Capitúlo 14

14.6K 1.3K 453
                                    

Ester

Faltavam apenas quinze dias para o casamento. Quinze dias trancafiada nesse apartamento, Henrico simplesmente não fala mais comigo depois do episódio que se passou, ele acorda cedo, chega tarde, na maioria das vezes já estou dormindo e vejo suas mudas de roupa no banheiro mostrando que esteve presente, se estou à beira de um colapso, sim estou! Não aguento mais, meu celular sumiu desde que entrei nesse apartamento, nenhum telefone ou forma de comunicação existe a não ser aquele maldito interfone grudado na parede para chamar Fabrício com suas respostas monossílabas que me deixam mais irritada.

-Uhhhhh. Bufo novamente olhando aquela vista linda, o sol radiante e não podendo sair de dentro do apartamento, precisava achar alguma maneira de sair.

Vou até o interfone e penso no que falar para Fabrício pela décima vez, retiro o interfone mas coloco novamente no lugar, ando de um lado para o outro, isso, tenho que achar uma maneira de fazê-lo subir aqui mas como? Sempre que ele sobe o elevador fica aberto, essa é a única maneira de poder descer, porém ele nunca sai de dentro dele.

Ah se eu não sair hoje disso aqui juro que não sei do que sou capaz de fazer, subi as escadas e abri as portas dos quartos de hóspedes, todas as janelas são lacradas, inclusive o da suíte pois era igualmente o da sala toda envidraçada. Voltei novamente para o segundo quarto onde a janela possuía três partes, porém possuía travas de segurança, precisava de algo firme para poder quebra-lá. Fui até o quarto e troquei o pijama que ainda usava por uma calça jeans, uma t-shirt com um tênis confortável, peguei minha bolsa transversal e conferi meus documentos e dinheiro. Fechei todas as portas deixando somente o que eu precisava aberto, retirei a chave que trancava a porta do quarto de hóspedes e coloquei pro lado de fora dela, isso iria servir. Abri a porta do banheiro e conferi estrategicamente aonde eu iria me esconder, desci as escadas novamente, fui até a lareira onde havia aqueles kit para limpeza da mesma, peguei a que parecia ser um gancho de ferro, fui até o vaso de flores que era lindo.

-Me desculpem florzinhas mas é para uma boa causa. Retirei elas de dentro e esvaziei a água na pia da cozinha. Pronto com equipamentos em mãos fui até o bendito quarto, larguei o vaso no chão e peguei o ferro bem firme com as duas mãos e mirei na janela, dei a primeira batida e não aconteceu nada, na segunda o vidro quiz craquelar, posicionei melhor as mãos e bati com toda a minha força e o vidro terminou de espatifar, senti o ar geladinho entrar e balançar meus cabelos, fechei os olhos por dois segundos, faltava pouco. Desci correndo e peguei o interfone.

-Sim. A voz de Fabrício soou beirando a monotonia.

-Fabrício eu não estou me sentindo bem, vou cometer uma loucura.

-Sra. Ester, você sabe quais são as ordens.

-Estou falando sério, Adeus, diga a meus pais que amo muito eles. Fingi estar chorando, deixei-o falando sozinho e o interfone fora do gancho e subi novamente as escadas, bom se não desse certo pelo menos teria uma boa história para contar, parei em frente à porta aberta do quarto a qual havia acabado de quebrar a janela, peguei o vaso e esperei aproximadamente vinte segundos até ouvir o elevador parar, anunciando que meu algoz havia chegado.

-Sra. Ester. Ouvi ele me chamar lá de baixo e foi o bastante, explodi o vaso no outro vidro intacto e sai correndo  para trás da porta do banheiro do corredor que ficava em frente aonde estava armando meu plano, ouvi passos rápidos subindo as escadas, meu segurança foi direto a minha emboscada, sai lentamente de trás da porta, ele estava quase se debruçando na janela, provavelmente para ver se havia me jogado dela, quase ri na hora mal sabe ele que nunca faria algo assim, peguei a porta e fechei a trancando quando ele ouviu o barulho da maçaneta com a chave se fechando ele gritou meu nome furioso, porém não perdi tempo e fui direto ao elevador, coloquei a opção térreo.

A Escolhida do Consigliere Where stories live. Discover now