Então Eu Vou Com Vocês

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Hope Christine Johnson não soube dizer quanto tempo ficou sentada embaixo daquela árvore, ao lado da sua bicicleta, esperando algum sinal de vida em relação ao quarto número 7 do Motel Evans

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Hope Christine Johnson não soube dizer quanto tempo ficou sentada embaixo daquela árvore, ao lado da sua bicicleta, esperando algum sinal de vida em relação ao quarto número 7 do Motel Evans. Tudo o que ela sabia era que suas pernas estavam começando a congelar junto com as suas mãos. Não poderia aguentar por muito mais tempo.

Se sentia mal por ter mentido para Ronald. Ele parecia um cara legal e tinha sido extremamente prestativo com o seu falso desespero pela nota em biologia. Agora que pensava a respeito dele, lembrava-se de todas as aulas que tinham juntos e o quanto ele sempre gostou de ajudar outros colegas. Ronald era um aluno exemplar, apesar de não se gabar disso. Uma vez ouvira dizer que ele tinha memória fotográfica. Hope não ligava muito para as suas notas porque achava desnecessário se preocupar com algo que não faria diferença após a sua morte, mas faria aquele trabalho apenas para usar o livro emprestado e se livrar da sensação de ter sido desonesta.

Ela ficou pelo menos quarenta minutos se martirizando com aqueles pensamentos até que algo acontecesse no quarto número 7. Foi bem inesperado, porque ela já estava desistindo de qualquer avanço. Em um minuto, a luz estava apagada e, então, de repente, uma faísca laranja inundou as sombras e as silhuetas dentro do quarto. O detetive White saiu menos de trinta segundos depois, colocando às pressas um sobretudo negro, carregando rente ao ouvido um telefone celular maior que a sua mão. Então ele entrou dentro do fantasma negro que gostava de surgir para assombrar o estacionamento da escola de Christine e sumiu dentro da noite.

Hope ficou um pouco confusa, não acreditando na sorte que estava tendo naquela noite. Ela sorriu e levantou, livrando as calças da terra que impregnava o tecido, e olhou para a porta do quarto 7 com uma expectativa explosiva crescendo dentro de seu peito.

     Estava na hora!

Hope saiu de perto das árvores e correu para a parte de trás do Motel, onde as janelas dos quartos tinham as cortinas fechadas. Se escondeu aproveitando a falta de iluminação daquela parte esquecida do prédio, curvando-se para que não fosse vista, e contou cada janela pela qual passava. Quando chegou à sétima, parou e respirou fundo, olhando para todos os lados. Viu a luz da recepção onde Ronald a havia levado para buscar o livro emprestado, reparando que era o último dos cômodos guiados pelo corredor. Aquela posição em L lhe dava uma vista privilegiada para todos os quartos, o que dificultaria a saída de Hope. Mas ela estava confiante.

Concentrada em se livrar do nervosismo, Hope decidiu entrar. Ergueu-se sobre os joelhos e tentou enxergar o quarto através da cortina fina, com medo de que talvez o filho de White estivesse lá dentro, já que ela só havia visto o pai sair. A conversa dos dois naquele dia, na escola, passou pela sua cabeça em um flash... Harry, aquele era o nome? Ou seria Larry? Não conseguia se lembrar. Mas também não importava. Precisava se concentrar no que estava fazendo naquele momento antes que fosse mais uma vez flagrada por Ronald.

Voltando ao quarto, ela não conseguiu enxergar muita coisa, mas ouviu o som fraco de um rádio tocando Bad Moon Rising lá dentro. Achou estranho, mas ele podia ter esquecido ligado, não é? Seria bem comum.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Where stories live. Discover now