Uma doce melodia - Os sons do amor

Capítulo 20 - Bônus

It's you, it's always you

If I'm ever gonna fall in love, 

I know it's gonna be you

It's you, it's always you

- It's you (Ali Gatie)

Raphael 

Eu confesso que olhar a Triss tão perto de mim e de tudo que me cerca me assusta pra caramba. O cheiro dela está marcado em mim e eu me pego viciado em sentí-lo todos os dias. O engraçado é que faz tão pouco tempo que a conheci, mas não me lembro de absolutamente nada na minha vida antes dela chegar. Eu sabia que ela queria que eu provasse que ela era diferente de todas as outras meninas com quem eu estive. Aparentemente, ela não percebeu que já era. Eu nunca havia deixado alguém chegar tão perto de quem eu sou realmente como fiz com ela. 

Mas o que eu poderia fazer? Triss conseguia enxergar além dos meus muros. Eu nunca percebi o quão exaustivo era deixar as garotas a distância. Mas ninguém sabia o que era ser eu. Finalmente encontrei uma garota que não tentou me impressionar. Ela não se importava com o que eu fazia em cima de um palco ou de quem eu era filho, ela se preocupava com o que eu fazia como pessoa. Eu estava me vendo completamente desarmado e a mercê dessa garota que me faz sentir mais vivo do que eu já estive por toda a minha vida.

Eu tinha o objetivo de fazê-la acreditar o qual malditamente incrível ela é. Eu queria saber o motivo dela ter tanto medo de ser o centro de atenções, mas ao mesmo tempo eu não imaginava como lidaria quando ouvisse tudo o que ela havia passado. Eu tinha a forte impressão que eu seria capaz de acertar meu punho no rosto de alguém que a magoasse.

Ela me deixa nervoso como o inferno e nem percebe. Eu sabia que ela não era como as outras garotas no momento que vi o olhar de desgosto em seu rosto depois que a chamei de "menina bonita". A maioria das meninas teriam amolecido se eu lhes chamasse assim. Mas não Triss. Ela parecia que queria me dar um tapa na cara.  

Observo sua pequena mão tocando os instrumentos com delicadeza e me pego pensando na voz que ouvi quando estávamos em seu carro, automaticamente uma ideia me vem em mente e me vejo sorrindo.

- O que foi? - ela pergunta desconfiada. Sorrio junto.

- Canta comigo? - peço e vejo seus olhos arregalarem. - Só uma música - insisto, tentando não pressioná-la.

- Eu... Eu não sei cantar - ela recua.

- Por favor?! Só uma música.

- Se eu quebrar algum vidro, o culpado é você - ela brinca, mas percebo que fica nervosa. Aperto o botão de gravação e a puxo até a cabine enquanto seguro o violão com outra mão. Ela solta risada, relaxando.

Começo a dedilhar algumas notas e percebo que ela reconhece a letra. Nós a cantamos em seu carro uma vez, embora eu me lembre que ela estivesse cantarolando baixinho, envergonhada.