- Ele acordou e chamou por você Anne, eu tive que vir correndo te chamar porque ele estava muito assustado e começou a chorar. - Doutora Angie disse e eu senti meus órgãos apertando e minha visão ficando turva. Não Louis, você definitivamente não vai desmaiar agora. - Mas eu posso permitir três de vocês agora. Depois ele vai tomar um banho, vai se arrumar com as roupas dele e comer algo sem a sonda, nós vamos conversar e eu vou usar esta conversa para analisar alguns tipos de lesões que só vão aparecendo ao longo do tempo, caso ele tenha tido, como a dificuldade de falar ou entender, dificuldade de tocar as coisas... Vamos coloca-lo em observação intensiva, mas daqui a pouco vocês também poderão vê-los, ok?

Todos assentiram e Niall me largou, acenando para Jay que estendia a mão para mim com o rosto todo molhado e um sorriso maravilhoso no rosto. Se eu não estivesse tão desesperado em não desmaiar eu até gargalharia e cantaria alguma coisa, tipo Pharrel, mas por agora eu decidi somente abraça-la e deixa-la ir me levando para fora do refeitório. Robin fez algumas perguntas para a doutora sobre como deveríamos agir, se deveríamos contar sobre o acidente ou pedir que ele esperasse, se tínhamos restrições do que falar, mas ela negou e nos pediu para responder tudo o que ele perguntasse.

Abrimos a porta do quarto 209 que só de ver me dava vontade de chorar e quando os três entraram finalmente liberaram a passagem para que eu o visse. Eu literalmente agarrei no batente da porta para não cair e a fechei agarrando com força a maçaneta, decidido a usar ela como suporte. No caminho até aqui a terapeuta disse para não cercamos muito ele e lhe dar espaço para tentar organizar as ideias então correr para os braços dele e encher seu rosto de beijo parecia ser fora de cogitação.

- Mãe! - Ele gritou sentado no meio da cama com as pernas cruzadas parecendo um boneco, os olhos vermelhos e o rosto todo molhado tanto de lágrimas como de suor. Seus cortes estavam sarando cada vez mais e seus machucados ganhando tons mais claros. Deus como eu quero abraça-lo! - Meu Deus mãe!

Anne o abraçou com cuidado, mas ele quase arrancava os aparelhos do corpo para devolver o abraço, grudando nela e chorando inconsolável em seu ombro. Meu coração parecia cada vez menor e a maçaneta da porta chegava a fazer barulho com meu aperto.

- Filho está tudo bem agora, tudo bem! Oh, graças a Deus você está falando e entendendo tudo e eu achei que eu fosse te perder! E-eu - Anne não continuou porque seus soluços não permitiram e Robin estava perto de mim também deixando algumas lágrimas silenciosas escaparem.

Ele estava ali vivo, acordado, falando, abraçando sua mãe de volta. Eu acho que vou desmaiar, eu juro que não sobrevivo até o final do dia sem desmaiar.

- Harry querido você vai arrancar os aparelhos e se machucar. - Doutora Angie disse tentando encostar as costas dele de volta no travesseiro e Anne pediu que ele obedecesse, sentando na poltrona ao lado de sua cama.

Ele levou alguns minutos para parar de chorar e depois fez doutora Angie explicar que ele sofrera um acidente e estava sem o cinto, explicou também os processos que ele havia passado para conseguir recuperar o tamanho normal do cérebro e ele parecia cada vez mais calmo e soluçando menos, os dedos segurando fortes nos de Anne. Harry não me olhou, mas olhou para Robin que foi até lá e lhe deu um beijo na testa antes de voltar a vir para perto de mim. Cada vez minha dor ficava maior e a vontade de dar cinco passos e me jogar nele ficava cada vez mais forte.

E então seus olhos faiscaram para os meus e ele pareceu finalmente perceber minha presença na sala. A maçaneta literalmente rangeu e eu fiquei similar a uma estatua olhando para seus olhos verdes me analisando. Ele não pareceu se importar comigo, somente curioso e nada mais. Sem dizer nada para mim, sem sequer transmitir que estava feliz por eu estar bem ele voltou a olhar para sua mãe. Meu Deus o que está acontecendo?!

You've ForgottenWhere stories live. Discover now