37. (Geeh)

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Acordo assustada em algum lugar, olho pro lado e vejo um homem me olhando com uma prancheta na mão, ele me olha por um momento e depois anota alguma coisa.

-Como se sente? -diz vindo até mim, olho direito e já sei onde estou, estou em um hospital, agora por que?

-Por que estou aqui? -vejo sua expressão mudar, ele anota outra coisa na prancheta e se volta pra mim de novo.

-Seu irmão e um amigo lhe trouxeram desacordada, -ele diz e eu não me recordo desse acontecimento mas foda-se eu quero sair daqui -O que sente senhorita Menezes?

-Eu sinto... -Não sei exatamente, estou morta de fome, minha barriga resmunga, mas ñ posso comer, não depois de tudo, -Não sinto nada, já posso ir!

-Sinto lhe dizer, mas reparamos que a senhorita apresenta um quadro crítico, está fora do peso ideal, a baixo muito abaixo, está pálida e precisamos da sua autorização pra fazer exames! -ele diz e eu nego com a cabeça me levantando -onde vai?

-Pra casa! -digo convicta.

-Não pode, precisamos fazer alguns exames antes, é rápido, antes era bom a senhorita se alimentar! -ele diz e meus olhos se enchem de lágrimas.

Não, eu não posso, não posso, eu estou gorda e feia, como vou comer, só pra ficar mais gorda, obesa parecendo um hipopótamo, não, assim eu não fico, preciso ficar linda, magra e gostosa, se eu comer eu vou engorda, se eu não comer eu vou ficar linda, linda, linda.

-NÃO! -digo correndo pra uma salinha q tinha no quarto que na verdade era um banheiro.

Paro em frente ao espelho, MEU DEUS o que houve comigo, porque eu tô assim, eu tô gorda, não posso tá gorda, eu me cuido, eu tô engordando por causa da comida, não vou mais comer, me viro de lado e vejo as gorduras, ai, por que? Como eu posso ser assim,uma vergonha pra humanidade, por que?

Bato no espelho com todas as minhas forças, e o mesmo se quebra em vários pedaços, deixo todas as minhas lágrimas cair, sinto alguém me segurar por trás, pego um pedaço do vidro e a pessoa se afasta, saio do banheiro e vejo uns quatro enfermeiros, eles gritam pra mim soltar o vidro mas eu nego com a cabeça, sinto um enjoo horrível, quando vejo tem sangue voando da minha boca, um médico entra na sala e eu corro pro canto do quarto, vejo VN entrar atrás do médico ,ele olha por todo o local, as lágrimas continuam descendo.

Olho pra ele e vejo o quanto ele parece triste, o quanto ele está assustado, olhando ele assim é tão bonito de ver, ele não parece aquele ogro que me mandou embora, que não me apoiou na maior decisão da minha vida, que simplesmente desistiu de mim, não me esperou, preferindo escutar seu orgulho do que seu coração.

Sinto alguém me abraçar por trás, tento atacar ela mais um homem tira o vidro de mim, uns três enfermeiros me põe na cama e eu me de debato pra sair dali, sinto uma leve dor no meu braço, e assim eu fecho meus olhos me acalmando um pouco e de repente tudo fica escuro.

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Abro meus olhos devagar tentando me acostumar com a claridade, sinto meu corpo fraco e quase dormente, tento me mecher mas não consigo, meu corpo parece pesado e eu pareço fraca demais pra carrega-lo.

-Oi! -olho pro lado e vejo Amanda escorada na parede, ela parece triste, Amma está ao seu lado com a mesma expressão, sinto um clima tenso, -Podemos conversar?

-Tenho escolha? -respondo meio sarcástica e Amma vem pro meu lado, Amanda continua no mesmo lugar.

-Bom, os médicos fizeram uns exames aí, um monte -Amma riu, e Amanda chegou mais perto.

-Você está doente Geeh! -Amanda disse e eu comecei rir; como assim doente, só pode ser brincadeira.

-Eu não tô doente! -disse parando de rir.

-Você tá sim -Amma começou a falar -Você tem transtorno alimentar! -ela disse e eu virei o rosto.

-Vocês estão brincando né, eu pareço um baleia orca e vcs tão falando q eu tenho transtorno alimentar?

-Tá vendo, você está quase um esqueleto e ainda pensa q está gorda, isso não é normal Geovana, não é! você precisa de ajuda, e nós vamos ajudar, todos nós!














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Continua...

A Menina Do MorroWhere stories live. Discover now