A Cidade de Sânge: O Colégio Lunar [Concluído]

Capítulo 1

Kora

Meu nome é Kora Moscovis, tenho 15 anos e estou indo pro primeiro ano do ensino médio, o que é bem legal. Eu moro em Chicago, em uma casa nobre na cidade, junto com minha mãe, Dayna, minha tia Siria e minha prima Maia, de 17 anos. Vivemos nossas vidas todas aqui, porem está tudo preste a mudar, pois iremos embora de Chicago.

Faz dois meses que estamos esperando para essa mudança louca. Não no sentido bom, pois por mim não partiamos para lugar algum, gosto de Chicago, da minha casa e dos meus amigos que tenho aqui. Mas minha mãe e a tia Siria já decidiram que iremos, não há negociações, foi o que disseram. Maia também não gostou muito dessa mudança repentina, não estamos sendo expulsas de nossa casa, nossas mães tem bons empregos, estudamos em uma escola ótima, porém em dia do nada, elas chegaram para nós duas dizendo que iriamos para Romênia, o país onde elas nasceram antes da família se refugiar no Estados Unidos.

Dayna está animada com essa viagem, diz o tempo todo que iremos amar a Romênia, sendo que ela mesma e minha tia nunca a conheram de verdade, mas adora dizer  principalmente que amaremos a aldeia onde nossa família foi criada por muitos anos, ates de partirem de lá. Elas não conheceram a aldeia como gostariam, mas nossa avó falava muito de Sânge para elas quando pequenas. E desde sempre ambas nos contavam como a aldeia é e sobre seus moradores, do mesmo jeitinho que vovó contava. Vovó voltou para Sânge faz 10 anos, e foi ela quem teve a ideia e nos convidou para morar com ela por um ano. Eu gostei da ideia de poder rever a vovó, mas morar na Romênia por um ano é exagero, mesmo que durante a viagem eu possa conhecer o castelo do Drácula, o que sem duvidas não tem preço, eu terei que deixar minha vida para trás, meus amigos e a cidade que tanto amo. Meu quarto, decorado com muitos pôsteres de bandas de rock, minhas luminárias de caveiras, um closet e uma área de observação no segundo andar do quarto. Dayna construí um tipo de observatório para mim, com uns dos melhores telescópios e um teto de vidro motorizado. Ela tá me pedindo para deixar tudo isso para trás por um ano inteiro.

Tia Siria disse que se não nos adaptarmos a aldeia e a nova escola, poderemos voltar dentro de um ano. Só eu que acho que um ano é muito tempo? Maia não pestanejou em fazer as malas rapidamente, a mesma me disse que não queria ir, ainda não quer, porém não vê razão para discutir esse assunto com nossas mães. As malas dela ficaram prontas bem antes que as minhas, pois eu tinha esperança que nossas mães mudarem de ideia no último minuto. O que não aconteceu, hoje é nosso último dia nessa casa, em Chicago. Não estamos levando tudo, afinal, na verdade as mobílias e coisas menos pessoais ficaram para trás, o resto está dentro das inúmeras malas dentro dos dois carros. Iremos viajar de navio, vovó mesmo quem pagou nossas passagens. Ela tem muita grana.

Ponho a ultima mala no banco detrás do carro de Dayna e entro no banco do carona batendo a porta com uma força um pouco exagerada, ponho o cinto e cruzo os braços deixando visível que estou indo contra minha vontade.

- Você vai adorar a Transilvânia, Kora. - Dayna argumenta sorrindo e dando partida no carro.

- Duvido muito. - resmungo olhando pela janela.

Ela suspira e continua dirigindo. Tia Siria está bem atrás de nós no outro carro com Maia, Selene e sua mãe, que também irão conosco para Romênia. Selene é nossa melhor amiga, minha e de Maia, a mãe dela tia Tara, é amiga da nossas mães a mais de 20 anos, e como nunca vamos para um lugar sem elas, vovó as convidou também. O que achei muito legal da parte dela. Iremos ficar na casa da vovó, onde ela já morou com seus pais e com seu marido, nosso avô que faleceu a 10 anos atrás, antes da vovó voltar para lá. Na verdade quando ele partiu dessa para melhor ela achou correto voltar para a casa que viveram muitos anos antes de virem para a América. Ela nunca disse o motivo real de terem saido da Romênia, e eu nunca a perguntei também.