sete.

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- Quatro dias é muito tempo fora. - Rúben fez beicinho e eu ri, envolvendo as mãos no seu pescoço, beijando os seus lábios.

- Vai passar num instante. - confortei-o. - Vamos arranjar-nos para ires até ao Estádio. Não quero ser motivo do teu atraso. - disse enquanto me levantava.

- Então és o atraso mais bonito. - respondeu e eu sorri, mandando-lhe um beijo no ar.

Fechei-me na casa de banho e cerca de quinze minutos depois, já vestida, abandonei a divisão vendo Rúben já levantado a preparar as suas coisas.

- Isto aqui já está. Agora vou ao duche. - falava como para si e eu ri com a sua concentração.

Fui até a cozinha e prepararei um pequeno almoço saudável e reforçado antes de o jovem partir para a Rússia.

- Cheira bem! - fez-se ouvir e olhei na sua direção vendo-o já vestido e de cabelo molhado.

- Papas de aveia com banana e canela e um smoothie de couve com kiwi, maçã e um pouco de gengibre. - apresentei o menu e vi-o olhar expectante para a refeição.

- Tens a certeza que queres ser jornalista? Podias bem ser cozinheira. Já ontem o jantar estava maravilhoso e o resto dos dias em que já cozinhaste, nem digo nada. - elogiou e eu sorri, sentado-me à sua frente.

- Acho que herdei este gosto pela cozinha da minha mãe. Eu não acho que a minha comida seja algo de especial. Se provares a da minha mãe, nem te lembrarás da minha! - exclamei e este negou, rindo.

- Eu não me esqueço de nada que seja teu. - foi fofo e eu sorri contente para ele. - Estás preparado para defrontar o CSKA de Moscovo? - perguntei-lhe enquanto comíamos.

- Sim, nós fizemos bons treinos e sentimo-nos aptos ao desafio mas sei lá, o nosso percurso na Liga dos Campeões tem sido uma grande desilusão. Nunca tal nos aconteceu, não enquanto jogador e adepto que sou. Nós só não queríamos desiludir a família benfiquista mas acho que já vamos tarde para isso. - desabafou triste e suspirei ao ver o seu desânimo.

- Não vais pensar nisso agora. Vocês vão à Rússia fazer o vosso melhor, tentar dar a volta por cima e depois logo conversamos sobre tudo. Se estiveres com esse tipo de pensamento, certamente o jogo não te correrá como queres. - aconselhei e vi-o acenar enquanto terminava a refeição.

Juntos arrumamos a cozinha, antes de me ter de despedir do rapaz.

- Boa sorte para o jogo, faz o teu melhor e seja qual for o resultado, para mim serás sempre o melhor do mundo. - disse quando já estávamos do lado fora da minha casa.

- És a melhor do mundo, sabias? - perguntou-me enquanto deixava um traço de beijos por toda a minha face, fazendo-me rir.

- Só quero que estejas bem e que não sofras por antecipação pelo resultado que não sabes que vais alcançar. Não quer dizer que o jogo corra mal e se isso acontecer, não podes desanimar. - aconselhei e vi-o suspirar.

- É difícil. É uma sequência de resultados na Liga dos Campeões horrível. Nós não queríamos ficar por aqui. - deu de ombros e roubei-lhe um beijo que o fez sorrir fraco.

- Os campeões também são feitos das suas derrotas, Rúben. O que quer que aconteça tu e a tua equipa não deixarão de ser os melhores do mundo para os vossos adeptos e não deixarão de ser uma equipa de prestígio e qualidade aos olhos do exterior porque as coisas nem sempre correm como queremos mas a vida não seria a vida sem elas. - lembrei-me da conversa do meu pai e sabia que era um bom momento para a recordar.

- "Não esperes a tempestade passar, aprende a dançar na chuva."- acrescentei e o jovem puxou-me para um abraço apertado que me fez sorrir abertamente.

Girls Like You | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora