Capítulo 5

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A gargalhada do Rei Kael foi ouvida ecoando pelo seu castelo causando terror absoluto à quem ali vivia. Ele recebia Lorde Norak no salão rubro e o homem parecia não entender o motivo de tanta graça, mas diante do olhares que recebeu de outros membros da Guarda entendeu constrangido quem era o motivo. Era amigo de Lorde Elran desde antes do mesmo ser Rei, e agora acabava de ser dispensado pelo filho. Ele achava que conseguiria reinar em paz se não houvesse quem o contrariedade, tolo. O Castelo Branco tinha muitas influências sobre que poderiam leva - lo a perder o poder, em sua opinião ele não era nem um terço do que o pai foi na sua idade. Kael parecia não estar realmente preocupado por não ter alguém tão próximo à Noah naquele momento como informante e isso o deixava particularmente preocupado. Estava deixando de ser útil, e isso era um péssimo sinal se queria reconhecimento quando ele voltasse à Ambarys.

- Diga - me milorde, o que se comenta na corte sobre o festival? - Kael olhava para uma dançarina ydheranesa em sua performance sensual usando véus.

- Lorde Rupert deixou o Castelo Branco à dias e a Arquimaga esteve reunida com a Elder Liria - respondeu aceitando o rum efyrino servido por Kaly.

- Isso eu não tenho dúvidas - Kael voltou - se para ele como se quisesse extrair alguma informação que não tinha.

- Lady Lyra está se tornando cada dia mais influente, confiante, o Rei aparentemente dá a ela liberdade para agir. Mais até do que Elran, o que eu já achava absurdo - queixou - se o Lorde que nunca foi exatamente um admirador do Lorde graime, e gostava menos ainda da filha.

- Cuidarei pessoalmente da Arquimaga - Kael disse pensativo - eu lhe pedi apenas que me trouxesse a minha adaga, milorde.

- Eu não tive a oportunidade, meu Rei. E como meu acesso ao Castelo Branco será bastante restrito à partir de agora, receio que não seja possível. - o homem sentiu os olhares de outros homens da Guarda de Kael observando - o.

- Eu posso pegar a adaga - uma voz vindo de trás de Lorde Norak cortou o silêncio pesado e hostil daquele momento.

- Ah, finalmente. Achei que havia sido morto por algum bravnt - Kael observou o arqueiro se aproximando.

Arthur chamou a atenção pela bela capa graime que vestia por cima da roupa de couro escura a moda herac . Ostentava o Bastardo na mão esquerda e dessa vez não usava o capuz. Norak notou o olhar interessado de Kaly em direção ao rapaz e pensou se a favorita do Rei se arriscaria por um mero peão. Kael olhou desconfiado para o arco, que ele disse ter tomado de um elfo Illaryn. Mas não estava disposto a acreditar em tudo que o arqueiro dizia, os sumiços estavam se tornando frequentes e ele estava trabalhando pouco com a Guarda.

- O que lhe faz pensar que poderia fazer tal coisa?

- Eu me aproximei da Arquimaga, ela parece ter simpatizar comigo - ele disse despreocupado.

- Aaah, o galante arqueiro - disse Orson Levir, um espadachim ullayner respeitadíssimo.

Kael continuou olhando para Arthur intrigado, enquanto os membros da Guarda pareciam curiosos quanto a relação de Arthur com a maga. Claro que aquilo era do seu interesse, poderia facilitar tudo. Mas não estava confiando em Arthur como das outras vezes, não com aquela vestimenta graime e aquele arco de herói. Levantou - se e passou por Arthur fazendo um breve sinal com a mão para que o acompanhasse. Saíram para a vista do salão rubro, de onde tinham uma visão privilegiada do labirinto de Obrennor. Era imenso, ou parecia ser. Arthur não tinha certeza de o quanto Kael usava de ilusões para enganar inimigos e aliados. A única coisa que sabia com certeza, é que ninguém nunca retornou de lá. Acima o céu onde carregado à dias, de uma tempestade se formando. Pensou por um momento se ele tinha a intenção de manda - lo para o labirinto, pois continuava muito quieto.
Kael perguntou como estava Colin, e Arthur sabia que aquilo era antes de qualquer coisa, uma ameaça. As moedas que havia recebido de Noah quando ainda estavam no mosteiro de Mar Azure eram suficientes para mantê-los e às poções de seu mentor com certo conforto durante meses. Tinham uma vida simples e Arthur havia providenciado somente o que era necessário naquele momento, alguns consertos na casa, um estoque das poções que Colin precisava, um par de botas novos pois os seus estavam sendo reparados pela décima vez. Separou duas moedas de ouro para si e o restante entregou à Colin, para que ele usasse quando precisasse. Ele apenas guardou, sem questionar. Também não perguntou sobre o arco, examinou cuidadosamente sem dizer uma palavra depois o entregou balançando a cabeça em sinal de aprovação.
Arthur voltou a prestar atenção quando Kael perguntou o quanto próximo a Arquimaga ele era.

- O suficiente para ela me querer por perto - ele falou enigmático.

- É por isso que você anda ausente das suas responsabilidades na Guarda?

- Entre outras coisas. Tenho que tomar um rumo, Colin não tem muito tempo, está cada dia mais fraco - ele disse, e não mentiu. Não tinha idéia do que fazer quando ficasse sozinho.

- Resta saber qual lado você vai escolher - Kael voltou - se para ele , encarando- o - sabe Arthur, você tem sido meu homem de maior confiança. Essa confiança você conquistou a cada ordem obedecida, a cada missão cumprida em meu nome.

- Só tenho a agradecer pela confiança, mestre - Arthur continuou a olhar para ele.

- Eu gosto muito dessa vista - Kael apontou o labirinto - Obrennor era um mago negro, de terras longínquas. Ele também foi banido do seu reino, mas na esperança de retornar ele prendeu todos os Sete Acólitos da Escuridão dentro desse labirinto, onde dizem sua centelha também permanece.

- E ninguém o libertou. Porque ele mesmo se perdeu. - Arthur terminou a história.

- Esse labirinto foi usado durante muito tempo como punição à traidores- Kael sorriu - e vou mandar traidores pra lá, se achar que devo.

Arthur sorriu de volta, como se aquilo não fosse com ele. Tinha que tomar mais cuidado, e se fazer mais presente na Guarda. Sugeriu ir a Ihgraime, dizendo que conhecendo Kane sabia que ele poderia se distrair facilmente no festival, o que não deveria ser de todo mentira. Kael o autorizou lhe entregando uma runa, para que ele abrisse o portal. Mal sabia ele, que Arthur já não precisava de runas.

Capítulo curtinho, mas não menos importante ;)
No próximo, continuaremos nos domínios de Kael, que receberá uma visita importante...
Beijos, S.H.Fisher 😘

Destiny - Dividida Pela Realeza - Duologia Ambarys Livro 2Where stories live. Discover now