Troco algumas palavras com Renan e sigo. Meu celular só tem 3% de bateria. Desligo e coloco para carregar. É mais rápido.  Já que vou para hospital  não  preciso ligar para Luna.

Chego rápido. Procuro  por ela e não  acho. Pergunto  sobre a mãe  dela na recepção  e  disseram que ela esta na sala do diretor. Aguardo e nada. Meia hora e nem sinal. Por que essa garota está  demorando tanto?

- Théo! Seu celular. Esqueci  que tinha  um carregador portátil  no carro. - diz Renan.

Olho para o aparelho e ligo. Vejo as mensagens  tem uma da Luna. O que será  que aconteceu? A mensagem  soa aflita  demais. Me dirijo  mais uma vez a recepção.

- Querida. Posso falar com  o responsável  pelo  hospital. Fale que  é Théo  Portinare. - digo.

- Um momento! - liga e conversa  com alguém. - Pode seguir  esse corredor da direita. A última  porta.

Vou voando. Preciso saber o que aconteceu. Bato e alguém manda  eu entrar.

Abro a porta e vejo a Luna aos prantos  na sala sentada de frente para  o diretor.

- Luna! O que houve?  - ela me olha, não  diz nada. 

- Théo.  Que prazer em te ver rapaz. - puta que pariu. Ele disse  meu nome.

Não  tenho coragem de olhar para ela agora. Engulo em seco. Não  poderia ter descoberto  de maneira pior.

- Tudo bem tio Alvaro? Não  sabia que era o senhor. - respondo  meio  engasgado.

- Assumi tem 4 meses. Mas me diga, essa moça, esta com você? - pergunta. 

- Sim. Eu a trouxe junto com  a mãe.  - explico.

- Porque não  me disse? Você  deixou  um calção  de 15mil. Não  tinha necessidade.  - ele diz.

A olho de lado e ela está  agora de cabeça  baixa mexendo nas mãos.  Não  sei o que vai na cabeça  dela. Mas coisa boa a meu respeito  não  deve ser.

- Achei que deveria. - digo  a ele.

- O que é isso Théo? Esse hospital é de seu pai.  Você  não  precisa  pagar  nada e sabe disso. - ele diz.

Gelo por dentro. Não  queria que ela descobrisse  assim. Ela me olha  com pavor nos olhos. As lágrimas  descem com mais  frequência.

Quando penso  em falar  algo, ela levanta e sai da sala como um furação.  Fico  sem reação.  Pego o celular  e ligo  para o Renan  que atende no primeiro  toque.

- A Luna saiu correndo aqui da sala da direção.  Não  a perca de vista. - falo e desligo.

- O que houve? - pergunta  o médico. 

- Ela deve ter ficado chateada  achando  que a tinha esquecido  aqui. - nao quero entrar em detalhes.

Assinei o contrato. Luna já havia assinado a papelada da cirurgia para adiantar.  Insisti para que pelo menos os 15 mil ficassem no hospital. Afinal, para meu pai e seus sócios, elas duas são  estranhas.

Saí a procura da Luna.  Ela não estava na recepção. Ligo para seu celular várias  vezes e ela não atende. Ligo para o Renan.

- Onde ela está? - pergunto. 

- Numa pracinha aqui ao lado. Está no celular  falando com alguém.  - diz.

Desligo  e vou atrás  dela. Sei o quanto deve está chateada. Mas não  menti por mal. Queria uma forma  segura  de descobrir  algo sobre a Camila. Errei mais ainda ao me envolver com ela.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde histórias criam vida. Descubra agora