Rômulo📌
Eu sei lá o que estava passando pela minha cabeça. Eu nunca levei uma mulher pra cama só pra deitar, conversar e dormir. Eu acordei meia hora antes do alarme despertar, e não me cansei um segundo se quer de ficar olhando pro rosto dela coberto pelos fios de cabelo.
Me envolver com ela, seria o maior e mais bonito erro que eu poderia cometer. Os dias em Angra passaram voando, eu e ela não ficamos juntos no meio do povo, a gente até se evitou bastante do meio de todo mundo. Mas a gente andou dando uns pegas escondidos.
A gente voltou pro Vidigal no domingo à tarde, lá pelas sete horas, e eu odeio viajar de noite pelo fato de não confiar em nenhum motorista além de mim.
O final de semana foi gostoso, foi de boa, só que agora a gente ia voltar e eu sei lá, vou ter que lidar com a Thaís.
Mariana📌
Me sento com a Nina no ônibus e deito a cabeça no vidro. O ônibus começa a andar e ela fica falando sem parar do Joca.
Nina: Você está bem?
Mariana: Tô, ué. Só to com vontade de voltar logo pra casa, tomar banho no meu chuveiro, dormir nos meus lençóis...
Nina: Não, eu sei o que é isso. Tu vai ter que se afastar do Porto e...
Mariana: Fica quieta! — Ela se levanta e vai até o banco de trás, onde o Rômulo estava sentado.
Nina: Vai, Porto, deixa eu sentar aí. — Ele se levanta e vem parar do meu lado. Sem dizer nada, vejo ele meio inquieto.
Mariana: Que foi?
Rômulo: Odeio viajar à noite quando não sou eu que estou no volante.
Mariana: — rolo os olhos.— Sossega aí, já já a gente chega.
Passa uma meia hora e nós ficamos em silêncio.
Na estrada, tudo pode acontecer. Um final de semana lindo, em um lugar lindo com seus amigos, pode se tornar horrível quando você deseja ir logo pra casa pra voltar pra sua família, mas um motorista bêbado e com sono, dirigindo uma carreta, bate de frente com o ônibus que você está.
Só ouvi a buzina alta e os vidros estourando, caiu por cima do Rômulo e ele tenta se segurar, mas o ônibus tinha capotado, e aquela altura, ou você voava pela janela, ou você voava por cima das pessoas dentro do ônibus.
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𝐀𝐓𝐄́ 𝐎 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋
Ifjúsági irodalomEu não vou embora, menino. Não vou. Olha para mim, olha nos meus olhos, sente o que eu sinto. Eu estou aqui, não tem porque ter medo. Nós estamos aqui, lutando por nós. Juntos sabemos a força que temos. Vem, deita aqui no meu colo. Fecha os olhos e...
