Capítulo 17

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— Hora de acordar, dorminhoco. — cochichou Anthony ao pé do ouvido de Pitter, que em resposta apenas se mexeu de leve.

— Vamos Pitter, fiz um lanche para a gente. Vem comer. — Anthony agora distribuía beijos pelo rosto e pescoço de Pitter, fazendo ele despertar por completo, os selinhos lhe causaram cócegas o que culminou numa risada gostosa.

— Você é sempre chato assim? — perguntou Pitter.

— Eu não sou chato, você que é careta! — respondeu com um cara emburrada, de brincadeira.

— Owwn, ficou chateadinho, vem cá bebezão. — Pitter puxou o rosto dele para si e deu um selinho demorado. Anthony agarrou sua cintura e o colou em seu corpo, trocaram alguns beijos e depois de Pitter vestir uma camisa grande de Anthony, foram para cozinha comer o lanche que este havia preparado.

— O que vamos fazer agora? — perguntou Pitter a Anthony enquanto os dois estavam jogados no tapete da sala sobre algumas almofadas, estavam assistindo qualquer besteira que estava passando na TV a cabo.

— Não sei, quer sair? — perguntou Anthony.

— Não falo disso, falo em relação ao que aconteceu. — Anthony então entendeu, desligou a TV e se colocou sentando em frente à Pitter.

— Eu disse que gostava de você, eu quero ter algo sólido contigo Pitter, se você aceitar ser meu namorado eu prometo te fazer muito feliz. Eu não vou machuca-lo, nunca, isso eu te prometo. Só basta você acreditar que a gente pode dar certo. — em nenhum momento Pitter desviou o olhar daqueles olhos castanhos quase verdes, tão hipnotizantes, ele sentia que poderia sim dar certo.

— Você tem razão, eu vou dar uma chance para gente ser feliz, só tenha paciência comigo, bom... você sabe... — Pitter desviou o olhar para baixo, Anthony segurou seu queixo e o fez olhar para si.

— Eu sei onde estou me metendo, e não se preocupe. Estou ciente das consequências e quero enfrenta-las, em breve serei o único a ocupar este espaço no teu coração, de certa forma Pitter... eu te amo. — os olhos do rapaz estavam brilhantes, marejados. Pitter sentiu confiança e sinceridade naquele olhar, e de alguma forma ele também amava Anthony. Existem várias formas de amar, e Pitter sabia que amava Anthony de alguma forma, só precisava entender que tipo de amor era esse, ele estava disposto a descobrir.

— Então oficialmente... Pitter, quer namorar comigo? — completou Anthony dando um pequeno sorriso de lado. Pitter também sorriu.

— Eu aceito Anthony, vou me entregar de corpo e alma pra gente dar certo. — e eles se beijaram pela primeira vez como namorados e amantes. Foi um beijo bom, que só foi interrompido porque os garotos estavam sem fôlego, e eles riram disso. Voltaram a se beijar e ficaram até altas horas nesse namoro, estavam felizes, Anthony, com toda certeza, muito mais.

E os três dias do fim de semana foram assim, entre beijos, amassos, carinhos e o conhecimento um do corpo do outro. Eles transaram como nunca haviam feito antes, se entregaram aos desejos e se permitiram viver.

O tempo juntos chegou ao final, Mathew voltaria pra casa naquele final de domingo e Pitter teria que estar em casa, pois o mais velho pensava que o menor tinha dormido todas as noites em sua cama, protegido, embora sozinho, ledo engano (risos).

— Nossa! Como eu tô cansando irmão! Me dá colo! — Pitter estava no sofá da casa deles. Mathew chegou realmente muito cansado, deixou a pequena mala num canto e se jogou no sofá pondo a cabeça no colo do irmão mais novo, fechou os olhos e viajou nos cafunés que eram desferidos no seu coro cabeludo.

— Então, como foram esses dias de palestras? — perguntou Pitter a Mathew. Ele era um dos convidados para palestrar sobre o marketing de empresas. Mathew foi o escolhido de onde trabalhava e essa era uma ótima notícia, mostrava que fazia bem o seu trabalho e agradava ao chefe, que era linha dura.

— Foi legal, mas você não vai gostar de saber, de certa forma é chatinho, não para mim é claro. — Mathew deu um sorriso ainda de olhos fechados.

— Tudo bem senhor marqueteiro, e a viajem?

— Cansativa! Continua seu trabalho vai! — Pitter riu e continuou a fazer cafuné em Mathew até certo ponto. Quando ele viu que o mais velho havia “capotado” de sono e cansaço, cessou os cafunés e se concentrou em sua série favorita que havia começado há poucos minutos.

Quando terminou mais um episódio, Pitter tirou a cabeça pesada de seu irmão de seu colo e lhe tirou os sapatos, foi para cozinha e preparou o jantar deles, uma massa rápida e simples. O segredo estava no molho, molho inventado por eles em um dia de farra na cozinha, a combinação de sabores deu tão certo que eles repetiram o molho em ocasiões como jantares oferecidos aos amigos.

Depois de tudo pronto Pitter acordou Mathew e disse para ele ir tomar um banho, ele foi e demorou pouco tempo, estava com fome, e rapidamente eles acabaram aquele jantar. Pitter tomou coragem e resolveu contar a Mathew sobre seu namoro com Anthony.

— Sabe, eu tô namorando... — disse Pitter corando instantaneamente.

— Ah! Não acredito! Anthony finalmente conseguiu! — disse um Mathew eufórico. Fazendo Pitter corar ainda mais, era estranho ver alguém torcendo por ele dessa forma só por namorar outro homem.

— Você não se importa? E como sabe que é Anthony?

— Mas é claro que sim. Eu torci por isso desde aquele dia que nos encontramos no apartamento de Anthony, e era impossível não ser ele, só vou ter que ter umas conversas particulares com Anthony. — a última frase deveria ser mais pra ele mesmo. Pitter corou ainda mais e eles conversaram animadamente sobre várias coisas, algumas “artes” que Mathew fez enquanto estava na capital participando das palestras. E assim passaram o resto da noite.

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