- Mãe. Essa é dona Lúcia. Mãe do Théo. - apresento.

- Prazer. A senhora pode ficar a vontade. Vou deixar vocês sozinhas.- diz minha mãe.

- Não. Por favor. É com a senhora que preciso conversar. - diz dona Lúcia.

- Tudo bem então. A senhora quer um cafezinho?

- Ufa! Estava quase pedindo. - sorri.

- Luna, a leve para a sala que vou com o café.

Andamos para a sala e sentamos. Estou muito tensa. O que sera que ela quer com minha mãe.

- Como você está Luna?

- Bem dona Lúcia. Fora os enjoos. Agora há pouco me senti mal. - falo.

- Minha filha. Tem que ir ao médico. Você poderá tomar os remédios para enjoo e sem contar as vitaminas que já era para estar tomando. - dona Lúcia.

- Estávamos conversando justamente isso dona Lúcia. - Mãe

- Ela não quer ir? - dona Lúcia se espanta.

- Na verdade, estava falando para ela conversar logo com o Théo. Como a senhora vê, não temos condições e ela tentou vaga pelo sus e não conseguiu. - diz minha mãe.

- Foi sobre isso que vim conversar com a senhora. Enquanto o Théo não souber, assumo a Luna de tudo. Ela pode começar o pré-natal amanhã mesmo. - diz dona Lúcia.

- Eu aceito dona Lúcia. Sei que ja deveria ter falado ao Théo. Mas não posso ser relapsa com minha saúde e a do meu filho. - digo.

Ela abre a bolsa e procura por algo. A vejo abrindo a carteira. Fecha e coloca do lado.

- Aqui tem um cartão para você usar de acordo com as suas necessidades. E por favor Luna, use sempre que precisar. Independente de ser para meu neto ou não. - diz.

- Não dona Lúcia. Apenas médico e coisas do bebê. - minha mãe fala seca.

- Bem dona Edna. Por favor não me leve a mal. Mas a Luna vai precisar modificar o guarda roupa e a alimentação. Sem contar nos desejos de grávida. - fala.

- Mãe, deixa que eu resolvo. Aceito dona Lúcia. Mas tenha certeza que só vou usar com o que realmente preciso e que tenha relação com a gravidez. - falo.

- Tudo bem. Aqui tem uma quantia em dinheiro. Não é muito. - me da um envelope.

- Mas.. tem muito dinheiro aqui. - falo ao ver dezenas de notas e cem.

- São 3mil reais. Use com o que quiser. E não se atreva a dizer que não aceita. Sabemos que vocês precisam. E entenda esse gesto como um carinho. Pois você carrega um Portinari! - sorri.

Minha mãe e eu nos olhamos. E levantei e a abracei. Ela me apertou e beijou minha testa. Não segurei as lágrimas.

- Não chore meu bem. Vou te contar um segredo. Quando o Jorge me conheceu, eu era uma garçonete do clube que ele frequentava. Morava em um quarto que mal tinha um banheiro. Ele me tirou de la junto com minha mãe e minha irmã e nos comprou um apartamento em um bom lugar. Aceitei e não me senti mal por isso. Na mesma semana, descobri qu estava gravida do Léo. - revela.

- Não se preocupe dona Lúcia. Sei que vindo da senhora é com amor. Obrigada por tudo. - falo com a voz embargada.

- Também agradeço dona Lucia. - minha mãe também fala emocionada.

- Me chame apenas de Lucia. Afinal, seremos vovós da mesma pessoinha. - dona Lúcia.

A levamos até a porta e nos abraçamos. Me emocionei quando ela se curvou e beijou minha barriga.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Where stories live. Discover now