Dark Dreams (Finalizado)

Obrigada

    Depois daquele dia vergonhoso, nenhum dos dois ousaram se olharem. Alice ficou impaciente olhando para o espelho em seu escritório.
- Tenho que ter coragem. – Ela balançou a cabeça. - Mostre-me o garoto.
   O espelho obedeceu, e mostrou. Ele estava em seu escritório também mexendo em uns papéis.
- Por que não vai ver ele pessoalmente?
- Depois daquele dia... Não consigo.
- Aposto que nem ele. Ele parece angustiado.
- Eu sei.
- Ele vai se casar mesmo com aquela garota, o que ira fazer?
- Eu não sei, ainda estou vendo.
- Eu tenho um plano que vai chocar todo mundo.
- E qual é?
   Charles olhou para ela e sorriu.
- Você sabe que temos que ir para as fábrica?
- Eu esqueci.
- Vamos. Vou pegar seu casaco e seu chapéu.
- Certo.
   Charles saiu da sala.
- Coragem, Alice!
    Charles voltou para o escritório e colocou o casaco na Alice e depois colocou o chapéu nela.
   Eles dois saíram e entraram em uma carruagem que estava esperando.
- O que foi, Alice?
- Depois daquele baile não tivemos coragem de nos ver. E pior, Sebastian me beijou.
- E você deu uma facada na cabeça dele.
- Eu estava descontrolada.
- Eu sei, foi a Elizabeth. Vamos esquecer isso.
  Depois de alguns minutos eles chegaram na fábrica e Ciel e Sebastian estavam esperando eles, então se aproximaram.
- Alice.
- Desculpa a demora.
- Tudo bem. Quero me desculpar daquele dia, só não posso ver você sendo incriminada.
- Certo.
  Ciel segurou a mão de Alice e sorriu.
- E me perdoe por beija-la.
  Sebastian se curvou.
- Tudo bem, já beijei pessoas melhores.
   Ciel e Charles começaram a gargalhar.
- Aprendeu, Sebastian?
- Sim.
   Eles entraram na fábrica, olharam todos criando os coelhos de pelúcias e as bonecas de porcelana. E quando terminaram saíram.
- Está tudo maravilhoso.
- Que bom. Ainda temos tempo, vamos tomar um chá?
- Claro. Vai ser bom para me tranquilizar.
  Eles andaram com as mãos dadas, nem na carruagem eles soltaram as mãos. Eles finalmente chegaram na mansão e foram para a biblioteca.
- Ainda não li todos os livros.
  Alice soltou a mão do garoto e depois pegou um livro e em seguida sentou em uma poltrona.
- Você vai se casar com ela?
- Os pais dela estão preparando tudo.
- Pediram sua ajuda?
- Sim. Mas não irei ajudar, mandei Sebastian recuar os pedidos de ajuda.
- Vai aparecer no casamento?
- Ainda estou pensando. Isso está sendo um maior escândalo.
- Peço perdão.
- Não precisa. Eu até que estou gostando.
- Você gosta de um alvoroço.
- Sim.
  No lado de fora alguém começa a gritar.
- Ignore.
- Quem é?
- Elizabeth.
- Mandei todos ignorarem ela.
- Entendo.
- Por que estão demorando? Irei chama-los.
- Irei esperar.
  Ciel caminhou para fora e saiu da sala fechando a porta.
- Esse amor está fazendo nossos corações sofrerem. Mas fomos nós que escolhemos isso e sou a única a reclamar. Ele precisava disso. – Alice se levantou e foi colocar o livro em seu lugar. – Não devo reclamar, eu o amo com a minha vida.
   A casa estava um pouco silenciosa, o silêncio só foi quebrado com os gritos dos três empregados. Alice saiu da sala e foi procurar o Ciel, ela andou na casa toda, ele estava em uma sala falando sozinho. Então ela se encostou na parede.
- Não vou ajudar nada com esse maldito casamento. Estamos nem na idade de casar. – Falou Ciel bem irritado. – Não vou!
  Alice olhou para o chão.
- Certo, vou ajudar com as alianças.
   Alice olhou para lado e foi embora.
- Não agradeça. E eu não falei para quem seria.
   Ciel desligou o telefone, e caminhou ate a sala principal.
- Que silêncio.
   Ele caminhou até a cozinha e o silêncio foi desaparecendo aos poucos.
- O que está havendo aqui?
- MeyRin quebrou alguns pratos.
- De novo? Onde esta a Alice?
- Eu não sei, ela deve esta na biblioteca.
- Obrigada, Charles.
- Nada, Conde.
  Alice estaria no jardim cortando algumas flores. Ciel procurou pelo lugar mas não há achou, mas ele caminhou ate a janela e viu a garota no jardim e ele foi até ela.
- O que...?
  William apareceu no lado da garota.
- O que deseja, William?
- Só queria ficar um pouco com você.
- Só isso?
- Sim. Não consigo esquecer aquilo.
- Eu fui obrigada pelo Grell a fazer aquilo.
- Eu sei, eu sei...
  William pegou a mão dela, mas ela puxou.
- Por quê está com ele?
- Eu gosto dele, você sabe disso.
- Você não era assim, você odiava homens.
- Vocês me fizeram esquecer esse ódio, mas o Ciel foi diferente.
- Foi?
- Nos conhecemos desde pequenos.
- Como sabe que não é com o mais velho?
- Ele me reconheceu de primeira.
- Só isso?
- Talvez.
- Entendo.
- Nada vai nos separar.
- Nada?
- Nada mesmo. – Alice levantou. – Até depois.
   Alice caminhou até metade do jardim.
- Você está ai quanto tempo, Ciel?
- Pouco tempo.
  Alice cora levemente.
- Vamos.
- Sim.
  Ciel se levantou e seguiu Alice.
- Quero beber.
- O que?
- Quero beber.
- Mas não pode.
- Posso.
  Os dois voltaram para a mansão e foram para a biblioteca.
- Quero beber, Charles.
- Não pode.
- Quero beber!
  Charles e Sebastian olharam para Ciel.
- Vá buscar para ela.
- Como?
- Não devemos contrariar os desejos das mulheres.
  Alice sentou em uma poltrona. Ciel olhou para a garota imaginando como ficaria louca com álcool. Sebastian chegou com uma taça e uma garrafa de vinho e Charles serviu Alice, ela pegou a taça e tomou um gole do vinho.
- Quando começou a beber?
- Faz pouco tempo. Bebo quando estou enjoada de chá.
- Entendo.
- Perdoe-me beber na sua frente, me sinto aliviada com você.
- Tudo bem, entendo sua situação.
- Obrigada.
- Não precisa agradecer.
   Quando Alice estava ficando quase fora de si, ela colocou a taça em cima de uma mesinha e depois levantou um pouco tonta.
- Precisamos ir, obrigada Ciel.
- Não quer passar a noite aqui?
- Não precisa.
  A garota se aproximou do garoto e deu um beijo em uma das bochechas dele.
- Tchau.
   Ciel corou um pouco.
- Tchau.
   Ao ver Alice partindo o garoto sorriu e a garota segurou nos braços dos mordomos e os dois ajudaram ela a descer as escadas.
- Obrigada Sebastian.
- Como?
- Obrigada, e agradeça ao Ciel por mim.
- Como quiser.
  E os dois foram embora.
- Esses dois são mais interessantes que eu os que conheço.