capítulo 46

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Narrador
Antes mesmo de Camila e Lauren romperem quele beijo. Amy tratou de sair dali com as crianças. Afinal, o que todos queriam ali, era que as duas ficassem juntas, ou pelo menos tentassem. Ela levaria Luna e Dylan para o hotel onde ela estava hospedada com Paul, deixando a noite livre para suas mães. A faxineira já teria ido embora também, então tudo começou a dar certo. Enquanto se beijavam e trocavam carícias, Elas nem notaram a ausência de todos ali, quando se deram conta estavam sozinhas no apartamento.
- Safados. - O tom de voz dela já era ofegante. Abriu um sorriso nos lábios, enquanto sentia as mãos de Lauren tocarem seu rosto.
- Eles só enxergaram o obvio. - Ela sorriu maliciosa, porém doce e carinhosa. - Camila, será que é tão difícil você dar o braço a torcer e falar que é louca por mim, pedir perdão e se ajoelhar aos meus pés?
Ela lhe olhou, e soltou uma risada irônica.
- Não seja sínica Lauren.
- Não seja tola Camila.
- A alguns minutos atrás, estávamos nos odiando. Lembra? - Virou de costas, tentando colocar a ideia no lugar.
- A alguns minutos atrás, eu estava lutando contra o meu desejo de te ter de novo. - Lhe agarrou por trás, deixando-a imóvel. - Mas, esse treinamento de resistência é o pior.
- Eu falei isso para mim mesma, já hoje. - Riu. - O que você quer de mim? me subornar para ter meus filhos? - Se deixou levar por aquele toque, entre o nariz de Lauren e o pescoço dela.
- Eu quero você, e quero agora. - Lhe virou de um jeito selvagem. - Já perdemos tempo demais, já brigamos demais, já nos magoamos, nos decepcionamos, nos machucamos... E tudo foi demais. - Falou segurando os dois braços dela. - Que tal, a gente se amar demais? Pelo menos uma vez na vida.
- Eu tenho escolha? - Olhava para os lábios de Lauren com desejo. - Só não espere eu falar, que te amo. - Sorriu, e lhe olhou tentadoramente. Lauren mordeu os lábios de Camila lentamente, e tornou a lhe encarar.
- Isso, veremos!
Então ela lhe beijou selvagem, com vontade, com força. Suas linguas se entrelaçaram naquele beijo apaixonado. Em menos de segundos, Camila já estava despida nos braço de Lauren, ambas dominando aquela cama espaçosa, sem temer a nada, sem lembrar de nada. Lauren lhe invadia com desejo, com gana, com vontade. E Camila se entregou de corpo e alma. Ali já não eram mais, duas mãe irresponsáveis que falharam diversas vezes. Não era a Bióloga famosa e nem a Tenista bem-sucedida. Eram apenas Camila e Lauren, duas apaixonadas desde a infância, fazendo amor.
- Agora diz... Diz que me ama. - Em meio as estocadas fortes e prazerosas, Lauren segurou o queixo dela.
- Eu.te.amo. - Ela disse, dominada de prazer.
- não ouvi... - Sorriu, bastante ofego.
- Eu... Te... Amo... Ahhh.. - Disse em meio aos gemidos prazerosos. - Eu te amo, Eu amo você... Canalha
- Bem isso. - Riu novamente, e lhe beijou com força. - Eu também amo você... Tosca.
Ambos suados, o corpo em chamas. Hora se matando, outra se amando. De repente todos os problemas ficaram miúdos ao lado do amor, que aquelas duas admitiram sentir um pelo outro. Ah, e para qualquer duvida... Sim, ela estava usando camisinha dessa vez.
- Você.... Arg. - Grunhiu minutos depois de chegar ao clímax. Estava exausta.
- Vem cá vem. - Lauren também teria chegado ao orgasmo. Estava exausto, mas puxou ela para o seu peito. - Vamos nos enganar não.
- Pestes!!  peste.... AH!
Camila queria se mostrar brava, talvez arrependida. Mas nada do que ela fizesse iria tirar aquele sorriso dos lábios de Lauren.
