capítulo 79

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  Rômulo📌

Ela limpa as lágrimas e respira fundo.

Mariana: Enfim...

Rômulo: — interrompo.— E tu não quer falar sobre nós mas eu quero. Eu quero pra lavar toda essa roupa de uma vez. Pra acabar com essa mágoa que existe entre a gente, pelo nosso bem e pelo bem na nossa filha.

Ela nega com a cabeça me olhando sínica.

Mariana: Você parece que não entendeu -ri nervosa- eu tô com um ranço de você, Rômulo, que eu vou ter magoa de você pro resto da minha vida. O que você fez comigo não tem perdão. Eu não vou perdoar.— afirma.— Eu só vou te engolir, por causa da Manuela. Só.

Engulo seco e abaixo a cabeça, pra não levantar e falar merda.

Rômulo: Tudo bem, Mariana. Tu tá escolhendo da pior maneira...

Mariana: — interrompe.— Você fez tudo acontecer da pior maneira.— Levanta e grita comigo.

Rômulo: — me levanto e grito com ela.— Eu te amava! Acha que foi fácil pra mim te deixar? Não foi só você que sofreu não.

Mariana: Aaah, nossa! — ri irônica.—  Foi você que ficou abandonada com uma criança no colo, foi né?

Rômulo: Como eu ia saber disso, Mariana? Se eu soubesse eu teria voltado na mesma hora.— Me aproximo e acabo relando no braço dela.

Mariana: Não toca em mim! — grita irritada.— Não ouse colocar as suas mãos em mim.

Nego com a cabeça, triste.

Ficamos em silêncio por um bom tempo. Ela estava nervosa só com a minha presença ali. Eu sentia a raiva dela.

Rômulo: Qual vai ser?

Mariana: O que?

Rômulo: Sobre a Manuela.

Ela se senta na cama e me olha.

Mariana: A gente vai fazer um combinado aqui, que não irá ser falhado.

Afirmo com a cabeça.

Mariana: Você pode vir ver ela todos os dias, aqui em casa. Fica o tempo que quiser. Mas não quero você sozinho com ela ou levando ela pra passear.

Mariana: E nem pensar em levar ela pra tua casa. Tá muito no começo. Querendo ou não ela ainda está se acostumando com a ideia.

Rômulo: Tudo bem.

Mariana: E por motivo nenhum nesse mundo, que a vagabunda da tua namorada chega perto da minha filha. Eu quebro ela no meio.

Fico com vontade de rir, mas eu não queria.

Rômulo: É minha namorada...

Mariana: Nem se fosse Madre Teresa de Calcutá. Não quero. Experimenta, Rômulo, experimenta me desafiar. 

  Mariana📌

Rômulo: Ela é minha namorada! Isso não tem nada a ver.

Mariana: Tem, tem tudo a ver sim. Bom, você que escolhe. Mas que essa sem vergonha não chega perto da minha filha, não chega nem passando por cima de mim.

Sem que eu espere, ele me puxa pela cintura, colando seu corpo no meu.Minhas pernas ficam tão moles, só susto que eu levei, mistura com ódio.

Rômulo: Sabe o que é isso? Ciúmes. Tu tá com ciúmes. Ela não é mais bonita que você e tu sabe que eu ainda te amo. Isso é ciúme teu, Mariana. Se morde.— Olha pra minha boca e depois para os meus olhos.

Olho pra ele com raiva e cuspo na cara dele, que imediatamente me solta.

Mariana: Se tocar em mim mais uma vez, você esquece da tua filha. Me respeita.— Falo rígida.

Ele limpa o rosto e depois me olha.

Mariana: Vai embora daqui.

Rômulo: Me dá o teu número.

Mariana: Não vou te dar porra nenhuma.

Rômulo: Vai me dar o teu número sim. A Manuela tem despesas, é criança toda criança dá trabalho.

Rômulo: Eu como pai quero assumir tudo. Se precisar de roupa vou pagar. De comida. Escola. Tudo. É o meu dever.

Mariana: Nunca faltou roupa e comida pra minha filha. Eu nunca deixei. Eu sou uma mãe excelente.

Rômulo: Mariana, porra! — Se estressa.

Engulo seco.

Mariana: Anda logo anota isso.

Passo o meu número e ele logo salva.

Mariana: Agora sai daqui.

Rômulo: Amanhã eu venho. Cê tem preferência de horário? — Diz calmo.

Mariana: Tenho. Quando eu não estiver em casa pra eu que não tenha que olhar pra tua cara.

Ele guarda o celular no bolso e me olha.

Rômulo: Faz assim mesmo, Mariana. Deus castiga.

Mariana: É, Deus castiga.— Afirmo.

Abro a porta do meu quarto e espero ele passar.

Rômulo: Não vou deixar que a tua cara de bunda impeça minha vontade de ver minha filha. Eu já amo ela.

Engulo seco e não falo nada.Ele passa por mim e eu logo fecha a porta.

Mariana: Desgraçado! — Empurro a cadeira com raiva.

Deito na minha cama e as lágrimas descem. Choro por raiva, por ficar lembrando dele dizendo "ela não é mais bonita que você e tu sabe que eu ainda te amo". E por lembrar das mãos dele em mim, as mãos fortes, que me seguraram da mesma forma como ele me segurava há dois anos atrás.

Eu não quero, eu não posso suportar que ele toque em mim porque eu lembro da última vez que ele fez isso. Da última vez que ele me abraçou, enquanto eu chorava na cama dele, e ele me dizendo que seria o bem pra nós dois.

Foi o bem pra ele, egoísta, pensou só nele. E não quero nem ouvir que ele já pediu desculpas, que ele errou mesmo, por que isso é fato. Mas eu não perdoo não! E todos os perdões serão poucos.

Eu sei que ele vai ser um bom pai. Não nego. Ele sempre gostou de crianças e até deve levar mais jeito do que eu com brincadeiras, e a Manu já gostou dele de primeira. Isso me deixa chateada, e com medo de perder a minha filha.

Mas ele não faria isso comigo.Todo o sentimento de amor que eu tinha por ele morreu.

Se ele diz que ainda me ama, vai ficar amando sozinho. Eu não vou ser fraca, eu não mereço que eu mesma faça isso comigo.

Abraço meu travesseiro, chorando, baixinho.

Fico ali por quase uma hora, e quando abro a porta do meu quarto, fico decidida de que a partir de hoje, eu não ia mais chorar por ele. Já estou ficando velha de tanto que chorei por ele.

Agora o que eu precisar sofrer vai ser só pela minha filha e pela minha mãe e minha tia. Do resto, homem nunca mais vai fazer eu derramar uma lágrima.

Vou até o quarto da minha mãe e pego a Manu no colo.

Mariana: Vem, minha princesa.

Manu: Papai.— Resmunga sonhando.

Mariana: Não, amor.— falo firme.— É a mamãe.— Beijo o alto da cabeça dela.

Levo ela pro meu quarto e troco a fralda.Coloco ela no berço e continua dormindo, feito um anjinho.

Aproveito e procuro uma série na Netflix, faz muito tempo que eu não faço isso, na verdade Netflix agora só é utilizada pra ver desenho.

O perfume agora que reina no meu quarto, é o cheirinho gostoso de neném, e eu posso afirmar com toda a certeza, que a única coisa boa que posso guardar entre mim e o Rômulo, é a nossa filha. Por que do resto, eu desejo apagar a nossa história

𝐀𝐓𝐄́ 𝐎 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu