- Está tudo bem, Ju? - Perguntou, tocando uma de minhas mãos e colocando entre as suas em uma carícia despretensiosa.

- Tudo bem. - Assenti algumas vezes, olhando em seus olhos para tentar passar credibilidade. - Só vim deitar um pouco pra ficar descansada pra virar a noite.

- Tem certeza? - O garoto semicerrou os olhos na minha direção, fazendo revirar os meus próprios.

- Tenho. - Me levantei, puxando sua mão para que ele se levantasse, vendo sua resistência. - Agora vamos, já perdi o sono mesmo.

- Espera. - Ele reclamou, me puxando para si e abraçando minha cintura. - Vamos ficar um pouco aqui.

Mordi o lábio inferior e acatei ao seu pedido. Passei uma perna de cada lado do seu corpo e colei meus lábios aos seus, sendo muito bem recebida.

Matheus deitou seu corpo na cama e eu o acompanhei, sem separar nossos lábios do beijo calmo que havia se iniciado. Suas mãos atrevidas passeavam por meu corpo sem permissão e eu não me importava. Me sentia desejada a cada toque seu, a cada indício de intensidade colocado naquele beijo.

Sem controle sobre meus movimentos, procurava aliviar a tensão instalada no meu baixo ventre com a fricção de nossos quadris. Já podia sentir o quão animado ele havia ficado com o nosso contato.

Não me lembrava de ter intimidade com Matheus como naquele momento, como já havia tido com Thomás. Aquilo era novidade entre nós dois e eu estava adorando levá-lo ao limite. Foi quando percebi que estávamos próximos dele que eu resolvi separar nossos corpos, me levantando e indo em direção à porta.

Com a mão na maçaneta, olhei para o garoto por cima do ombro e o encontrei apoiado nos antebraços e completamente atordoado. Um sorriso malicioso e vitorioso nasceu em meus lábios enquanto eu proferia a seguinte frase:

- Te vejo na sala. - Pisquei na sua direção e saí dali.

Eu queria me entregar à ele, mas não via sentido em fazer aquilo ali enquanto ainda estávamos na presença de Thomás. Jamais faria aquilo com nenhum dos dois quando o outro estivesse presente.

Bom, a Julia Libriana sóbria não faria, mas tudo poderia acontecer até o fim daquela viagem.





Já passava da meia noite e aquele era o nosso último dia para aproveitar ao máximo aquela viagem. Havíamos feito o pacto de não dormir e todos estavam cientes de que, se um de nós dormíssemos, os outros fariam questão de fazê-lo sofrer as consequências.

Tati e Gui passavam a maior parte do tempo entre comer bolo e jogar vídeo game enquanto Lola e Davi interagiam vez ou outra, mas boa parte do tempo estavam preocupados em trocar carícias.

Carol era quem preparava as bebidas e vez ou outra recebia a minha ajuda ou de Tati. Matheus e Thomás trocavam algumas frases sobre o jogo de Tati e Gui ou sobre o narguilé que fumavam. Já comigo os garotos comentavam sobre algo que tínhamos em comum na maior parte do tempo.

É verdade que com Matheus eu tinha em comum o meu irmão e o colégio, enquanto com Thomás eu havia criado um laço mais forte e sabíamos mais um do outro, sendo assim acabava conversando mais com o garoto cacheado.

Em algum momento passei a me sentir sufocada por isso fui para a varanda me sentar em uma das cadeiras e olhar para o mar. Tínhamos uma vista privilegiada, era verdade e eu agradecia por aquilo, pois naquele momento eu precisava analisar as ondas se quebrando para me acalmar. Sabia que meu sufocamento se devia à minha escolha.

Matheus ou Thomás.

Dois garotos tão diferentes e uma escolha a ser feita.

Eu tinha mesmo que escolher?

Não Acredito Em SignosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora