Apresentei-lhes os gémeos e fomos em direção aos pais de Rúben e Ivan que se encontravam à nossa espera com os seus habituais sorrisos.

- Deixa que eu levo isto. - o Sr. João disse ao pegar na minha mala e nem consegui reclamar pois quando o ia fazer, o seu olhar dizia-me para que nem tentasse, o que me fez rir.

- Não era preciso mas obrigado. - agradeci e este ofereceu-me um sorriso.

- Como é que estás querida? Os teus exames como correram? - Dona Bernadete perguntou simpática e eu sorri-lhe, entrelaçando o meu braço no seu quando esta mo oferecera.

- Estou bem. Com muitas saudades do Rúben. - suspirei e ela soltou uma risada. - Os exames correram bem, obrigado. Apenas o último que fiz não me correu como queria. Provavelmente, vou ter o repetir o que me fez encurtar a minha estadia pela Rússia. - respondi triste, pelo facto de ter de lhe mentir. Odiava fazê-lo mas não podia simplesmente dizer-lhe que teria uma consulta para decidir o plano de tratamentos de quimioterapia que iria realizar.

- O Rúben falou-me sobre isso. Vais ver que não há de ser nada. - confortou e eu sorri fraco.

- E por falar no Rúben, como é que ele está? Hoje, só falámos de manhã. Ele nem sonha que já cá estamos. - vi-a sorrir.

- Está bem. Um pouco triste por não jogar mas, ele reconhece que os seus colegas são igualmente aptos para estar naquela posição e, ele tem de ser paciente e esperar pela sua vez mas está a adorar a experiência que é o Mundial pois, viver como jogador da equipa é diferente de a viver como adepto. Consigo ver que ele está cansado mas nunca o vi queixar-se, muito pelo contrário. - sorri com o que dissera. Rúben era mesmo assim. Podia estar na sua pior forma ou fase da vida mas jamais deixaria que isso lhe afetasse de alguma forma e que o retirasse do foco dos seus objetivos.

Continuamos a conversar durante o caminho para o hotel onde ficaríamos durante aqueles dias e fiquei contente ao ver que os meus irmãos já se sentiam familiarizados com as pessoas à sua volta, nomeadamente com Ivan.

Chegados ao prédio, pedimos as chaves dos respectivos quartos e fomos lá deixar as nossas coisas enquanto a família Dias esperava por nós no hall de entrada.

Assim que chegamos à beira deles, os mesmos procederam a uma visita guiada pelo pouco que ainda conheciam da cidade onde aproveitámos para tirar fotos e comprar lembranças para a família em Portugal.

Parámos num restaurante para jantar e quando o relógio marcou as 20h caminhamos até ao hotel onde a seleção portuguesa estava hospedada e que não ficava muito longe do lugar onde iríamos permanecer durante a nossa estadia.

- Ele não sabe que estamos aqui, pois não? - Carolina perguntou e nós rimos.

- Não. Avisei o Guedes por mensagem e este informou que eles estão na sala de convívio que costumam frequentar depois do jantar. Vou lá surpreendê-lo. - respondi e ela riu.

Entrámos e acenamos em sinal de cumprimento aos presentes, uma vez que nenhum de nós dominava a língua russa.

Quando entrámos, reconheci Rúben que se encontrava de costas, sentado num pequeno sofá enquanto ria de algo que a dupla André Silva e Bernardo Silva partilhavam. Vi Guedes olhar na nossa direção e abri um pequeno sorriso em agradecimento. Quando me aproximei do jogador, cobri os seus olhos com as minhas mãos e este sentou-se direito apalpando as mesmas.

- Eve? - perguntou mas nem me deixou responder. - Impossível. Ela só vem amanhã. - disse para si mesmo e todos nós rimos. - Caralho, então és mesmo tu. - disse surpreso o que nos fez rir ainda mais.

Girls Like You | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora