Ester
Assim que o avião pousou pedi que me levassem para o hospital que Sandra estava. Finalizamos os exames e graças a Deus tudo ocorreu como esperado, retiraram o líquido da minha medula para doação, um procedimento delicado mas muito simples por sinal, me senti feliz de poder estar salvando uma vida. Assim que recebi alta pedi a Felippo para me levar novamente para Alemanha, ele iria em uma viajem de negócios e eu iria aproveitar a carona para voltar pra casa. Para minha sorte Anne foi bem compreensível e não fez muitas perguntas como de costume, precisava de espaço.
O piloto soou da cabine mandando nós apertar os cintos pois já iriamos aterrisar, estávamos em um dos aviões da mafia e iriamos pousar no aeródromo da mafia alemã em poucos minutos, enfim em casa.
Meu pai estava a nossa espera para recepcionar não só a mim, mas como papel de consigliere e Lansky afastado, havia sobrado para ele e Klaus as demais funções, trocamos poucas palavras mas seu abraço caloroso me fez sentir protegida de todo o mal. Meu peito estava angustiado, me dirigi para um dos carros que iria me levar pra casa.
Assim que o motorista parou saí correndo em direção à porta de entrada e abri a procura da pessoa que talvez pudesse amenizar um pouco o que estava sentindo.
-Mãe. Soltei a bolsa no chão e subi as escadas, ela estava vestida em um roupão, com uma toalha nas mãos terminando de secar seus cabelos.-Meu amor. Ela estendeu os braços e eu me agarrei nela, as lágrimas começaram sem pedir licença.
-Ester, o que aconteceu...
-Só estava com saudades. Funguei o nariz ainda abraçada nela.
-Eu te conheço Ester, pode me falar sou sua mãe, pode desabafar. Ela soou sincera mas seu tom preocupado.
E foi assim que contei para ela tudo, depois de uma tarde inteira, do início ao fim, Michaela em algumas horas abria a boca mas fechava, e depois de alguns longos minutos me encarando ela suspirou.
-O negócio era bem mais sério do que imaginava, por deus Ester você sabe muito bem que se envolver com alguém da mafia não é fácil, desde pequena sempre disse para você cuidar seus passos perto dos homens daqui, quem dirá dos italianos!
-Eu sei. Mordi a boca me sentindo culpada.
-E se ele tivesse tirado sua virgindade? Sabe que nem eu ou seu pai poderia fazer algo quanto a isso se ele lhe reivindicasse como esposa! Sua reputação seria manchada...
-Mãe você sabe que não estou nem aí para o que falam de mim! Me levantei agora brava.
-Meu amor não é isso, não quero que você se machuque, sabe melhor do que ninguém que a única coisa que importa para Jhon e para mim é você! Seu pai mataria Henrico para lhe proteger!
-Matar!??? Não, não cheguemos a tanto mãe, pelo amor de deus, só estou confusa. Meus olhos quase saltaram da órbita, minha mãe às vezes era mais inconsequente do que eu.
-Não é isso, digo se você não quisesse nada com Henrico e fosse obrigada a casar sabe que seu pai não iria permitir que se sacrificasse que nem Anne fez. Ela vinha até mim e colocava uma mecha do meu cabelo atras da orelha.
-Entendo, me desculpa fui muito impulsiva e meu pai batalhou tanto por esse cargo não seria justo manchar o nome dele, vocês são ótimos. Peguei em suas mãos em forma de agradecimento.
-Não precisa se desculpar, agora eu só quero ver você sorrindo novamente, Débora estava no salão ontem e ficou louca quando disse que você estava voltando, agora de um jeito de fazer uma maquiagem nesse rosto e ir curtir a vida pois meu amor se esse italiano não perde tempo, você também não irá! Ela me olhou de uma forma vingativa, agora vocês percebem o porque meu gênio não é fácil de lidar.
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A Escolhida do Consigliere
RomanceImpulsiva, problemática, desbocada, talvez autêntica seria a palavra correta para me descrever, eu sei os meus limites fui criada para isso, ser uma perfeita boneca, porém esqueci todos aqueles adjetivos fofos para meninas quando meu pai disse "nunc...