Elas estavam se olhando de uma forma diferente. Com um sorriso disfarçado, um apego reprimido. Camila agora, só com a camisa de Lauren e mais nada no corpo, Lauren apenas de cueca deitado na cama dela. Ela se perguntou várias vezes aquela noite, qual o verdadeiro motivo de ter deixado uma mulher daquelas. Uma mulher que conhecia cada parte do seu corpo, conhecia suas defesas, conhecia seus medos, suas fraquezas, suas inseguranças e seus pesadelos de infância. Como ela poderia ter largado a mulher que cuidou dela quando ela mais precisou? Aquilo chegou a lhe atormentar o resto da noite, mas ela estava ali, foi uma surpresa. Sim, foi uma surpresa. Mas ela estava ali, e fazia muito tempo em que ela não se sentia tão mulher, tão desejada e tão amada.
- E agora, nós? - A pergunta dela, soou como ironia. Uma ironia doce.
-  O que? - Camila se fez de boba, mas não tirava o sorriso suave dos lábios.
- Jura, que vai perguntar o que, quando você pode falar.... Fica comigo, Lauren?
- Sabe qual o seu problema. - Estava deitada por baixo dela. Lauren estava de lado, com a metade do corpo, fazendo sombra de Lua. Ambos se olhando nos olhos. Ela tocou o rosto de Lauren com a ponta dos dedos. - Seu problema, é que você é muito engraçadinha.
- Isso é ruim?- Sorriu, sem jeito.
- Eu não consigo distinguir quando você está brincando, ou falando sério. Ou melhor, nunca te vejo falando sério, sempre com uma ponta de deboche. Por que?
Lauren lhe deu um beijo caloroso, porém rápido.
- Sou assim, Camila.
- Você não era assim quando nos casamos.
- Você também não era tão gostosa assim, quando nos casamos.... Vamos combinar não é?
Ela revirou os olhos e segurou nos braços Lauren, quando sua expressão mudou. Camila teria revirados os olhos, e aquilo era regra. ''Sem revirar os olhos, ou eu enlouqueço Camila!''
- Você... Hã... Revirou os olhos?
- Eu? - Franziu a testa.- Tá maluca?
- Mentirosa?
- Foi sem querer, aff. - Ela revirou de novo, dessa vez sem notar mesmo. E então deu uma risada alta. Lauren segurou nos seus braços, lhe prendendo contra a cama, e ficando totalmente por cima dela. - Eu juro, que foi sem querer.
 - Não posso fazer nada por você. - Lhe encarava, malicioso. - Se declara pra mim, que eu te safo dessa.
Camila iria revirar os olhos de novo. Mas arregalou os olhos em alerta, e mordeu os lábios. Lauren lhe olhou com desejo, e ela  sorriu largo tentando se desvencilhar. Vendo que era impossível, fechou os olhos lentamente e os abriu de novo.
- Se declarar como?
- Você sabe como, não se faça de tola.
- Eu sou muito tola. - Tentou novamente se desvencilhar. - Argh.
- Vamos lá, não  é tão difícil.
- Vai aumentar seu ego? Sua alto-estima? Tudo bem. - suspirou fundo.
- O meu? já está alto demais, eu me amo, sou apaixonada por mim. - Piscou.
- Bem, modesta. Hum.... - soltou uma risadinha suave. - Tudo bem... Vamos lá. Eu te amo Lauren Michelle Jauregui Morgado. Senti sua falta durante todo esse tempo. Sabe, eu já tive alguns namorados e namoradas, lances de momento, confesso que a mídia ajudou para isso, mas foi u lance, assim... Sem graça sabe? - Explicava, segurando o sorriso. Ela lhe olhava nos olhos, mantendo-a presa. - Você foi, é e sempre será a mulher da minha vida. Aquela que acordava as  5 da manhã para me fazer café da manhã, aquela que me acordava com beijos quentes e não me deixava perder a hora do treino, aquela que sabe de tudo o que eu passei e sabe de tudo que eu preciso para sorrir. Eu posso ter me tornado tosca, nojenta, grossa e o caralho a quatro. Eu posso me esconder através de uma raquete, e posso sorrir para uma câmera quando eu estou berrando por dentro. Só você me conhece de trás pra frente. - Lauren estava até diminuindo na força, Camila estava quase livre. Seus olhares se fitavam apaixonadamente. - Me perdoa por tudo que eu te fiz passar, pelas lágrimas que fiz você derramar. Me perdoa por não ter te dado valor que só você merecia. Me perdoa por todo o mal que eu te fiz... Me... - Ela lhe calou com a ponta dos dedos. Agora Camila estava livre.
- Isso basta. - Disse, lhe olhando profundamente. Em seguida sorriu suave. - Linda.
Camila beijou os seus dedos, e segurou sua mão.
                                                                                    

Treinando A MamãeWhere stories live. Discover now