Eu Disse Que Não Fumo

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Quando Hope Christine Johnson alcançou Brooke Simons, sentiu todo o ar preso em seus pulmões escapar pelos lábios em um gesto de puro alívio

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Quando Hope Christine Johnson alcançou Brooke Simons, sentiu todo o ar preso em seus pulmões escapar pelos lábios em um gesto de puro alívio. Ela estava bem; gritava porque, bêbada, girava com Barth sobre as pontas dos pés, os dois dando as mãos em uma brincadeira tola que faziam sempre que estavam bêbados demais para pensar.

Hope se aproximou e riu, cruzando os braços como uma mãe observando os filhos no parque. O demônio parou ao lado dela, ainda fumando, e também sorriu, mas aquilo não parecia bom. Ele odiava aquela felicidade boba, e talvez por isso tenha piscado e feito Brooke cair.

Os cabelos azuis de Simons praticamente desenharam uma cena em câmera lenta quando ela atingiu o cão, rindo e limpando as mãos na saia de pregas enquanto Barth sentava ao seu lado e se dobrava de gargalhar. Hope olhou o demônio vitoriosa, como se dissesse que ele precisaria de mais para acabar com a festa deles, mas a criatura havia sumido. 

— Hope, venha aqui, Barth me deixou ver a corrida! — chamou Brooke quando a viu.

Ao se aproximar dos amigos, Hope também sentou no chão e dividiu a garrafa que Barth havia tirado do bolso da jaqueta. Brooke buscou na bolsa de couro repleta de remendos um frasco de comprimidos que espremeu sobre a palma das mãos e cheirou com uma nota de um dólar.

Hope não gostou de ver aquilo. Achava que Brooke passava dos limites muito fácil, em segundos. Ela era uma catástrofe ambulante que ninguém conseguia impedir, muito mais do que Johnson. De uma maneira ou de outra, Simons explodia levando quem estivesse ao seu redor junto, enquanto a suicida se afundava sozinha.

Ou pelo menos era aquilo que Hope gostava de pensar.

— Você não pode exagerar, Brooke — alertou Barth. — Vai perder a corrida.

— Eu preciso disso para tomar coragem— respondeu a amiga. — Thomás me chamou para correr com ele!

Quando disse aquilo, Brooke levantou,cambaleando, e puxou os dois amigos junto com ela. Um mal pressentimento caiusobre Barth e Hope, mas eles ficaram sem fala quando perceberam que não podiamimpedi-la de ir. Sabiam que era impossível mandar no gênio difícil da garota decabelos azuis

— Eles vão começar! — gritou Simons, saindo correndo.

Hope e Barth a acompanharam até que ela estivesse perto da pista e, então, a deixaram ir na frente para que não perdessem bons lugares na plateia. De longe, viram o reflexo azul dos cabelos de Brooke se mover pela pista escura até que ela entrasse em um dos carros. A luz dentro dele se ascendeu e Thomás, atrás do volante, sorriu e a beijou como se a garota fosse um amuleto da sorte.

Hope não gostava nada de Thomás. Ele parecia um pedaço todo de um quebra-cabeças que nunca se encaixaria em lugar algum, mas causaria estragos tentando. Ela o conhecia há muito tempo, desde que eram crianças, mas nunca havia reparado no quanto o odiava até que Thomás começasse a sair com Brooke.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)On viuen les histories. Descobreix ara