— Você é terrível Mariana.

— Eu? Mas é você quem quer matar a Débora.

— Por mérito todinho dela, pode ter certeza.

[...]

Se e não desligasse o celular estava até agora escutando os planos mirabolantes da Karol. Ela realmente não gosta nem um pouco da Débora, mas a megera também não facilita em nada a convivência entre ambas no restaurante. Aliás, ela não facilita pra ninguém, nem mesmo pra mim, mas tento não me importa com as provocações dela. Qualquer vacilo posso perder o meu empregoe não é isso que eu quero.

— Tá tudo pronto. – Melissa diz quando entra no quarto com sua amiga.

— Então vamos jantar e depois tá tudo liberado, mas sem exageros. Beleza?

— Beleza tia. – responde a menina com pijama de coelho.

Ficamos um bom tempo brincando e cantando músicas infantis até o sono e o cansaço render as duas. Coloco ambas na cama e apago as luzes depois de dar um beijinho em cada uma.

Vou para o meu quarto e fico deitada esperando o sono chegar mas acho que hoje ele não quer aparecer. Por instantes fecho meus olhos e recordo do beijo que Dominic me deu. Eu nem devia estar pensando nele, mas é só o que consigo fazer desde o dia da praia.

Eu sei que ele tem direito de conhecer e conviver com a filha, mas pra mim é difícil olhar na sua cara e não sentir raiva pelo que me fez a cinco anos atrás.

De um jeito ou de outro Melissa precisa saber que o pai esta vivo e bem mais perto do que ela imagina. Tenho medo da reação dela, apesar de ser uma criança doce e alegre a notícia pode provocar reações não muito legais.

[...]

Fico me encarando no espelho esperando um pouco do cansaço passar. Como sempre o meu cabelo esta parecendo um ninho. Melissa gosta de pentea-lo e fazer tranças.  Normalmente o deixo preso ou solto, sem muita frescura. Minhas madeixas são na cor castanho escuro contrastando com minha pele clara.

Olho no relógio e pela hora e pelo silêncio as meninas ainda estão dormindo. Tomo um banho bem relaxante e vou para o quarto vestir o meu uniforme sufocante. Qualquer dia eu morro sufocada naquela roupa, sem falar dos saltos. Parece que a roupa encolheu, ou eu quem engordei.

Ponho uma lingerie preta com detalhes em renda, hidrato meu corpo combum pouco de óleo florais e visto o meu uniforme. O tecido desliza pelo meu corpo e instantaneamente lembro das mãos do Dominic na minha pele. Fico arrepiada somente em pensar no seu toque. Infelizmente ainda sinto com perfeição cada centímetro das suas mãos.

Eu preciso parar com isso. Não posso deixar algumas lembranças me amolecer do dia para noite.

Calço meus soltos e me sento pra fazer uma maquiagem básica. Passo um pouco de protetor no rosto, uma sombra marrom com esfumado mais escuro e um deliniado fininho, ponho a máscara de cílios e na boca um batom vermelho. Deixo meus cabelos soltos, coloco uma pulseira sem muitos detalhes e um colar com pingente solitário acompanhado dos brincos da mesma forma.

Ponho meus objetos necessários na bolsa e vou para o quarto acordar as duas princesas.

— Bom dia meninas, dormiram bem? – abro as cortinas da janela.

— Bom dia. – respondem juntas.

— Vamos lá, despertem, tomem banho e se arrumem pra ir a escola. Vou preparar o nosso café.

Beijo as duas meninas e vou pra cozinha. Preparo ovos mexidos, torradas, lavo algumas frutas e faço suco de laranja e café forte pra mim.

[...]

UM AMOR PARA ETERNIDADEWhere stories live. Discover now