Capítulo 17

28 11 0
                                    

Martin estava realmente tendo um dia estranho. Depois de visitar a antiga fortaleza dos magos, viajar no tempo e conversar com um fantasma, encontrar um garoto inconsciente foi a gota dágua.

Quando se aproximou o jovem guarda xingou ao ver o ferimento, que transbordava de sangue.

Ele removeu o casaco às pressas e o rasgou para estancar aquele rio vermelho de sangue e pele dilacerada. Assim que terminou de enrolar o tecido em volta do ferimento, Martin jogou o garoto sobre o ombro e seguiu em direção ao castelo.

Cada passo na floresta escura e silenciosa era assustador. Martin caminhou cautelosamente por uma hora em direção à Greenhills. O corpo do garoto estava frio. Precisava ser levado imediatamente para um curandeiro, caso contrário, não sobreviveria à noite.

O ombro direito de Martin estava dormente com o peso quando passou pelos portões do castelo. Os guardas acenaram com a cabeça quando Martin passou com o corpo do garoto aos braços, em direção à sala dos curandeiros.

---

Martin colocou o corpo de Keeran sobre a cama e Maia – a curandeira – desenrolou o tecido que estancava o ferimento. A mulher suspirou profundamente ao ver a pele dilacerada em três linhas profundas.

- Ele deu sorte, se demorasse uma hora a mais ele não sobreviveria. – disse a mulher, com um leve sotaque dos países do sul.

- Ele me encontrou na floresta, aparentemente foi atacado, mas conseguiu fugir.

- E que tipo de animal faria isso? – indagou a mulher.

- Talvez um urso ou algo do tipo. – respondeu Martin.

- Parece algo pior. Minha mãe sempre me contava histórias sobre Greenhills, ela dizia que monstros lutavam contra humanos até que um dia, um mago lançou um feitiço, fazendo com que os monstros cessassem. – falou Maia, com um olhar sombrio. – dizia-se que, enquanto os magos estivessem vivos, os humanos estariam à salvo.

- Também me contavam as mesmas histórias, mas dizem que o último mago morreu há alguns anos atrás, porém nada aconteceu...

Maia limpava os ferimentos do garoto. Martin olhava com preocupação para o rapaz, o pânico e o terror estavam estampados no rosto dele, só os deuses sabiam o que ele tinha visto. As mãos estavam manchadas por um sangue escuro e grudento, que deixou o guarda realmente intrigado.

A curandeira cuidou dos ferimentos e garantiu que o garoto sobreviveria. Martin agradeceu a Maia pelo trabalho e pediu para avisá-lo quando o menino acordasse.

O jovem guarda andava pelos corredores do castelo, muito mais aliviado, ele procurava Lady Nymeria para conversar um pouco.

Próximo aos aposentos de Morrison, Martin encontrou Sor, recostado contra a parede.

- Chegou tarde hoje, Martin, o que aconteceu? – perguntou Sor.

- Estava caminhando pela floresta, descobrindo mais os arredores, sabe? Precisava de uma folga. – Martin deu um sorriso torto quando o pai adotivo o avaliou.

- Todos precisamos, porém, o desaparecimento de guardas está se tornando um padrão. Ninguém sabe nada sobre para onde podem ter ido. Peço a você, Martin, que os vigie nos alojamentos. Talvez pode ser algo sério... – Sor olhou com atenção e seriedade para Martin. – Tenha cuidado, meu filho, não faça nada diferente, não vá a lugares estranhos...

- Certo pai. Fique tranquilo. – naquele dia mais cedo, Martin tinha quebrado todas aquelas regras impostas pelo pai. – Onde está Lady Nymeria?

- Provavelmente nos aposentos, embora quando estava escoltando Morrison, depois de que ele se cansou de trair Anya ela disse que iria até à cozinha. Talvez esteja por lá.

A Cidade da EscuridãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora