Recomeço - No Meio Da Máfia

26°

Carlos Costa

Tudo o que mais quero nessa vida, é recuperar o que ainda me resta. Foi a melhor escolha. Pensei que se eu os deixasse, estaria a livrar eles, mas não, eles acabaram com tudo à minha volta e não vou parar até conseguir recuperar o que me resta.

Fugir foi um erro que terei que carregar para toda a vida. Nunca pensei que eles iam me encontrar, esse tempo todo atrás de mim, por uma traição que foi das melhores causa.

Eu não quis continuar com isso. Eu precisa escolher um lado e não me arrependo disso, e eles se vingaram de mim, da pior forma e eu vou fazer o mesmo com eles. Quando conseguir, o primeiro que vou meter uma bala na cabeças é desse crápula de Richard.

Destruir o próprio filho só para obter novamente o controle de uma organização que já não pode reinar? Que pai faria isso? Mas pensando bem, vou deixar que ele seja morto por quem menos imagina. É menos que ele merece, um homem ganancioso sem alma.

Encaro o pequeno apartamento de Chicago, esse lugar é um chiqueiro, mas já estive em lugares piores, eu só estou fazendo isso por ela, só por ela. Pego o comando remoto e ligo a televisão.

Meus olhos se arregalam quando a imagem deles aprecem na tela. Engulo seco do susto que tomo. Leio a mensagem do rodapé e minha mente percebe logo o que está acontecendo.

Levanto pegando as chaves do meu carro e saio do prédio quase correndo. Entro no carro e dirijo até a empresa dele com um ódio dentro de mim. Se acontecer alguma coisa com eles, eu juro que vou mata-lo a socos.

Em menos de trinta minutos meu carro para frente ao prédio. Passo pelos seguranças e caminho até ao elevador e toco até ao último andar. 

Aguardo impacientemente até que o elevador se abre e caminho para a sua sala. Entro sem cerimônia e o vejo ver as notícias a partir da tela da sua sala e quando me vê se aproxima do desliga a tela e se levanta.

— Ainda bem que está aqui. — ele diz tranquilo e meu punho formiga para tocar em sua cara.

— Eu vou matar você. — grito e quase chegando perto dele, e se afasta para outro lado, impedindo de bater nele.

— Ei! Calma aí. — ele diz.

— Se acontecer algo com eles, o nosso acordo acaba agora e vou matar você e depois vou atrás da sua família. — grito. Vejo o seu ar tranquilo mudar para sério. Isso, o ponto fraco dele é a família. Aliás. De todos. 

— Cuidado com o que você diz. — me ameaça.

— Você é que tem que ter muito cuidado comigo. Você é apenas novo nisto e eu já estou desde a sua idade. 

— Nunca me ameace com a minha família, senão eu vou acabar com o resto que você tem.

— Se você estar vivo para o fazer. — me aproximo dele.

— Chega, ok? — rende -se. — Eles estão bem, não aconteceu nada com eles.

— Por que você colocou uma bomba no carro onde ela estava? 

— Eu quis dar apenas um susto, só isso. — ele se afasta de mim e vai na sua secretária e senta na poltrona, meus olhos apenas o seguem. — A bomba foi programada para isso, teve alguém que estava seguindo os passos e ativou quando ela estava afastada.

— Você os colocou em perigo! 

— É o que quis que ele pensasse assim. 

— Eu juro que se eles tiverem algum ferimento, a nossa aliança acabou. — Ameaço e caminho para fora da sala.