Parte 7

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Meus olhos estavam embaçados, e tudo que eu conseguia ver eram borrões. As vozes masculinas e femininas se misturavam, e as palavras se tornaram ruídos. Sinto algo nos meus braços e olho para cima. Minha visão volta aos poucos e eu consigo distinguir o primeiro rosto: Sr. Jones. Olho para baixo e vejo que visto roupas de hospital. Naquela hora, me lembro que estava andando pela rua e de repente tudo se apagou. 

- Ei, enfermeira!? Alguém? Ela está acordando. 
Klaus gritava pelas enfermeiras, e quando dei por mim estava na cama de um hospital com meu chefe ao meu lado. Meu chefe. 

Por que esse tipo de coisa acontece comigo? Eu aposto que peguei toda a má sorte do mundo para mim, e consegui duplicá-la, não é possível.

- Hey, você está bem? Consegue falar comigo?

- Sim... estou bem. Minha cabeça dói um pouco. O que aconteceu exatamente? - eu estava muito confusa e as lembranças começaram a se misturar em minha mente.

- Você estava andando pela rua, e coincidentemente eu estava na outra calçada caminhando. Quando ouvi um barulho de bicicleta caindo no chão e olhei para os lados. Você tinha sido atropelada pela bicicleta. E você teve muito sorte.

- Sorte? Você acha mesmo? - disse, apontando para o soro que estava em meu braço.

- Claro. Poderia ser pior. Um carro por exemplo.

- Nossa, estou muito mais tranquila. Obrigada.

A enfermeira entrou no quarto e perguntou onde eu morava, o nome e o telefone de alguém que poderia ser meu acompanhante. Eu disse que morava sozinha e que as pessoas que poderiam me acompanhar estavam fora da cidade. Eu tentei dizer que estava tudo bem e que eu poderia ir para casa, mas ela me disse que eu teria que sair acompanhada de alguém, e que eram regras do hospital.

- Ela pode ir pra minha casa até se recuperar.

Eu olhei para o Sr. Jones com uma cara de espanto. Minha situação só piorava.

- Não, imagina se... que isso, eu posso me cuidar sozinha, eu nao preci...

- Eu faço questão. Onde estão os papéis que devo assinar?

♡♡♡

A casa dele era enorme. Parecia aqueles castelos vitorianos antigos. No meio da sala, havia uma estátua como aquelas da Grécia Antiga, e muitos lustres no teto. Era possivel observar tons de gelo e vinho entre as decorações do cômodo,e eu senti que enriqueci milhões de dólares apenas ao entrar naquele ambiente.

Fomos recebidos por uma empregada (ele deveria ter umas trezentas) que carregou minhas malas até o quarto de hóspedes . Ele me levou até a cama e me deu uma espécie de bipe, e disse que quando precisasse de algo era apenas apertar o botão que viria alguém me atender. 

- Amanhã quero estar de volta na minha casa, ok? 

- Sim, senhora. 

- Ei. - ele se virou para mim - obrigado.
Ele me deu apenas um meio sorriso.
Ele poderia ser um babaca, mas era um babaca gentil. Nesse meio-tempo eu comecei a me afeiçoar a ele. Pensei que talvez aquelas atitudes fossem apenas fachada para passar uma imagem de empresário sério, mas ele tinha um coração bom, eu sentia isso. Até por que, quem se ofereceria para abrigar em sua casa uma estranha?

Mr. Stupid JonesWhere stories live. Discover now