Girls Like You | Rúben Dias

três.

A semana passara rápido e nunca mais tivera oportunidade de me encontrar com Rúben. Este estava bastante ocupado com os treinos e outros compromissos mas mantivemos contacto através de mensagens e das redes sociais onde acabámos por nos adicionar um ao outro.

Era hoje o dia do jogo. Admito que estava um pouco nervosa pois ia conhecer o irmão de Rúben quando ainda tinha muito para conhecer do jovem jogador do Benfica.

Depois de tomar um banho relaxado e atualizar os estudos da universidade, decidi preparar-me para a partida. Uma vez que se tratava de um jogo de futebol e pouco conhecia acerca da modalidade e das equipas em questão, optei por uma roupa casual mas confortável.

- Olha lá, não vais estar sozinha o tempo todo pois não? E vais ver esse Rúben antes do jogo? - Alejandro perguntou, entrando no meu quarto, enquanto eu esticava o cabelo.

Fora, praticamente, obrigada a contar sobre Rúben para os meus irmãos quando informei a minha família que iria chegar mais tarde. Fiquei surpresa quando o meu pai reagiu bem ao facto de eu ir ter com um amigo. Com os meus irmãos, a história já foi outra, principalmente com Alejandro.

- Isto é mesmo assim? Entra-se no quarto, não se bate à porta nem nada. É uma alegria! - fui irónica e este riu. - E não, Al, não vou estar sozinha. Vou estar com o irmão dele e talvez o mesmo vá levar mais alguém. Aliás, vão lá estar milhares de pessoas. E não sei se me vou encontrar com o Rúben antes do jogo mas depois, certamente que vamos estar juntos. - informei-o e ouvi-o bufar.

- Juntos? Tipo, juntos, do tipo.. - reparei que este começara a enrolar e não evitei gargalhar.

- Não, Alejandro, eu conheço o Rúben há uma semana. Somos amigos. É uma pessoa bastante fácil de conviver e uma companhia muito agradável. Estou a gostar de conhecê-lo. Pára lá com os filmes, por favor. E mesmo que alguma coisa se estivesse a passar, não tinhas nada haver com isso. - avisei e o olhar que este me lançou era capaz de meter medo a alguém, mas essa pessoa não era eu.

- Hey! Não é bem assim, sou teu irmão e preocupo-me contigo.. - foi interrompido pela voz da minha mãe.

- Alejandro Sancho, deixa a tua irmã em paz! - ela gritou ao passar no corredor e não evitei gargalhar quando o meu irmão praguejou.

Ele odiava que lhe chamassem assim. Até compreendia e podia afirmar convictamente que a escolha dos nomes para Alejandro tinha sido das piores coisas que os meus pais já podiam ter feito. É que não combinava mesmo.

- Alejandro Sancho, ouve a mãe. - gozei e este mostrou-me o dedo do medo.

- Mas a sério Eve, só me preocupa o facto de ele ser conhecido publicamente e depois podes ser demasiado exposta e levar com coisas que podes não ter estômago para aguentar. Só não quero que te magoes, pois confio em ti e sei que estás ciente do que estás a fazer mas às vezes as coisas podem dar para o o torto e somos atingidos de formas que nunca pensámos. A ironia desta vida é que ela tem a capacidade de nos virar de pernas para o ar em questão de segundos. Não quero que isso aconteça contigo. - foi sincero e não pude esconder a minha surpresa pela escolha das suas palavras.

E por muito que me custasse a admitir, o meu irmão até tinha razão. Não podia negar a mim mesma que já imaginara cenários na minha cabeça onde tinha Rúben como mais do que um amigo e nunca pensara nas consequências disso. Era inegável a química que partilhavámos e a amizade que, rapidamente, íamos construindo os dois.

- Al, adoro esta tua faceta protetora mas peço que confies em mim, como dizes que confias. Eu não quero pensar nisso. A verdade é que estou a adorar conhecer o Rúben e ele já me fez sentir, num curto espaço de tempo, de uma forma positiva que eu já não conhecia a sensação. Ele está a ajudar-me. Eu não quero saber do facto de ser jogador de uma equipa conhecida mundialmente, importa-me sim o facto de ele gostar da minha companhia, querer conhecer-me e ajudar-me nesta aventura que fomos obrigados a embarcar à três anos atrás. Ele torna as coisas mais fáceis. E eu não quero perder isso. - beijei a sua bochecha e sorri quando este me puxou para um abraço apertado.