Ela Gosta de Caras Mais Velhos

Magsimula sa umpisa
                                    

Hope não queria olhar para aquelas imagens. Ainda sonhava com o corpo morto de Audrey todas as vezes que fechava os olhos, mesmo que estivesse acordada. A cena, na rua da sua própria casa, com sua ex melhor amiga como protagonista foi um dos piores pontos de toda a sua trajetória com a morte.

Talvez Damon tivesse razão. Sua raça era a hipocrisia em massa vagando sobre a terra. Era pior que tudo o que ela já havia visto, até mesmo que o demônio. Se ele estivesse errado, ela não estaria com tanto medo da morte como estava naquele momento. Não era Hope que sempre quis morrer? Por que agora se desvencilhava apenas para cumprir um objetivo que não faria diferença alguma depois? Parecia uma desculpa esfarrapada.

Aquelas palavras... Todas não eram dela. Hope sentia o demônio fincar frases em seu cérebro como uma doença. Ela nunca pensaria coisas tão horríveis sobre o próprio desejo de morte, muito menos sobre sua vontade de resolver o mistério do suicídio de Audrey. Aquilo era importante. Algo a ser feito antes de partir.

Vai pro inferno, Damon.

— Você está bem?

A pergunta saiu pelos lábios de Hope antes que ela pudesse impedir. Precisava de uma conversa em voz alta com alguém que não estivesse preso em seus pensamentos, caso contrário acabaria surtando. Além do mais, era impossível não notar a palidez de Dylan diante de tudo. Seus olhos sempre azuis estavam cinzas. O maxilar trincado fazia a tatuagem que ele tinha no pescoço parecer diferente do habitual.

— Ótimo — ele respondeu, mas havia algo frio na sua voz.

Hope sentiu que não deveria continuar, exalando um medo que provavelmente estava alimentando a criatura na sua cabeça.

— Acho que devemos esperar Harry voltar lá em cima. Aqui está... quente.

Hope sentiu a desculpa esfarrapada presa em sua garganta, incomodada com a falta de cordialidade dela. Não estava quente; na verdade, seus corpos congelariam não fosse as jaquetas que vestiam.

Ela se virou para subir as escadas, mas não conseguiu pisar nem no primeiro degrau. Dylan segurou seu pulso e a puxou para trás, movido por um acesso de raiva que Hope infelizmente já conhecia. Ela entrou em pânico, sentindo o coração doer enquanto o corpo tremia. Daquela vez não havia demônio para salvá-la.

— Por que escondeu aquela informação sobre a minha irmã?

Dylan avançava passos, e Hope, sem saber o que fazer, recuava. Quando bateu as costas contra uma parede, ela fechou os olhos e sentiu as mãos dele ao redor de seu pescoço. Os dentes de Hope trincaram, a língua entre eles sangrando um pouco. Aquela dor a fez acordar e abrir os olhos, percebendo que o aperto ao redor de seu pescoço não era real. Dylan estava com os dois braços um apoiado de cada lado da cabeça de Hope, nenhuma de suas mãos a tocando.

Pensou sobre a pergunta dele. Hope também se questionava sobre os motivos de ter escondido aquela informação. Mesmo que antes não soubesse que Brooke era uma traficante, ela ainda tinha sido a última pessoa a ver Audrey viva naquela festa. Hope deveria ter contado aquilo para a polícia, mas não contou, e agora enfrentava as consequências de ter mentido por alguém que amava.

— Brooke é minha amiga.

— É uma traficante de drogas! — Dylan rosnou, uma das mãos batendo na parede ao lado da cabeça de Hope — Você tem ideia de que minha irmã pode estar morta por causa dela?!

Aquilo era tão forte. Uma imagem de Audrey ingerindo todas aquelas Drogas passou pela sua cabeça. Brooke estava lá, dando mais daquela merda para ela, sorrindo e influenciando. As coisas estavam confusas, mas Audrey não conseguia parar.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon