A Escolhida do Consigliere

Capítulo 13

Ester

Minha mala estava pronta, respirei fundo. Ninguém havia me procurado ainda, minha vontade para sair desse quarto era mínima, o veredito já havia sido dado, eu era oficialmente noiva de Henrico e em um mês iriamos oficializar matrimônio. Me sentia humilhada, em uma vida sem escolhas, viver na máfia não te dava o direito de ir e vir, não para uma mulher, cujo efeito surtia apenas para procriar e cuidar das aparências. Porém eu tenho o prazer e orgulho de dizer que todo o meu período de vida eu vive sim! Muito feliz, repleta de amigos e pessoas que me queriam bem...
Ouvi batidas na porta, com relutância me endireitei ergui a cabeça e fui ver quem era.

-Mãe... antes que ela pudesse entrar me joguei a seus braços.

-Meu amor, não chore. Ela me abraçou dando passagem para Anne passar e trancar a porta atras dela.

-Ester. Anne me abraçou ou tentou o que podia por conta da barriga imensa que estava.

Saí de seus apertos e comecei a limpar as lágrimas que caiam, fungando, resumindo estava um desastre.

-Achei que estivessem bravas comigo, por isso não tinham vindo. Falei terminando de fungar e indo me sentar na cama.

-No início fiquei furiosa, mas a culpa é minha tudo o que está passando minha filha, queria que vivesse uma vida na qual você nunca pertenceu e agora o preço que está sendo cobrado de você  foi alto, me perdoa. Minha mãe limpava suas lágrimas se lamentando.

-Não fala isso mãe, você é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço. Você me deu oportunidade de viver a vida a qual escolhi, não me arrependo de nada do que vive até hoje ou ontem à noite. Falei sem jeito.

-A culpa foi minha também. Anne se sentou na cama fungando. -Se eu tivesse impedido você de sair quando me disse, mas preferi ser omissa, achei que seria só mais uma noite como tantas outras, esqueci que estamos na Itália, você sabe que aqui todas as paredes tem ouvido Ester, tentei fazer o que pude para impedir Felippo! Não estou falando com ele mais, hoje foi a gota d'Água quando soube de tudo fui correndo lhe falar poucas e boas mas você o conhece...

-Anne você não pode ficar assim, pense no bebê você bater de frente com Felippo não é a melhor escolha. Ela me olhou surpresa.

-Você falando isso!? 

-Sim estou te falando isso porque quero seu bem, eu fiz a merda e vou assumir, meu pai quase perdeu a vida por causa da minha burrice, não vou arriscar mais.

-Não fale assim minha filha, seu pai está bem ele te mandou lembranças falou que assim que puder vai entrar em contato contigo, mas por agora ele prefere ficar afastado para não acharem que está tramando algum plano.

-Entendo. Falei um pouco decepcionada mas o entendia.

-É verdade Ester? Anne me perguntou.

-O que? Franzi as sobrancelhas.

-Que você se entregou à Henrico?

Fiquei gelada quando ela me perguntou aquilo, mas não poderia falar a verdade, tinha muita coisa em jogo.

-Sim é verdade. Desviei o olhar dos dela, mas senti sua cara de decepção.

-Hmm, tudo bem... só pode confiar em mim, você sabe que nunca falaria para ninguém sobre isso.

-Eu sei, me desculpe. Suspirei, estava cansada já de mentir, mas não havia mais opções.

-Minha querida. Minha mãe segurou meu queixo erguendo meu rosto.-Não se preocupe mais, não é pecado nenhum se entregar aos prazeres da vida , você já tem idade suficiente para saber o que é melhor para você, e se você achou que era certo transar com Henrico ou com quem você escolher nessa vida a única a saber é tu! Essas leis arcaicas desses velhos babões é que são asquerosas!