Matamos Um Homem Juntos

19.8K 2.5K 2.1K
                                    

Durante o caminho Hope Christine Johnson evitou olhar para o espelho retrovisor do lado direito do carro

Hoppsan! Denna bild följer inte våra riktliner för innehåll. Försök att ta bort den eller ladda upp en annan bild för att fortsätta.

Durante o caminho Hope Christine Johnson evitou olhar para o espelho retrovisor do lado direito do carro. Ela sabia que, por ele, Dylan Knight a estaria observando. Hope não havia arriscado olhar para saber se estava certa, mas tinha certeza de que ele a encarava apenas pelo modo como Brooke e Barth se cutucavam.

Quando o carro finalmente parou, o motorista e os dois amigos saíram pelo lado esquerdo e ela e Dylan pelo lado direito. Estava escuro e uma nuvem de fumaça denunciava a fogueira improvisada que os alunos haviam montado no meio da pista de corrida. O som das conversas e das brincadeiras ecoava como música no ar, formando um cenário de divertimento que pouco agradava Hope, mas ela se esforçou para controlar o quanto queria sumir dali.

Durante o caminho Johnson havia se convencido de que aquilo era algo bom. Socializar, fazer amigos, dançar no baile da escola: tudo fazia parte de um exercício, de um desafio interno. Ela precisava tentar viver, mesmo que fosse só para que depois pudesse dizer que havia se esforçado. De uma maneira ou de outra, por mais que não se sentisse bem com aquela mentira descarada de que tudo estava ótimo, a farsa era uma boa maneira de afastar a agonia de saber que passaria a eternidade sozinha, em casa, com um demônio.

Às vezes, Hope sentia que estava fazendo a coisa errada: enganar todo mundo que amava não parecia o melhor modo de lidar com a situação. Mas o medo de as pessoas acharem que havia algo de errado com ela era quase tão grande quanto o medo de ninguém nunca perceber que havia algo de errado com ela. A farsa garantiria que tudo ficasse em um meio termo aceitável.

Como um despertador, Hope sentiu alguém puxá-la de volta para a realidade. Ela piscou e viu o rosto de Dylan Knight logo à frente, descendo os olhos para a mão dele segurando o seu braço. Hope recuou os dois passos que tinha dado para longe do jipe, sentindo seu coração pular no peito. O toque dele era tão familiar que as marcas ao redor do seu pescoço pulsaram.

— Desculpe por isso — ele disse ao apontar o roxo em sua pele, o que a deixou surpresa. — Não consigo me controlar às vezes. É um problema de temperamento. Mas você não devia ter se metido no que não era da sua conta.

Hope ficou atônita por alguns segundos, mas quando raciocinou sobre todas as palavras dele acabou sendo inevitável rir:

— Sabe que aquele jogador ainda está em coma, não sabe? Devia me agradecer por não te deixar virar um assassino.

Aquilo pereceu afetar Dylan de alguma forma, porque ele esquadrinhou o seu rosto e não respondeu nada antes de finalmente soltá-la.

Quando ele se afastou e foi embora, Hope percebeu que estava sozinha. Tanto Barth quanto Brooke haviam sumido, provavelmente se misturando no meio da festa, e ela havia ficado para trás, agora abandonada por Dylan também.

Ciente de sua posição vulnerável naquela breve conversa com Dylan, Hope sentiu medo pelo que poderia ter acontecido naquele conflito. Ele estava bêbado, chateado e resolvera pedir desculpas que foram contestadas — o que foi bem estranho, por sinal. O que ele queria realmente com toda aquela cena?

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Där berättelser lever. Upptäck nu