- Ele está muito bem na verdade Johannah, não tem sangramento interno em lugar nenhum do corpo e apesar de ter vários cortes são todos superficiais graças à jaqueta pesada que ele usara. - De Harry. A jaqueta de Harry! Diga que era de Harry, diga que ele me obrigara a usar esta jaqueta hoje porque é pesada e iria me aquecer! Diga que ele impedira meu corpo de ter cortes profundos! Diga! - Só devemos esperar um pouco para ver se ele conseguirá acordar sozinho e mexer todo o corpo. Eu deveria ter feito testes antes, mas eu estava esperando um pouco mais até que você chegasse e me ajudasse.

- Ajudar c-como? - Minha mãe disse tremulamente e eu suspirei.

- Converse com ele. Faça-o tentar conversar com você, falar ou te tocar de volta. - A doutora falou e logo eu senti uma pressão nova em minha mão, o toque quente de minha mãe fazendo o calor expandir por boa parte de meu braço.

- Lou querido? Você pode me ouvir? - Sim! Oh meu Deus, sim! Por favor... - Querido se você puder me ouvir aperte minha mão. Estamos preocupados com você meu anjo, mas você está bem... Você e Harry sofreram um acidente porque um cara bêbado bateu na traseira do carro e vocês acabaram sendo atingidos por outro carro no cruzamento. O vidro do carro quebrou e te cortou um pouco, o cinto apertou você forte demais e você teve uma concussão por bater a cabeça no vidro da lateral mas não foi nada grave filho, você está vivo e isso é o importante... Você tem que abrir os olhos para termos certeza que você está conosco meu garotão. Você vai se recuperar rapidamente e poderá voltar para sua casa, seus amigos, seu baby Blue... Harry...

Harry... Harry... Harry... Harry... Harry...

Tentei com todas as forças que minha mente conseguia me passar para apertar onde o toque quente de minha mãe estava. Ela chorou em um tom alto e apertou minha mão mais um pouco, mas eu não consegui ouvir direito o que ela soluçou. Continuei a me concentrar em apertar sua mão quente e mostrar que eu estava aqui, implorando mentalmente que ela falasse mais de Harry. Como, onde e com quem ele está, todas estas ou qualquer uma... Meu Deus qualquer coisa...

"Ele disse que havia sonhado com um acidente... Você acha que sonhos significam algo?"

Solucei o que me parecera ser alto e aparentemente desta vez meu corpo obedecera aos comandos de meu cérebro porque minha mãe soluçou mais alto e seu calor logo estava espalhado por boa parte de minha cintura e pernas, acredito eu.

- Louis, você consegue ouvir-me? Consegue ouvir a sua mãe? - A voz da doutora soou e eu estava realmente desesperado em conseguir falar para perguntar onde eles levaram meu marido e qual motivo de ele não estar aqui.

- Louis meu filho...

Apertei com mais força ainda na mão de minha mãe, o que provavelmente deve ter sido um aperto de nada porque ela não se moveu um centímetro. Eu minha mente eu estava chorando, desesperado, mas as lágrimas não devem estar caindo mais de meus olhos porque ninguém respondia à isso.

- H-Harry. - Quase tirei minha alma fora pela garganta, chorando desesperado ao perceber que eu havia conseguido falar alto. Senhor Deus obrigado! Obrigado! - Ha-Harry...

- Louis querido graças a Deus! Filho! - Minha mãe choramingou e eu sentia algo subindo por minha garganta, subindo forte e parecendo não sair por conta da posição deitada ou por falta de força de meus próprios músculos. Mãe fale de Harry! Harry!

- Louis, Harry está a algumas salas daqui e está passando por alguns exames. Ele está bem, vai ficar tudo bem. - Mentirosa! Pelo amor de Deus, me fale a verdade! Eu não ouço uma gota de verdade em seu tom e em nenhuma de suas palavras. Eu vou vomitar. Oh, eu vou vomitar.

Passaram-se minutos e tudo pareceu calado demais. Eu acho que eu provavelmente desmaiei porque de repente nenhuma das duas falava mais nada ou sequer minha mãe chorava. Comecei a movimentar mais minhas mãos e meus pés, conseguindo sentir melhor meus dedinhos mexendo e minhas pernas responderem um pouco mais. Tentei abrir os olhos, conseguindo porem tendo que fechar forçadamente segundos depois por conta da claridade extrema do quarto. Passei alguns minutos contados abrindo e fechando-o aos poucos e percebi estar realmente sozinho, o que me fez pensar que eu realmente devo ter desmaiado. A luz aos poucos fora ficando suportável e logo eu tentava focar os objetos de toda a sala que eu estava. Meu corpo estava ligado à alguns aparelhos que faziam barulhos, minha veia recebendo soro, meu corpo coberto por um lençol tão fino que chegava a ser inútil, meus dedos congelando por eu ter me mexido.

You've ForgottenWhere stories live. Discover now