Capítulo 2

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SEGUNDA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2122

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SEGUNDA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2122.

"A polícia reabriu o caso Luporini e estão ouvindo testemunhas." Relatou um locutor de rádio. "Os herdeiros da Mineração Luporini, Arthur e Lola, agora terão de encarar algo que há seis meses tentavam esquecer."

Uma lufada de vento quente bateu contra o rosto de Arthur. No banco de trás do carro de Rafaela, Lola se encolheu nos braços do irmão. Ela estava em estado de choque, as palavras haviam desaparecido, e não importava o que o irmão dissesse, nada parecia amenizar a dor que sentia. Lágrimas quentes escorreram; ela detestava repórteres desde o desaparecimento de Alec e Rebecca em 12 de julho. Naqueles dias, jornalistas preenchiam a entrada do condomínio buscando algum pronunciamento deles.

— Não acredito que já faz seis meses — murmurou Rodrigo do banco da frente. Ele também não estava com sua melhor aparência. — Podemos vê-los, mãe?

A Sra. Queiroz olhou para o filho de soslaio.

— Não quero que vocês passem pela sensação que seu pai e eu passamos — disse Rafaela, encarando os sobrinhos pelo espelho. — Acho que seus primos não merecem isso. Eles estavam tão... Estavam tão machucados. E mesmo se pudessem, eles levaram os corpos para o IML.

"Nós decidimos fazer uma cerimônia religiosa para a minha irmã e o Alec." O Sr. Enrico Queiroz disse com uma voz controlada. "Nós estamos todos muito abalados com a notícia, e queremos agradecer ao departamento policial de Cipriano pelo apoio."

O locutor radialista acrescentou, assim que Enrico acabou de falar:

A cerimônia para Alec e Rebecca Luporini acontecerá amanhã na capela do Velório Municipal e será aberta ao público.

— Não sabia que o tio Enrico falaria no rádio — Arthur disse do banco de trás, com a voz reprimida.

— Alguém tinha que ser o porta-voz da família, meu amor — Rafaela falou. — A imprensa veio para cima de nós com tudo. Foi à melhor maneira que achamos para fazê-los saírem de nossas vidas.

Em seguida, o celular de Arthur vibrou. O de Lola também apitou indicando que haviam acabado de receber uma mensagem. Não demorou muito, e o celular de Rafaela, Rodrigo e Breno também apitaram com a notificação. Os gêmeos deslizaram os dedos pela tela do celular. Lola não se moveu, continuando com a cabeça baixa, chorando copiosamente. Arthur colocou a mão no bolso, pegando o aparelho. A mensagem que havia chegado não tinha nada escrito nem uma assinatura. O número estava restrito, então ele não sabia quem havia enviado aquilo.

— Vocês também receberam a mesma coisa? — Breno perguntou baixinho.

— Acho que sim — Rodrigo respondeu.

O Jogo dos Segredos [1] DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora