É De Se Esperar Que As Coisas Fiquem Difíceis

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Hope Christine Johnson chegou em casa sentindo todos os músculos do seu corpo reclamando do esforço físico que carregar Brooke para casa exigiu

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Hope Christine Johnson chegou em casa sentindo todos os músculos do seu corpo reclamando do esforço físico que carregar Brooke para casa exigiu. Suas mãos estavam dormentes, frias e ásperas, e quando ela entrou em casa foi como se toda a sensibilidade do mundo houvesse sumido. O escuro engolindo os móveis, o silêncio amedrontador, tudo passava a ela a ideia clara da solidão mais áspera de todas: aquela que você já espera. Afinal, o que ela queria que acontecesse quando chegasse em casa? Encontrasse amigos? Se sentisse feliz. Não. Tudo o que ficou daquela noite de dança, corridas e cigarros foi um enorme vazio. E ela não conseguiria dormir de tanto que a incomodava.

Hope subiu para o seu quarto, tomou um banho que deveria levar embora todas as coisas ruins e deitou em sua cama. Às vezes a sua vida não parecia real, como naquele momento. Enquanto encarava a luz da lua entrando pela porta da sacada, Hope pensava que era estranho continuar existindo quando tinha tanta coisa errada acontecendo ao seu redor. Audrey estava desaparecida, alguém havia se machucado durante a corrida, e ela continuava ali, deitada, sã e segura enquanto tudo desmoronava.

Ela sentou na cama, olhando para a poltrona vazia do quarto. Aquele seu último pensamento deveria ter arrancado algum comentário sarcástico de Damon, mas ele havia ficado quieto. Na verdade, ele nem parecia estar ali. Não havia frio, nem sensação ruim, nem aquele par de olhos vermelhos que ele adotava sempre que queria assustar Hope.

Hope voltou a se deitar, puxando as cobertas até o queixo, e fechou os olhos com o pensamento estranho de que ele deveria estar ali.

Hope voltou a se deitar, puxando as cobertas até o queixo, e fechou os olhos com o pensamento estranho de que ele deveria estar ali

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No dia seguinte, Hope sentiu que todos na escola falavam sobre o mesmo assunto. A garota da bandeira, como o demônio presumira, havia ficado paraplégica após ter sido atingida pelo carro de Thomás. Seu nome era Candice, e ela estudava na mesma escola que Johnson, mas a suicida nunca a havia notado até que passasse pelo seu armário, naquela manhã, e visse as mensagens de apoio pregadas na porta de alumínio. Era como se Candice estivesse morta. Todos lamentavam por ela. Aquilo fez Hope pensar em uma situação na qual Brooke fosse a vítima, ao invés de Candice; tinha certeza de que ninguém pregaria nada em seu armário. As pessoas eram ruins com ela porque Brooke não era perfeita, porque ela era a vadia da cidade. Felizmente, Brooke havia saído da situação ilesa — puxara o cinto no momento em que o motorista no comando de seu carro ficou visivelmente fora de controle —, e ela não teria que passar pelo armário da amiga todas as manhãs e deixar por si mesma bilhetes de encorajamento.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Where stories live. Discover now