📌Coisas

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No dia seguinte Matt chegou cedo à delegacia, precisava achar qualquer coisa relacionada ao nome Vince. Achou no seu computador alguns arquivos digitados, mas todos eram de pessoas mortas.

Olhou para sua teia de vítimas e colocou a foto de Douglas do lado da fotografia de Ana. Não sabia exatamente como o psicopata tinha convencido o garoto a se matar, mas iria descobrir, de uma forma ou de outra. No entanto, o que Matt não conseguia tirar de sua mente era a conversa que havia tido com ele: "O que se referia quando falava de estar sempre um passo a minha frente?" pensou consigo. Tinha uma pista, mas não queria considera-la até ter certeza. Era um campo muito ousado para entrar.

Filipe entrou na sala, estava com o rosto vermelho de raiva e parecia querer conversar urgentemente. Se sentou em sua frente e era possível ver seu peito arquear com velocidade.

— Precisamos conversar. — disse Filipe respirando fundo e olhando para a teia de vítimas. — Outro corpo? — olhou para a fotografia no topo, Matt estava tão tenso no dia anterior que não telefonou para o amigo.

— Sinto muito não ter te contado ontem, mas achei que tivesse lido o relatório que deixei em sua mesa. — respondeu, um pouco desconfiado.

— Não olhei nada desde que cheguei, mas enfim o que houve? Mais um caso? — perguntou.

— Pior de tudo, fiz contato com o assassino ontem à tarde, ele apareceu em frente à delegacia. — Matt contava e a agressividade voltava como se tivesse acontecendo naquele momento, fechou o punho e bateu na mesa. — Aquele desgraçado teve a cara de pau de aparecer aqui em frente antes do menino se matar.

— Isso é impossível, como ele poderia saber sobre nós, a investigação...

— Depois que o menino se suicidou eu fui até a casa dele e descobri antes dele pular do prédio, tinha se encontrado com Vince.

— Espera o nome dele é Vince? — interrompeu Filipe.

— Estava no contato telefônico do celular do garoto, não tenho certeza se é real ou um codinome usado entre eles, enfim, liguei para ele e chegamos a trocar umas palavras. — disse por fim, aliviando a raiva.

— O que conversaram? — quis saber, parecia mais aliviado e a raiva tinha se transformado em curiosidade.

— Ele sabia meu nome e disse que estou sempre no passado e ele um passo à frente. — respondeu pondo a mão na cabeça. Sentia ela doer novamente sempre que pensava no assunto.

— Será que ele tem essa coisa de poder? — questionou, estava completamente mais calmo e intrigado com o andamento do caso.

— Não quero pensar nisso. Mas se isso for possível... Não sei como vamos conseguir acha-lo. — olhou para a janela e deu uma breve pausa, não fazia ideia alguma de como pegaria ele, alguém capaz de ver o futuro, saber o passo de todo mundo? Era possível isso? Ficou perdido em seus pensamentos e logo acrescentou. — De uma coisa ele tem razão, minha mente vive no passado.

— Talvez seja isso que devesse fazer, seja quem ele for, deve ter um passado, algo que você possa investigar. — comentou Filipe se levantando da mesa.

— Espere, já vai sair? Não tinha uma coisa para conversar? — perguntou

— Nada demais... Depois nos falamos. Se concentre no Vince, precisamos descobrir mais sobre ele. Qualquer coisa. — Filipe saiu da sala e fechou a porta, a intuição dele dizia que seu amigo estava escondendo alguma coisa, mas não deveria se preocupar com isso agora, precisava de ajuda com o assassino.

Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)Where stories live. Discover now