O Hospital

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Eu me lembro de falar pro Minho que vê-lo beijando a Krystal tinha sido a pior coisa que eu tinha presenciado. Agora eu vejo que eu me enganei: vê-lo desmaiado daquela forma foi a pior coisa. Lembro de correr até ele e Onew, e Victoria já estava ligando para a ambulância. A ambulância veio rápido, mas, para mim, pareceu uma eternidade. O Onew foi na ambulância com Minho, e eu e Victoria fomos para o hospital no carro dela. O caminho parecia longo demais. Chegamos junto com a ambulância, e os médicos levaram Minho para dentro. Victoria estava no celular, ligando para alguém. Me sentei na sala de espera, completamente desolada. O Onew também estava ao celular, ligando para alguém. Eu nunca me senti tão sozinha na minha vida.

Então, as portas da sala de espera se abrem. Vejo uma mulher mais velha entrando. Seus cabelos escuros constratavam com sua pele clara. Sua expressão era de preocupação total, mas mesmo assim ela parecia ser muito bonita. E familiar. Seu olhar procurava algo. Ela olhou para mim e veio correndo em minha direção, com os braços abertos.

- Sulli!

Eu me levantei e ela me abraçou. Eu nem sei quem é essa mulher, mas eu senti no abraço dela o conforto de que eu estava precisando. Ela me abraçou por um tempo, depois me afastou um pouco e colocou as mãos dela no meu rosto.

- Você é tão bonita. Exatamente como nas fotos - ela sorriu, um sorriso triste.

Nas fotos? Que fotos?

- Desculpe... mas você é?...

- Ai, minha querida, nem me apresentei... Você sabe, as circunstâncias - ela falou, constrangida - eu sou a mãe do Minho. Você sabe dele?

Uau, a mãe do Minho. Ela é muito bonita. E por isso ela me pareceu familiar - ele é muito parecido com ela.

- Ainda não sei nada - e comecei a tremer.

- O que aconteceu? - ela foi em direção a Onew, mas ainda ficou segurando minha mão.

Ela estava conversando com Onew, quando Amber, Luna e Krystal entraram correndo na sala de visitas. A Krystal entrou chorando, enquanto a Amber e a Luna pareciam em choque. Quando viu a Krystal, a mãe do Minho fechou a cara e veio para o meu lado.

- Cadê o meu oppa? - a Krystal falou, em prantos.

- Se acalma, Krystal, ele foi pra observação. Também não sabemos dele - a Victoria falou.

- Como eu posso me acalmar? Meu oppa está lá dentro - ela gritava e chorava cada vez mais. Isso é uma coisa que eu nunca tinha visto. Eu estava tremendo e em choque com a situação, mas a Krystal estava reagindo como se o Minho fosse morrer.

- Krystal, chega dessa palhaçada - a mãe do Minho falou, firme. Todos olhamos para ela - eu já entendi que você está preocupada, mas não precisa desse escândalo todo. Se controla!

A Krystal parou de fazer escândalo, mas ficou olhando para mãe do Minho com um olhar mortal; o mesmo olhar que ela lançava para mim, ás vezes. A mãe do Minho parecia bem acostumada com isso. Nisso, o médico saiu e fomos todos em direção à ele. Ele disse que o desmaio pode ter sido por causa de uma emoção muito grande, misturada à fadiga. Na queda, ele bateu a cabeça, mas nada grave e por enquanto ele iria ficar em observação, mas que o Minho ia ficar bem. Alívio coletivo acho que resumiria o que todos sentimos. A mãe do Minho disse que iria ficar com ele, e disse que poderíamos ir para casa. Eu não queria ir, muito menos a Krystal, mas a mãe dele insistiu. Quando eu estava saindo, a mãe do Minho me puxou pela mão:

- Meu filho é uma pessoa muito boa e gosta muito de você. Não desista dele, sim? - ela fez uma pequena reverência, que eu respondi com outra pequena reverência. Ela soltou minha mão e entrou para vê-lo.

No caminho, voltamos Onew, Victoria e eu em um carro; Amber, Luna e Krystal voltaram no carro da Luna.

- Você realmente deveria ter uma conversa com ela - Onew disse.

- Quem? Eu? - a Victoria olhou pelo retrovisor para poder olhar para ele.

- Não, a Sulli - ele apontou para mim.

- Eu? Com quem? - me virei para falar com ele.

- Com a Krystal. O Minho não teve culpa de que ela o beijou. Na nossa turnê, toda música romântica que ele cantava era dedicada à você.

Fiquei olhando para ele com um olhar de descrença.

- Olha só - ele puxou do bolso um celular, mexeu um pouco e me deu. Era um vídeo do Minho no palco. Tinha muita gritaria em volta, mas dava pra ouvir o que ele dizia.

"Essa próxima música vai para uma menina muito especial. Eu te amo muito, meu anjo, me desculpe por tudo".

Ele começou a cantar uma música com uma melodia lenta. Em meio aos gritos, dava para entender algumas coisas da letra, que era linda. O meu choro ameaçou voltar, mas me contive.

- Você ainda gosta dele - a Victoria disse, me olhando. Eu concordei com a cabeça - Lute por ele então - ela parou o carro na frente da SM. Olhei para ela, que me mostrou um sorriso contido. O Onew sorriu também, balançando a cabeça como quem diz "sim".

- Eu vou indo - Onew disse - obrigada pela carona, Victoria.

- De nada - Victoria disse, sorrindo. Parecia meio envergonhada. Onew ficou um pouco vermelho, e todos entramos.

Sulli's DiariesWhere stories live. Discover now