51. (Lukas)

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-O que deu na loira? -VN pergunta dando seu último gole de cerveja.

-Deve ser aqueles dias da mulher! -PR responde.

Fico calado, na real nem sei o que estou fazendo aqui, quase nunca venho na casa do Pedro, só venho quando tem festa ou quando tenho que deixa-lo bêbado em casa. Fico impressionado como de repente consigo sentir tantas necessidades, eu nem sei porque ainda estou aqui, eu nem gosto de jogar baralho, lembra quando eu disse que precisava ficar longe da Amanda, pois é eu descobri que não consigo.

Eu precisava mandar ela pra longe, de preferência um lugar onde não a visse, mas simplesmente não consegui, eu precisava saber se ela estava bem e segura, então mandei o PR cuidar dela, mas descobri que o PR não cuida nem dele.

Eu tinha pensado em trancar ela no próprio quarto mas eu sabia que não ia me controlar, eu sou um bosta fraco por mulher, não que eu era forte mas se apaixonar não dá.

Algo vibra no meu bolso, ponho a mão e tiro meu celular, logo Geovana brilha na tela.

Mensagem on:

Geeh -Vai dormi em casa?
22:57

Geeh -Não esquece de amanhã!
23:15

Geeh -Ai Deus! Você esqueceu né?
23:39

Geeh -Eu vou te matar😠
23:40

Eu não esqueci, e eu vou dormir em casa.
23:41

Geeh -Aff! 😐
23:41

Pq?
23:41

Geeh -Nada não, tá onde?
23:42

Na casa do Pedro!
23:42

Mais tarde tô ai, quer alguma coisa?
23:42

Geeh -O VN tá ai?
23:43

Não!
23:43

Geeh -Trás uma sopa de carne e um suco de maracujá, e trás aquele sorvete que eu gosto de flocos, e eu quero pão doce também!
23:45

Só isso! 😲
23:46

Geeh -Vai trazer ou não?
23:46

Vou!
23:46

Geeh -Tá tchau!
23:47

Mensagem off.


Desligo o celular colocando no bolso, olho pra mesa e vejo VN sorrindo e PR fazendo uma careta estranha, olho pros dois erguendo uma sobrancelha.

-O que foi? -pergunto e VN abre mais seu sorriso.

-Olha! -VN aponta pra sala onde Amanda dorme no sofá, ela segura o controle e suspira enquanto dormi.

-Não vou levar ela pra cama e garanto que ela vai ter uma baita dor na costa quando acorda! -PR fala se levantando e recolhendo as cartas. Olho pro VN que se levanta e anda até o armário o abrindo.

-Não olha pra mim! -ele diz puxando um pacote de biscoito.

-Ata! -faço uma careta e me levanto indo até a sala.

Assim que chego no sofá puxo o controle da mão dela que se meche mas não acorda, desligo a tv e ponho o controle na mesinha de centro. Dou um suspiro e caminho de volta até o sofá , com jeitinho pego ela no colo, passo pela cozinha e vejo PR tentando tomar o pacote de biscoitos do VN que grita irritado, reviro os olhos e continuo até chegar no quarto dela.

Abro com cuidado sem fazer barulho e logo que está aberta entro com cuidado, Amanda suspira e se meche um pouco. Caminho até sua cama e a deito devagar, por algum motivo sinto necessidade de cuidar dela naquele momento. Tiro sua sapatilha amarela e a cubro, respiro fundo e me sento na beirada da cama, olhando ela dormir profundamente, ela parece ter bons sonhos, sorrir é uma facilidade incrível nela.

Seria bom te-la de novo comigo, mas sinceramente eu não sei como lidar com isso, nunca sei o que fazer, ter ela longe de mim só me faz ter mais raiva de mim mesmo, querer ela por perto é o que eu mais quero, mas não sei se vou conseguir me perdoa se fizer ela sofrer de novo.

Ela não iria me perdoar, mesmo ainda não tendo me perdoado, e eu nem sei se ela vai, só queria que fosse mais fácil, o pior é que eu sei que não vou pedir perdão.

Meu celular vibra de novo no meu bolso mais dessa vez começa a tocar logo em seguida. Me assusto e o tiro do meu bolso rápido, VN brilha na tela e eu o xingo mentalmente, me levanto rápido e me viro pra porta pra sair e dá um soco no Vinicios.

-Oi! -Puta merda!

Viro lentamente vendo Amanda coçando os olhos sentada na cama, assim que  ela  me reconhece sua feição muda e seus olhos se arregalam.

-Eu já tava saindo! -digo me virando e botando a mão na maçaneta que não gira parece dura, parece trancada ou que alguém ta segurando, VN.

-Me trouxe pra cá! -me viro e vejo ela deitar novamente de braços abertos. -Não vai me bater vai?

De alguma forma aquilo me doeu, não o fato dela acha que iria machuca-la, mais sim por me perguntar tendo quase certeza que sim.

-Não.

Digo apenas, me sento novamente na beirada da cama, a olho e vejo sua reação surpresa ainda olhando pro teto.

-Então tá! -diz.

Um silêncio absurdo toma conta, olho pra porta e vejo a sombra de VN sair, minha oportunidade de sair daqui. Lembro da Geeh e do que ela pediu, merda não deve ter mais nada aberto.

-Amanhã vai se a inauguração da clínica médica da Geeh, se quiser ir vai com o PR! -digo indo até a porta e abrindo, felizmente tá aberta.

-Obrigada! -ela diz mas não tenho coragem de olhar pra ela, apenas saio e fecho a porta.

Não sei se é vergonha mas olhar pra ela nesse momento não ia dá certo. Ando até a sala e encontro PR dormindo no sofá e VN jogado no chão.

-Quer que eu te carregue também? -pergunto pra ele que revira os olhos e rir.

-Por favor! -VN diz esticando os braços, faço uma careta ando até a porta saindo daquela casa.























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Continua...

A Menina Do MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora