Epílogo

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Suraya






Em uma guerra, perde quem associar com a vingança. É apenas criar a própria sepultura, um calabouço de perdas e poucas vitórias. A vida nunca é perfeita, engana-se quem acreditar nessas utopias para se esconder da própria realidade.

Desde cedo soube disso. Sei que essa vida na qual fui enquadrada, em um círculo de fogo, não há saída. Não é fácil, não é perfeito. Sei que haverá perdas, não diria ganhos, mas um escapamento de muitos perigos e mortes, diria.

Faz exatamente oito meses depois de tudo. Há duas semanas enterrei a minha última ligação de ascendência. Meu pai. Não soube o que pensar, como reagir. Se doeu? Claro! Mas sei que não ficarei sozinha no mundo. Tenho uma outra família, não que uma seja mais importante que outra. Amo os que foram da mesma maneira com o que estão ainda comigo.

Soube da sua doença, só depois da primeira crise que ele teve, e por sorte, ele estava com a gente. Eu perdoei ele. Ele se perdoou, pediu perdão a mim e pela minha mãe e meu irmão. Desejei de coração que onde a sua alma vai, encontre eles e que sejam felizes e que todas as portas sejam abertas para ele.

Ainda estou em luto. É meu pai. Mas tenho o apoio de Taylor. Ele foi meu porto seguro esses dias, um ótimo companheiro e pai. Suspiro e tento abrir as pálpebras que estão pesadas. Decide deixar o luto.

Não posso continuar com isso para sempre. Meu marido e filhos precisam de mim. Saio do meu devaneios quando sinto mãos na minha cintura. Me viro e encaro os grandes olhos azuis oceano do meu lindo marido.

- Bom dia! - beija meus lábios e faz carinho no meu rosto.

- Bom dia!

- Dormiu bem? - assinto e beijo ele.

- E você? - pergunto.

- Sempre que estou ao teu lado. - sorriu.

Me levanto da cama e caminho para o banheiro. Taylor me segue e fizemos a nossa higiene, mas só depois de tanto tempo quando nos lembramos que temos filhos que estão nesse momento a caminho do nosso quarto.

Arrumo meu cabelo depois de me arrumar. Taylor sai do closet vestido do seu implacável terno. Quem o vê vai pensar que é um empresário solteirão e milionário. Mas o vejo se tornou um bom marido, um pai excelente e muito gato.

- Vamos descer antes que eles chegam até nós. - pede. - Qualquer dia ainda somos pegos dançando na cama.

Me levando sorrindo e vou abraçar ele. Dou um beijo nos lábios e depois o pescoço. Ele me envolve a cintura e aperta leve.

- Te amo.

- Também te amo. - respondo e pego sua mão para finalmente descer para a cozinha. Os meninos estão ao redor da mesa, já vestidos ao rigor para a escola. Jasmim conversa com eles não sei do quê, mas vejo como eles a gostam. Isso é bom.

- Bom dia! - dou beijo aos três no rosto e me sento no meu lugar. Taylor repete o gesto.

Comemos na paz conversando com os meninos. Finalmente estão adaptados à nossa realidade, estão mais familiarizado com a escola, fizeram novos amigos e tudo vai ficando cada vez melhor.

Há um tempo que não ocorre nenhuma ameaça. Taylor cuidou de se conciliar com todas as máfias para nos proteger. Foi difícil, segundo ele, mas sua perspicácia os convenceu de manter laços positivo entre as máfias.

- Suraya, amor? - levanto minha cabeça num espanto deixando meus pensamentos para lá.

- Sim! - nem tinha percebido que estava longe. - O que foi?

Recomeço - No Meio Da Máfia Where stories live. Discover now