Chego em casa e encontro  a cena mais inusitada.  Algo para lembrar  por toda a vida. Meu pai e minha  mãe  na cozinha conversando  calmamente  e tomando um café.

- Que bom ver vocês  assim. - falo emocionada. 

Meu pai levanta  e vem até mim. O abraço com muita vontade. Estava com saudades e só agora  me dei conta.

- Sua mãe  me contou  tudo. Porque  me escondeu filha?

- Foi tudo  tão rápido que  não  me lembrei.  Desculpa  pai. - digo.

- Não  tem porque  amor. Sei como deve ter ficado. Que bom que terminou  tudo bem. - ele diz.

- Foi horriel. - falo com a voz embargada.

- Acabou Luna.  E como o Théo  está? - ele pergunta me levando para a mesa.

- Está desidratado. Chegou com febre  alta e com infecção  no braço  por causa  do tiro.  - falo.

- O importante  é que ele está a salvo. - fala minha mãe.

Passamos mais um tempo conversando. Pergunto por Helena e ela está  trabalhando. Ele saiu  apenas para me ver. Meu pai trabalha como gerente geral da rede de lojas da avó da Bella.  Não se dão muito bem, mas ele é o melhor, segundo  ela.

Aproveitei  para tomar um banho e deitar.  Parece mentira, mas preciso dormir. Sem hora para acordar.  Théo  já está em casa  e já aceita os filhos. Motivos suficientes  para eu dormi traquila por horas.

A semana passa e sinto  dificuldade em ficar longe do Théo  a cada dia que passa. Não tenho como falar com ele. Está sem celular. Fico sabendo  dele por Louise.

Ontem fiz uns exames  de sangue. E outros que a obstetra pediu.  Espero  que dê  tudo normal. Nao vejo a hora de saber os sexos. O que sera que o Théo  prefere?

Almoço  com minha mãe.  Ela que fez a comida. Está cada dia melhor e mais disposta. E sempre preocupada  comigo.  Ela acha que  devo comer por três. Se eu seguir essa teoria vou acabar  obesa.

A noite, minha mãe deita cedo e fico esperando Ninna que virá dormir  aqui. Ainda continuamos com nossa noite na semana. Só não  bebo.  Fico olhando ela fazer isso.

- Ooi!!!! Trouxe pizza! - diz Ninna entrando. 

- Ai! Nem sabia  que eu tava nessa vontade de comer pizza. Diz que trouxe  de calabresa, por favor. - falo.

- Calabresa. Uma metade só para você.  - diz Renan entrando em seguida.

- Renan!  E o Théo?  - pergunto preocupada.

Ele me olha e sorri. Já deve imaginar  o que estou  pensando. Ele é fera nisso.

- Não  se preocupe. O papai delegado está bem guardado.  Ninguém  entra naquela fortaleza. - diz.

Fico aliviada  e consigo  sorri. Fomos para a cozinha e peguei pratos e talheres.  Arrumamos tudo. 

- Me dá logo  Renan. - peço.

- Que desespero. Esta vendo Ninna que eu estava com a razão?  Falei para trazer  uma inteira.  - diz Renan.

- Deixa de exagero.  Dá logo Renan. - diz Nina.

Por fim ele parou a brincadeira  sem graça e me deu a pizza. Comi a primeira fatia  com desespero. Confesso. 

Ainda não entendo o lance dos dois. Mas para o Renan ficar vindo do Rio para cá não deve ser só sexo. Porque  lá ele deve arranjar e muito.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde histórias criam vida. Descubra agora