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Quando vi a minha mãe á porta do meu quarto as lágrimas logo saltaram dos meus olhos. Apesar de ela estar numa cadeira de rodas, provavelmente por ter estado tanto tempo sedada numa cama, ela está acordada, ela sorri para mim, os seus olhos estão a olhar para os meus e tal como eu ela chora... O meu pai empurra a cadeira para junto da minha cama do lado oposto a que está o Christian, ela estica o braço em direcção a mim, o meu pai dá-me um beijo na testa e a minha mãe beija-me a mão, gesto que eu repito.

- Minha filha, tinha tantas saudades tuas, estava tão preocupada contigo. - diz ela enquanto esfrega a minha mão no seu rosto e a beija.

- Mãe, eu chorei tanto quando aquele animal me disse que tinham encontrado o teu corpo, eu não podia acreditar que me tinhas abandonado...

- Nunca o faria meu amor... E que sorte tivémos amor, o Chris estar em Cascais. - diz e estica a outra mão para o meu marido que a segura e beija. - Quem diria, quando ele soube que eu estava grávida amava passar a mão na minha barriga que ainda mal aparecia e dizia que era a sua namorada e agora estão casados.- Olho para ele a tentar saber se ele contou alguma coisa mas ele adianta-se.

- Carlinha, temos mais uma novidade, não te dissemos antes pois tinhamos esperança que a Ana acordasse rápido e que fosse ela a contar-te.- diz o meu marido e aperta a minha mão.

- Vais ser avó, estou grávida...- digo e ela aperta a minha mão aumentando o seu choro. O meu pai olha emocionado para nós e até agora não falou nada, apenas olha para nós com as lágrimas a cair pela sua cara.- Está tudo bem pai?

- Sim filha, apenas estou muito feliz de ter a minha família completa de novo. Quando encerraram o caso do desaparecimento da tua mãe eu senti como se a minha vida tivesse sido arrancada de mim, perdi a minha mulher e a minha filha no mesmo dia e quando vi pelas imagens quem o tinha feito foi uma punhalada sem fim. Durante estes 18 anos eu não vivi, apenas sobrevivi, e quando coloquei a empresa no mercado a intenção era vender e terminar com a minha vida para me juntar a vocês, pensava eu. No dia que o Christian me mandou chamar a pressa pensei que ele a queria comprar,  afinal era para me trazer de volta à vida.  Agora para completar vem um neto, não sei se aguento tanta felicidade...- Todos nós estamos muito emocionados com as palavras do meu pai,  mas a minha mãe mais que todos.

- Ray, nunca mais nos vamos separar. -  Diz a minha mãe, e o meu pai baixa-se e beija a minha mãe.  Tão lindo, o amor deles sobreviveu a todos estes anos separados. O Christian olha para mim e aperta a minha mão, beija-me e acaricia a minha barriga beijando-a de seguida.  Pigarreia e os meus pais separam-se muito corados.

- Desculpem-me,  mas tenho de matar saudades da minha mulher...  - Diz o meu pai. - Agora vamos deixar-vos pois aqui a madame Carla tem de ir descansar, amanhã voltamos.

Os meus pais despedem-se de nós e saiem mas quase são atropelados por um furacão que entra a correr pela porta. Quando aqueles olhos Batem em mim as lágrimas vêem aos meus olhos.

- Mamã,  acodaste

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- Mamã,  acodaste... -Diz ela e corre para a cama, o Christian pega-lhe e ela abraça-me o pescoço com força.  Sinto as lágrimas da minha menina molhar o meu pescoço e eu acaricio as suas costas calmamente enquanto as lágrimas continuam a cair na minha cara também.  Quando ela se acalma olha para mim e coloca as suas mãozinhas na minha cara. - Nunca mais deixa eu,  não mãejinha? A Ella tinha muntas xôdadinhas da mamã...

- A mamã também tinha muitas saudades da princesa Ella. - Olho para o Christian e ele assente para mim. - Mas eu e o papá temos uma coisa para te contar. - Seguro a mão do Christian e ele senta-se connosco na cama - O mano está a caminho,  está aqui na barriga da mamã - digo e ela grita e abraça-se a mim e ao pai.

- Obaaaa, o meu mano vem aí... - Diz ela e oiço alguém fungar, olho para a porta e os meus sogros bem como os meus cunhados estão ali a olhar para nós. Logo entram e vêem ter comigo beijando-nos e abraçando-nos. A festa mantém-se no quarto até o médico aparecer e expulsar todos do quarto.  Deram - me a medicação e logo me sinto relaxar, peço ao Christian para se deitar ao meu lado e logo adormeço,  embalando pelas batidas ritmadas do coração do meu marido...

A FugaOnde histórias criam vida. Descubra agora