Capítulo 4

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Ester

Talvez seja egoísmo meu, mas quando retornei para Alemanha senti um alívio brotar em meu peito, ficar longe dos Cosa Nostra era a regra número um que impus a mim, eu já me ferrei uma vez por ter me metido com aquele filho da mãe não iria arriscar de novo e a única saída era ficar longe muito longe se é que me entende.

Minha vida tinha voltado a normal, com a mesma turbulência que Henrico Cosa Nostra chegou ele foi graças a Deus, voltei a sair nas festas com a Débora, curti meus animaizinhos que precisavam de muito amor e atenção, tudo estava na perfeita ordem.

Estava na ONG quatro patas preparando a feira de adoção que aconteceria daqui uma semana, peguei bety boop no colo para lhe colocar um fita vermelha, ela era uma cadelinha dócil e muito fofa toda pretinha com olhos esbugalhados.

-Deu está prontinha, tomara que você consiga um lar decente, prometo ir te visitar e se eu notar que não estão cuidando de você bem eu chuto a bunda deles e te levo embora!
Enquanto fazia cociguinhas na barriga dela ela tentava morder meus dedos. Já disse que ela era fofa!?

-Se eu não te conhecesse o suficiente pra saber que adora falar sozinha eu iria me assustar Ester. Peter o filho deus grego, gostoso, quente, ok deixa eu me recompor, o filho do veterinário que financiava a ONG nos ajudava de vez em quando o que pra mim era um colírio para os olhos, imagina que beleza você fazer a coisa que mais ama que é cuidar de animais e de quebra ter um bônus de homem gostoso pra ajudar, eu estava no paraíso.

-Se você me conhecesse suficiente talvez eu te assustasse melhor hein, o que acha!? Dei uma piscadinha pra ele. Ele riu envergonhado e largou a caixa que estava na mão em cima do balcão e se virou novamente me olhando.

-Ester, depois do evento você...?
Como se pegasse fôlego pra falar, seu rosto estava um vermelho só.

-Você...
o incentivei cruzando os braços e erguendo a sobrancelha.

-Você quer sair comigo? É só pra conversar... não precisamos se você não quiser eu entendo.
ele começou como se tentando esclarecer algo.

-Fechado depois do evento será só nós, agora tenho que ir.
Peguei Bety Boop levei até ele colocando em seu colo e dei um beijo em seu rosto. Não iria ficar muito tempo ali mesmo, meus afazeres já estavam todos prontos e pelo que percebi ele teve que tomar toda a sua coragem só pra me chamar pra sair.

Chamei Pablo e pedi para me levar pra casa quando meu celular começou a tocar, eu conheci o prefixo da Itália, pois tentava ligar milhares de vezes pro celular da Anne e só estava dando na caixa de mensagens a um bom tempo, até o telefone da casa eu liguei e não me deixavam falar com ela.

-Alô!

-Oi estou ligando pra dar um recado de Anne!
Uma voz abafada falava atras da linha.

-Quem é você!?

-Escute não posso demorar, ela mandou dizer que está bem, e que é pra você avisar que a máfia italiana está indo fazer sua nova base na Alemanha!
Meu sangue gelou.

-Hey como você sabe disso! Alo!?

A pessoa que estava por trás da linha já havia desligado sem me dar mais nenhuma explicação.

-Pablo, faça a volta, vamos à sede agora preciso falar com meu pai o mais rápido possível!

-Sim, senhorita.

A Escolhida do Consigliere Where stories live. Discover now