sete da manhã.
o céu, coberto por nuvens acinzentadas aparentemente sombreadas por preto era seguido de um degradê, do branco ao amarelo claro, do amarelo escuro para o laranja; e para completar: o sol estava nascendo lentamente.
Não, isto não é uma obra de Claude Monet, e sim a visão que Jeon Jungkook está tendo logo após ter uma péssima noite de sono.
Nos fones, tocava a melodiosa voz de Troye Sivan e Broods (no volume máximo), os braços que possuía algumas veias esverdeadas saltadas para fora, decansava na janela, e servia de apoio para a angelical face, cansada.
Os grandes olhos encaravam o astro, que já brilhava, tomando toda a atenção do mundo para si. Podia sentir já, seus raios atingirem e esquentarem sua orelha.
Fará calor. Pensou.
Metaforicamente, pensou em Jimin, e pensou o quanto ele era semelhante ao nascer do sol. Apenas a simples informação (ou sentimento) que ele iria surgir, já era o suficiente para que tudo se alterasse, as cores ganhassem vida, e se alterasse para apenas recebê-lo.
Em um sacudir, fez com que sua cabeça se esvaziasse novamente; fazendo com que as lembranças ruins saíssem de seu cérebro, escorrerem por sua orelha, ombros e pingarem ao chão.
Ele podia, escorregar nelas e cair, fazendo com que retornassem —mesmo em gotículas — para o seu cérebro novamente. Mas permaneceu no mesmo lugar, esperando tudo passar, de cabeça vazia.
Olhou no relógio, que marcava duas e meia da tarde, e surpreendera-se ao perceber que tinha passado tanto tempo assim de pé. É o que a mente vazia faz.
Correu até o banheiro, encarou-se por exatamente doze minutos, fez caretas, puxou seu cabelo, sentiu dor, riu por ter feito certa bobagem.
Encarou o banheiro, contou os cento e vinte e cinco, cento e vinte e seis, cento e vinte e sete azulejos que haviam ao todo na parede e no chão. Agarrou-se ao box, ligou a chuveiro e esperou por três minutos — sim ele havia contado — a água esquentar, entrou. Ah! E como estava quente, queimou suas costas, e como ardia.
Após a dor momentânea passar, sentou-se no azulejo gélido e abraçou seus joelhos. Desta, não havia contado segundos, minutos ou horas, esperou até que seus dedos dos pés ficassem com a pele rugosa para sair dali.
Sentia que a toalha que estava habituado a usar, não estava fazendo muito bem o seu trabalho de secar seu corpo. Seria errado usar todas as cinco?
Sem queixar-se, as usou.
Algumas áreas de seu corpo estavam avermelhadas, devido ao atrito agressivo do tecido grosso na pele sensível. Se culparia sobre isso mais tarde.
Vestiu um conjunto de moletom confortável o suficiente para que corresse até o sofá e se deitasse ali. Mudara de posições, e nada lhe agradava. De bruços, de frente, de lado, até que apenas de cabeça para baixo o agradasse.
Cinco minutos se passaram, olhou todos os cantos da casa até se deparar com o seu celular do seu lado, não ousou pegá-lo. Esperou três, até que decidiu esticar a mão e finalmente apanhá-lo.
512 chamadas perdidas e 4.547 mensagens não lidas. "Deveria prestar mais atenção, isso não é certo". Sua mente lhe alertou.
Se surpreendeu quando uma ligação apareceu na tela, leu o nome "Jimin" até que seu estômago se revirou de nervoso. Atender ou não atender?
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DOMINATE | hiatus
Fanfiction[EM HIATUS E CORREÇÃO] A dor relacionada ao prazer. Algo que para uns instiga, assusta e para outros excita. E bem, digamos que essa frase não teria efeito algum em Jeon Jungkook, que antes de descobri-la era um tímido estudante de psicologia que po...