capítulo 41

30.9K 1.8K 633
                                    

Luciana📌

Cristina: Engraçado você ter deixado a Mari ir viajar, tão fácil, sem choro, sem brigas.

Luciana: Mariana é minha filha, eu quero que ela saia, namore, seja feliz. Só não quero que aconteça com ela o que aconteceu comigo.

Cristina: Não vai acontecer, a Mariana é uma garota esperta, pulso firme, durona. Quando foi com você, você era mais menininha, mais meiga, inocente..

Luciana: Mas quando se trata de amor, qualquer um perde a noção, Cris. E eu não vou deixar que minha filha passe pelo o que eu passei por conta de um amor bandido.

Cristina: E que você amou perdidamente. Mas agora vamos, abra logo o jogo comigo. Por que você deixou a Mari ir viajar assim? Tão fácil?

Olho pra ela e respiro fundo.

Luciana: O Marquinhos tá de volta, Cris. Ele voltou.—Falo com os olhos carregados.

Ela coloca a mão na boca em estado de choque.

Luciana: Ele... ele mandou uma carta.— Me apoio no guarda-roupa com vontade de chorar.

Mostro a ela a carta que ele havia enviando, dizendo que está no Rio de Janeiro, que não vê a hora de voltar pra casa e ver a filha.

Cristina: Meu Jesus Cristo.— Se senta na cama lendo.

As lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu logo seco.

Cristina: A Mari já sabe disso?

Luciana: Não! — Tiro a carta dela.— Não sabe, eu.. eu não sei como ela vai reagir. Se passaram muitos anos, ela era uma criança, era um bebê quando ele foi embora.—Falo me perdendo em lágrimas.— Ela pode ter raiva, mágoas, eu não quero machucar a minha filha, Cris. Eu não quero.

Cristina: Minha irmã querida. Fique calma.— Me abraça forte.— Irá machucá-la se não disser a verdade e ela descobrir sozinha.

Respiro fundo me acalmando.

Luciana: Ele foi, e é o amor da minha vida. A pessoa que eu mais amei no mundo. Mas ele só fez mal e trouxe prejuízos a minha filha. Eu não vou deixar que ele se aproxime dela. Você sabe, Cris, sabe que ele fugiu porque estava sendo procurado pela polícia. Ele nunca mais deu um sinal de vida, não mandou uma carta, não deu um telefonema, ele com certeza tem outra família já e eu não quero isso novamente pra minha filha. 

Luciana: Lembra quando a Mari nasceu? Que cada semana era um endereço diferente que a gente morava. Se não era polícia perseguindo, era dono de boca querendo cobrar dívida. Pior foi quando ele se meteu com aquele Gaúcho e com o irmão dele que ainda lidera o maior tráfico de cocaína aí nessa favela. Eu juro por Deus que eu quero a minha filha longe de qualquer um deles, longe de tudo isso. E eu vou fazer o que for possível para evitar.

Cristina: Se conversar com ela, tenho certeza que ela irá entender e ainda te apoiar. E ela jamais se envolveria com alguém da favela, Lu. Ainda mais do tráfico. A Mari é uma garota de futuro brilhante.

Ela beija meu rosto e me acalma.

𝐀𝐓𝐄́ 𝐎 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋Where stories live. Discover now