Prólogo - Liliane

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EM BUSCA DE ESPERANÇA

These wounds won't seem to healThis pain is just too real

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These wounds won't seem to heal
This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase

My Immortal – Evanescence

Essas feridas parecem não querer cicatrizar
Essa dor é muito real

Há simplesmente tantas coisas que o tempo nãopode apagar 

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Olho para a tela do celular. Abro o aplicativo de mensagens e reproduzo a mensagem de áudio.

"Amor, acabei de buscar seus pais na rodoviária. Paramos para abastecer o carro.

Logo mais estaremos aí. Seus pais estão mandando beijos".

"Estamos chegando, filha." Escuto as vozes dos meus pais ao fundo.

"Te amo, Lil."

– Eu também te amo – sussurro.

Seguro o celular no peito com força, fechando os olhos na esperança de que tudo não tenha passado de um sonho, ou melhor, um pesadelo.

Não sei quantas vezes já escutei essa mensagem. A última vez que escutei sua voz.

Suas vozes.

Segundos depois, suas vidas foram arrancadas, tão bruscamente, por assaltantes naquela noite infernal.

Sequer tive a chance de me despedir. Não tive a chance de contar– lhes que seriam avós.

Pouco mais de 14 meses se passaram.

61 semanas.

425 dias.

10220 horas.

E não teve um dia, nesse longo tempo, que eu não tenha escutado suas vozes naquela mensagem.

Minha vida acabou naquela mesma noite, junto com a deles. Com uma única diferença, eu ainda estava respirando. O pânico me consumiu, me impedindo de sair de casa sem companhia. Não me sentia segura. O medo me fazia ficar trancada, entre memórias e lembranças que de alguma forma eu precisava esquecer. Mesmo sabendo que os assassinos haviam sido presos, nada me importava. Eu simplesmente não conseguia encarar outros rostos, sem saber do que eles seriam capazes de fazer.

E agora estou sentada na poltrona do avião, ao lado da janela. Escolhida a dedo pela minha melhor amiga. Sei que é para que eu não tente fugir e me desviar de meu rumo para encontrá– la em Dublin. Lugar que será meu lar pelos próximos anos da minha vida.

Saio do transe ao escutar a comissária solicitar que afivelemos nossos cintos. Não tem mais volta!

O avião corre pela pista minutos depois e sinto a pressão ao erguer vôo.

Estou, finalmente, deixando o país que me tirou tudo que eu mais amava.

Meus pais. Meu Marido. E o filho que jamais pude carregar no colo.

Estou deixando para trás o lugar que tirou minha vida.

Com a pressão da decolagem, sinto como se todas as memórias ruins me abandonassem.

Meu corpo se arrepia e olho pela janela. Vejo o avião atingindo suavemente as nuvens escuras. Suspiro forte.

Sigo em busca de esperança. Sei que nunca mais serei feliz, mas tenho esperanças de que a dor não seja tão intensa a ponto de eu querer morrer, a cada lembrança ou apenas de olhar para cada móvel da minha casa.

Afinal, é a única coisa que ainda me resta.

Esperança.

E isso ninguém pode me tirar. Já haviam me tirado demais.

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Olá meus amores, o que acharam desse começo?

Será que vou destruir muito o coração de vocês? Deixe aí nos comentários o que esperam desse meu romance. Vou ficar feliz em acompanhar as reações.

Não se esqueçam de ler com a playlist ein: http://bit.ly/DauncSpotify

está no meu perfil no spotify, é só pesquisar: Dando ao amor uma nova chance, que já aparece todas as músicas na playlist que montei   <3

Beijos amores e amoras. Deixo vocês com o vídeo da música de abertura desse prólogo. <3



Dando ao amor uma nova chanceWhere stories live. Discover now