Capítulo 12

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Maia

Vovó pede para Pietro, que trabalha na casa leve nossas malas para os quartos, que já estão preparadas para nós 6. A casa é bem grande que eu diria que sou capaz de me perder, devem ter mais de 10 quartos na casa. Estamos sentadas na grande sala conversando com vovó e pondo o papo em dia, contando tudo que aconteceu com a gente nesses últimos 10 anos longe, lógico algumas coisas ela já sabia, pois escrevíamos cartas contado algumas histórias a ela. Mas tem muitas outras coisas que não contamos e agora é a hora. A campainha toca, mas vovó não parece preocupada, pois a senhora que atendeu a porta para gente, faz a mesma coisa agora. De onde estou sentada não consigo ver a porta e nem quem está nela. A conversa continua animada na sala, mas interrompida pela senhora que entra na sala.

- Senhora Cecília. - diz ao entrar. - Tem visita. Eu a mandei para seu escritório.

A voz da velhinha parece bem distinta de quando nos cumprimentou na porta, ela parece meio incomodada ou aflita agora. Vovó olha para a senhora com certo cuidado, como uma troca de olhares que diz algo. Seja lá que for a visita ambas não estão muito contente com ela. Vovó levanta e sorri para nós, como se estivesse tudo bem.

- Vou pedir para que Pietro as leve para seus devidos quartos. - diz ainda sorrindo. - Devem está exaustas. Mais tarde terminamos essa conversa. Preciso atender um cliente.

Cliente? Ah é! Dário falou algo dela ser curandeira, a melhor médica da aldeia. Deve ser alguém passando mal ou doente, por isso a aflição da outra senhora que trabalha aqui.

- Jasmine. - ela se dirige a senhorinha. - Pede para que Pietro mostre o quarto para minhas filhas e netas, e suas amigas, por favor.

- Como queira senhora Cecília. - Jasmine responde fazendo uma menção do corpo.

Como Teago fez com a gente.

Então vovó sai da sala, nos deixando a sóis. Minha mãe, tia Dayna e tia Tara, estão conversando algo entre elas enquanto esperamos o tal Pietro. Kora olha para minha cara como se desconfiasse de algo rolando no ar. Selene está viajando enquanto olha para cada canto da enorme sala de vovó. Pietro não demora a aparecer, na verdade surge 3 minutos depois de Jasmine sair.

- Senhoritas, me acompanhem. - pede gentilmente

Nos levantamos as 6 e o seguimos escada a cima. Ele vira para a direita, e nós também, as duas escadas se encontram no segundo andar em outro hall de entrada eu diria, um corredor pequeno ligando as duas escadas, mas também tem mais dois corredores, virando a direita e um a esquerda, de cada escada. Mas Pietro para no primeiro corredor. Sem virar para os outros. Nesse vãozinho que liga as escadas biforcadas, tem duas portas. Pietro para em frente a uma e abre a porta.

- Esse é o quarto de vocês. - ele se dirige a Kora e Selene. - São os primeiro quartos da casa e os mais acessíveis e garanto que vão gostar. Ao lado é o seu. - agora fala comigo e dá uma informação. - Os dois quartos tem a suíte compartilhada.

Kora e Selene entram no quarto que vão dividir e eu no meu. Pietro vira seguindo pelo corredor da direto levando nossas mães para os quartos delas. Depois de perde-las de visão, fecho minha porta e observo meu novo quarto. Que é gigantesco. As paredes são de um bege bem claro, com papel de parede também, o chão é de madeira, como do restante da casa, até agora, há detalhes em rosa nos cantos do teto, e uma das paredes é pintado de rosa bebê. Os móveis do quarto são de madeira mas também em tons pastéis, mais puxados pro bege, são duas cômodas em cantos opostos, um armário enorme grande de frente para a cama toda rosa com dossel da mesma cor, a cortina também rosada e transparente, com babados no topo onde fica presa no dossel, que tem um detalhe em cada ponta dele. Os lençóis e travesseiros são em tons branco e rosa. Em cada lado da cama tem uma mesinha com abajures bancos, e cada mesinha tem 2 gavetas. Uma das cômodas possui um espelho, oval estilo aquelas penteadeiras antigas. Eu estou maravilhada com o quarto, adorei, super minha cara. Perto da cama também do lado esquerdo meu, tem a porta que dá para a varanda, aquela que vi do lado de fora, claro!

