- Luna! Te conheço. Sei que está com problemas. - fala.

- É só o Théo mãe. - respondo.

Saio e não vou para casa. Ainda são 16h. Atravesso a rua e vou olhar a praia. Preciso pensar muito. Afinal, são três vidas em jogo.

Estou com um biquíni por baixo e trouxe una saida na bolsa. Só vou dar um mergulho e relaxar por um momento.

- Luna! Coincidência você aqui. - fala Douglas se aproximando.

- Oi! Ja vim mal intencionada para um banho. O mar me ajuda a relaxar. - digo.

Ele sorri, faz sinal para o rapaz que traz duas águas de coco. Ficamos conversando em torno de 1 hora. Rimos de tantas histórias. Por um momento consegui esquecer os problemas. Acabamos não entrando na água.

- Preciso ir Douglas. - falo levantando.

- Te deixo em casa. - fala.

- Não precisa. O segurança está me aguardando. - falo sem jeito.

- Esqueci da mania de perseguição desse povo. A gente se fala.

Chego em casa e vou fazer algo para comer. A alta da minha mãe está para sair. Vou para o quarto e depois de um banho, começo a arrumar minhas coisas. Pois, quero ter tudo pronto para quando puder levar minha mãe para casa. Não vejo a hora. Por diversos motivos.

A campanhia toca e me pergunto quem é. Deve ser alguém de confiança, pois não interfonaram. Atendo e dou de cara com dona Lúcia.

- Oi. Entra. O Théo ainda não chegou. - falo sem graça.

- Eu sei. Por isso vim. - diz entrando.

- A senhora quer alguma coisa? Um café?

- Quero! Mas não café. Quero saber sobre o exame e quando vai deixar meu filho ciente da responsabilidade dele? - fala se aproximando.

- Fiz o exame na segunda mesmo e deu positivo. - falo com um nó na garganta.

- Eu tinha certeza disso. E quando dirá ao Théo? - senta e eu a acompanho.

- Estou me preparando. Não vai ser fácil e estou com muito medo. - falo com a voz trêmula.

- Fácil não vai ser mesmo. Você sabe que Théo não quer ter filhos. Porém, se descuidou. A culpa não é só sua. Se ele não quer, tem que se proteger. - diz.

- Dona Lúcia. Eu juro que não foi proposital. Eu sei dos riscos, mas juntou a doença da minha mãe com tudo o que veio depois. - falo chorando.

- Eu sei minha filha. Não estou te julgando. Daqui a pouco a barriga cresce e o pai sem saber. - diz.

- Sei disso. Preciso conversar com minha mãe sobre a Bella e o meu pai. E isso também está me consumindo. - falo nervosa.

Peço a ela um pouco mais de tempo. É muita coisa junta. Estou ao ponto de enlouquecer. Minha mãe vai surtar quando souber do meu pai e da Bella e para fechar o pacote, uma gravidez.

- Eu entendo minha filha. Mas o Théo tem o direito de saber.

- O que é que eu tenho que saber? - fala Théo. - Me assusto

- Théo! - falo num sussurro!

Olho para dona Lúcia em súplica. O coração batendo a mil e o medo me paralisando.

- Não adianta implorar a minha mãe com os olhos para não falar. - Diz ríspido.

- Filho. Coisa dela. Quando ela se sentir a vontade, vocês conversam. - dona Lucia intervém.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Where stories live. Discover now