Capítulo 10

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    Ester

     Assim que o avião pousou pedi que me levassem para o hospital que Sandra estava. Finalizamos os exames e graças a Deus tudo ocorreu como esperado, retiraram o líquido da minha medula para doação, um procedimento delicado mas muito simples por sinal, me senti feliz de poder estar salvando uma vida. Assim que recebi alta pedi a Felippo para me levar novamente para Alemanha, ele iria em uma viajem de negócios e eu iria aproveitar a carona para voltar pra casa. Para minha sorte Anne foi bem compreensível e não fez muitas perguntas como de costume, precisava de espaço.
    O piloto soou da cabine mandando nós apertar os cintos pois já iriamos aterrisar, estávamos em um dos aviões da mafia e iriamos pousar no aeródromo da mafia alemã em poucos minutos, enfim em casa.
     Meu pai estava a nossa espera para recepcionar não só a mim, mas como papel de consigliere e Lansky afastado, havia sobrado para ele e Klaus as demais funções, trocamos poucas palavras mas seu abraço caloroso me fez sentir protegida de todo o mal. Meu peito estava angustiado, me dirigi para um dos carros que iria me levar pra casa.
     Assim que o motorista parou saí correndo  em direção à porta de entrada e abri a procura da pessoa que talvez pudesse amenizar um pouco o que estava sentindo.
     -Mãe. Soltei a bolsa no chão e subi as escadas, ela estava vestida em um roupão, com uma toalha nas mãos terminando de secar seus cabelos.

     -Meu amor. Ela estendeu os braços e eu me agarrei nela, as lágrimas começaram sem pedir licença.

     -Ester, o que aconteceu...

      -Só estava com saudades. Funguei o nariz ainda abraçada nela.

      -Eu te conheço Ester, pode me falar sou sua mãe, pode desabafar. Ela soou sincera mas seu tom preocupado.

   E foi assim que contei para ela tudo, depois de uma tarde inteira, do início ao fim, Michaela em algumas horas abria a boca mas fechava, e depois de alguns longos minutos me encarando ela suspirou.

   -O negócio era bem mais sério do que imaginava, por deus Ester você sabe muito bem que se envolver com alguém da mafia não é fácil, desde pequena sempre disse para você cuidar seus passos perto dos homens daqui, quem dirá dos italianos!

    -Eu sei. Mordi a boca me sentindo culpada.

     -E se ele tivesse tirado sua virgindade? Sabe que nem eu ou seu pai poderia fazer algo quanto a isso se ele lhe reivindicasse como esposa! Sua reputação seria manchada...

     -Mãe você sabe que não estou nem aí para o que falam de mim! Me levantei agora brava.

     -Meu amor não é isso, não quero que você se machuque, sabe melhor do que ninguém que a única coisa que importa para Jhon e para mim é você! Seu pai mataria Henrico para lhe proteger!

    -Matar!??? Não, não cheguemos a tanto mãe, pelo amor de deus, só estou confusa. Meus olhos quase saltaram da órbita, minha mãe às vezes era mais inconsequente do que eu.

   -Não é isso, digo se você não quisesse nada com Henrico e fosse obrigada a casar sabe que seu pai não iria permitir que se sacrificasse que nem Anne fez. Ela vinha até mim e colocava uma mecha do meu cabelo atras da orelha.

    -Entendo, me desculpa fui muito impulsiva e meu pai batalhou tanto por esse cargo não seria justo manchar o nome dele, vocês são ótimos. Peguei em suas mãos em forma de agradecimento.

    -Não precisa se desculpar, agora eu só quero ver você sorrindo novamente, Débora estava no salão ontem e ficou louca quando disse que você estava voltando, agora de um jeito de fazer uma maquiagem nesse rosto e ir curtir a vida pois meu amor se esse italiano não perde tempo, você também não irá! Ela me olhou de uma forma vingativa, agora vocês percebem o porque meu gênio não é fácil de lidar.

A Escolhida do Consigliere Where stories live. Discover now