Logo ao lado do enorme armário tem uma porta que deve dar no banheiro que o Pietro falou, que é compartilhado com o quarto de Kora e Selene, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Pelo menos dá para passar por ele para ir pro quarto delas e não precisar sair do meu e o ruim é que como vamos saber qur está ocupado se tem duas portas, será que dá para trancar as duas por dentro do banheiro? Eu foi lá conferir. Olho para as portas pelo lado de dentro e vejo que tem como trancar ambas as portas. Que ótimo! Volto pro quarto, pego minhas malas e começo a desfazer, arrumando as gavetas e pendurando algumas no armário que está cheio de cabides, para minha sorte. Abro a mala com meus livros e os arrumo de forma organizada em cima das cômodas.

Depois de um bom tempo arrumando tudo, decido deitar um pouco e cochilar. Me deito e me surpreendo com a macieis do tecido, do colchão e dos travesseiros que são muito confortáveis, adormeço rapidamente. Só acordo quando ouço uma batida de porta, muito próxima. Deve ter sido uma das meninas entrando no banheiro, só não entendo o porque de terem batido com tanta força assim. Mas agora já desperta, me espreguiço e levanto da cama para trocar de roupa. Olho a hora no relógio de ponteiro pequeno que trouxe e coloquei em cima da cômoda, são 6 horas da manhã , hoje é terça feira. Dormi demais, pensei que fosse de noite ainda, eu dormir a noite toda de ontem. Como assim?

São 6 horas da manhã e ainda não clareou lá fora. Vou até a janela e vejo que realmente ainda não amanheceu. Acho que esqueci de colocar a hora certa no relógio, mas me recordo de ter colocado no horário da Romênia antes de sair de casa e conferi assim que comecei a arrumar o quarto. Que estranho. Pego a roupa no armário, e vou pro banheiro conferindo se tá vazio, e está. Ao entrar tranco as duas portas e tiro a roupa para tomar um banho. A duas formas de tomar banho, na banheira ou no chuveiro ao lado da banheira. No banheiro tem duas pias e dois vasos, quero dizer, um vazo e uma lavatório daqueles de casas antigas e mansões de ricasos.

Depois de um longo banho quente, me enxugo, me visto, escovo os dentes e volto pro quarto com minhas coisas, mas deixo minha escova no copinho em uma das pias do banheiro, assim que saio, não esqueço de destrancar a outra porta caso as meninas decidam usar. De volta ao quarto, vou até o espelho para arrumar meu cabelo, pego minha prancha em uma das gavetas, desenrolo o fio e procuro uma tomada, e para minha sorte acho uma perto da cômoda mesmo. Ligo ela e espero aquecer, enquanto faço outras coisas. Pego meu diário embaixo do colchão, puxo o pingente do meu colar que é uma chavinha pequena que abre o cadeado do diário, assim que o abro, a caneta dele cai no meu colo. A pego e começo a escrever sobre toda a viagem para cá, não tive tempo de pegar para escrever antes, não tive privacidade no quarto do navio, nem mesmo nos hotéis que ficamos antes de vim para cá. Sempre dividindo o quarto com as meninas, estou bem aliviada de ter ficado com um quarto só para mim aqui. Isso me lembra que Selene e Kora também tem diários, e nenhuma delas pegou neles na viagem inteira.

Meu diário tem a capa toda rosa choque, um cadeado em formato de coração e uma caneta rosa com desenhos de unicórnio nela, a cor da tinta também é rosa. O diário da Selene é normal parecido com meu, já o da Kora nunca vi, quem me disse que ela tinha um foi Selene. Sendo que nunca mais tocamos no assunto, afinal Kora não sabe que sabemos. Eu não imaginava que ela tivesse um, não sei porquê mas ela não tem o jeito de quem escreve um diário. Acho que por ela ser tão dona de si mesma, ou mostrar que é assim.

A Cidade de Sânge: O Colégio Lunar [Concluído]Where stories live. Discover now