Capítulo 3 - Ryan

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VALE A PENA AMAR?  

I amLittle bit of loneliness

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I am
Little bit of loneliness

A little bit of disregard

A handful of complaints

But I can't help the fact
That everyone can see these scars

Faint – Linkin Park

Eu sou
Um pouco de solidão

Um pouco de negligência

Uma plenitude de reclamações
Mas eu não posso evitar o fato
De que todos podem ver essas cicatrizes

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A vida poderia ser muito mais fácil sem amor.

O racional dominaria, então a tomada de decisões seria ainda mais tranquila, as pessoas não sofreriam com as consequências, pois já saberiam que elas aconteceriam. O egoísmo, que já acontece normalmente, não seria sentindo na mesma intensidade que hoje. Os relacionamentos acabariam quando não fosse mais interessante para um dos lados e tudo estaria maravilhosamente bem.

Os casamentos seriam feitos por puro interesse, como normalmente é. Bom, por algum dos lados.

A realidade é que sempre um lado vai sofrer. Sempre um dos dois vai amar mais que o outro. Sempre um vai estar mais disposto a ceder aos caprichos do parceiro. Sempre vai existir um!

Não dois! UM! Apenas um disposto a fazer o relacionamento dar certo.

E mesmo sabendo de tudo isso. Mesmo, depois de Briana ir embora. Mesmo depois de ter entregue meu corpo para uma mulher a cada dia. Mesmo me deitado com elas a cada noite. Eu tinha certeza que a vida não seria a mais justa ou sincera sem amor.

Relacionamentos frágeis, pessoas vazias e sentimentos rasos.

Eu nasci para amar e não apenas para alimentar meu físico. Por mais forte que seja, sempre ansiei por um relacionamento duradouro. Casar, filhos... enfim, uma família.

Depois que a falecida foi embora para Londres com o amante, nunca mais me apaixonei. Prometi que iria fazer o que quisesse, mas meu coração não ia se comprometer de novo. Não tão cedo pelo menos.

Mas ter relacionamentos de apenas uma noite me cansavam. Nos primeiros cinco meses até que funcionou. Ficava com mulheres que conhecia na noite.

Mas agora isso não me bastava. Meu físico estava saciado. E o coração? O que fazemos quando ele pede por mais. Quando ele anseia por mais? Algo menos vazio que relacionamentos de uma noite só. Algo mais intenso e que complete cada célula do meu corpo!

Com algumas das mulheres que passei a noite, fiquei instigado em querer mais. Mas não me permiti. Fiz uma promessa, e iria cumprir. Não só pelo medo de tentar algo sério. Era o desespero em saber que fui trocado mais de uma vez e poderia ser facilmente trocado novamente.

Quem consegue entregar seu coração sabendo que ele já tinha sido destruído tantas vezes que repará-lo talvez fosse impossível?

Faz duas semanas que não saio, sequer atendo os telefonemas e mensagens de garotas de alguma noitada.

Talvez sozinho e amargurado sej a melhor opção. Para mim e para as incontáveis garotas que machuquei nesses últimos meses. Talvez esse seja o destino que me fora reservado. Pelo menos dessa forma, eu não me machuco e não machuco mulheres que se deitam comigo.

 Pelo menos dessa forma, eu não me machuco e não machuco mulheres que se deitam comigo

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Se existe algo que me faz relaxar, é cuidar da minha fazenda. Meus cavalos são a coisa mais importante da minha vida. Meu avô construiu esse lugar na época da recessão. Aqui, ele plantava batatas e criava cavalos para alguns haras que ficavam no centro de Dublin.

Quando meu pai assumiu os negócios do meu avô, passamos a ser o nosso próprio haras. Ainda compravam de nós, mas estávamos crescendo. Quando meu pai se afastou por problemas de saúde, tomei a direção. Foi aí que resolvi colocar aulas de equitação. Um restaurante para a famílias se reunirem, um rio para as crianças nadarem e alguns lugares reservados para os casais renovarem o amor. A fazenda vivia cheia e eu amava ver as crianças correndo de um lado para o outro com seus potrinhos. Amava a energia de amor que emanava dali.

Lucky era meu cavalo. Negro como a noite, possuía uma pelagem enorme e brilhante como as estrelas, uma mancha no peito lembrava um trevo de quatro folhas. Comprei uma espécie de coleira com um pingente também com um trevo. Sempre que estava com problemas, eu ia até o estábulo e ficava por horas conversando com ele. Mesmo que não tivesse uma resposta, eu tinha a certeza que ele me escutava. Ele era meu garanhão da sorte.

E hoje eu estava extremamente frustrado e revoltado com a vida.

Entro no estábulo e encontro Lucky deitado com um filhote de gato preto dormindo nele. Fico estático com a situação, já que meu cavalo não se dá muito bem com outras espécies. Fico um tempo observando a situação até que ele acorda e se depara com o felino ali.

Ele relincha e levanta no susto. Já o gato, eu deveria ter filmado essa cena, dá um pulo de quase dois metros de altura e me olha assustado. Ele caminha em minha direção e o pego. Ele se aninha no meu pescoço. Olho para Lucky, que me fuzila com os olhos, nunca havia visto um cavalo tão expressivo.

– Ainda não gosta de outros animais, Lucky? – Uma voz suave fala atrás da porta do celeiro.

Reconheço, só pelo sotaque engraçado, a dona da voz e posso ver meu cavalo sorrindo com o olhar e relinchando de alegria. O novo morador levanta os olhos, me olha preguiçosamente e salta do meu colo em direção a jovem que estava me aguardando na porta do celeiro.

– Maeve. – Sorrio e viro para ela. – Como é bom ter você aqui de novo. 

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Eita, uma fadinha celta apareceu... quem já leu "Felicidade Invisível" sabe quem é a Maeve e do que ela é capaz, não é mesmo? Ela vai fazer uma breve aparição na história desses dois... então não se apaguem muito. Ryan tem um carinho grande por ela, e logo logo vocês vão saber por que!

Deixem aí nos comentários qual é a relação que o Ryan tem com a Maeve e o que será que ela vai aprontar com essa gatinha preta. <3

Não se esqueçam de ler com a playlist ein, está no meu perfil no spotify, é só pesquisar: Dando ao amor uma nova chance, que já aparece todas as músicas na playlist que montei <3

Beijos amores e amoras. Deixo vocês com o vídeo da música de abertura desse capítulo. <3

Dando ao amor uma nova chanceWhere stories live. Discover now