Ele ajeita os travesseiros. Não quero ele assim tão proximo. Preciso resisitir. Não vou mais ser um joguete em suas mãos.

- Não quero mais conversar. Só preciso ficar sozinha. Não quero ficar perto de você. Relembro tudo o que me disse e fico mal. - desabafo.

Ele me olha com o seblante fechado. Não ficou feliz com o que eu disse. Mas, tudo o que ouvir dele ainda dói e não sei se um dia serei capaz de esquecer.

- Tudo bem! Vou deixar você descansar. Amanhã retorno. - diz.

- Não precisa. E na verdade não quero que você venha. - falo sem olhar para ele.

- Não faz isso Luna. - pede.

- Por favor Théo. Me dá um tempo. - Digo.

- Tudo bem? Amanhã te ligo.

- Não tem porque me ligar também. Podemos passar sem isso. - falo.

- Não tem que ser assim e você sabe.

- Prefiro assim. Você não esperava ser pai e eu não esperava ouvir tudo aquilo de você. Não sei se sou capaz de te perdoar um dia. - falo com a voz trêmula.

Ele me olha e vejo seu olhar perdido. Como se fosse um menino abandonado a própria sorte. Mas não posso fraquejar. Não mais.

- Vou te ligar e por favor, atenda.

Ele se aproxima e beija minha testa. Só consigo fechar e olhos e mais nada. Estremeço ao toque dos seus lábios. fecho os olhos até que escuto a porta sendo fechada. Respiro aliviada.

Nosso momento foi tenso. Amo muito o Théo mas ele conseguiu me ferir de uma forma que não sei quando e se vou me recuperar.

Estou emocionalmente exausta. Só quero dormir e mais nada. Já devem ser mais de 21h. O sono me domina.

- Filha. Tome essa sopa antes de dormir. Você hoje se alimentou mal e sabe que é errado. - diz minha mãe entrando.

- Eu sei mãe. Prometo que amanhã me alimento melhor.

Tomo toda a sopa. Escovo os dentes e volto para a cama. Meu repouso tem que ser absoluto por pelo menos quinze dias até a ultrassom.

Hoje o dia amanhece nublado. Não sei se é mesmo o céu ou se é o meu humor. Lembro então que estou grávida e sorrio. Passo a mão na barriga e converso com meu pingo de gente.

Passo a tarde deitada. Só levantei para o banho. Estou levando a sério essa coisa de repouso. Não quero vacilar, pois posso não ter uma terceira chance.

Meu celular toca. Pego para ver. São mensagens do Théo. Olho para ver o que ele quer. Espero que não insista em vir.

Théo:
Como está? Dormiu bem?

Théo:
Luna! Me dê notícias.

Théo:
Ooi! Me responde.

Théo:
Ok! Se Não me responder até as 18h vou vê-la.

Não quero vê-lo. Não quero falar com ele. Preciso desse tempo para poder reagir e esquecer o que sinto por ele e ouvir apenas a voz da razão.

- Mãe! Mãe! - chamo para ver se ela ouve.

- Oi Luna. Está sentindo alguma coisa? - pergunta nervosa.

- Não. O Théo mandou mensagens. A última ameaçou de vir aqui. Não quero encontrar com ele de novo. - falo.

- Pode ficar tranquila. Não vou deixar ele entrar. - diz.

- Não mãe. Conheço o Théo. Ele vai fazer com que você permita sua entrada.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Where stories live. Discover now